Sejam Bem-Vindos!

"É uma grandiosíssima calúnia dizer que tenho revoltas contra a Igreja. Eu nunca tive dúvidas sobre a Fé Católica, nunca disse nem escrevi, nem em cartas particulares, nem em jornais, nem em quaisquer outros escritos nenhuma proposição falsa, nem herética, nem duvidosa, nem coisa alguma contra o ensino da Igreja. Eu condeno tudo o que a Santa Igreja condena. Sigo tudo o que ela manda como Deus mesmo. Quem não ouvir e obedecer a Igreja deve ser tido como pagão e publicano. Fora da Igreja não há salvação."
Padre Cícero Romão Batista

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Vocação: caminho de identificação pessoal


   A necessidade de decidir qual rumo tomar na vida é uma tendência natural de todo homem, pois estamos sempre diante das escolhas. Elas nos conduzem concomitantemente a uma tomada de decisão e esse processo nem sempre é fácil para nós alguns preferem ignorar este aspecto da nossa existência achando que assim podem livrar-se desta tortura. O fato é que, não fazer uma escolha já é uma opção.
   Na fase da juventude, os questionamentos sobre as verdades existenciais, seja com relação ao tempo presente ou até mesmo acerca do futuro, são como que companheiras inseparáveis, o jovem encontra-se num período em que ele precisa de um direcionamento, isso é fundamental. Cada um de nós carrega dentro de si um ideal, na pré-adolescência eles foram (ou são) a força motriz dos nossos sonhos – quando crescer quero ser um empresário... um cantor famoso... um jogador de futebol... um médico... ou até mesmo um padre – todos estes pensamentos foram ou são uma forma de nos lançar  à busca de uma concretização dos nossos desejos no plano da vida. Infelizmente hoje muitos jovens deixaram de sonhar com uma carreira, perderam na luta da vida antes mesmo dela começar, como têm sido desastrosos os rumos que os jovens estão tomando. O tráfico de drogas, a prostituição e a violência são reflexos de uma vida que se tornou sem sentido para muitos adolescentes, quem caminha sem ter uma direção terminará no mesmo lugar, lembre-se disso.
   Uma das capacidades inerentes da natureza humana é “ser”. Uma profissão – por exemplo – pode ser de forma parcial uma tentativa de auto-identificação. A identidade nos diz sobre nós mesmos. Diz a nós e aos outros o que realmente somos daí a importância de termos uma de maneira concreta que seja, de fato, expressão do nosso eu original .
   Para melhor entendermos, levemos em consideração uma reunião ou, até mesmo, um encontro de igreja; geralmente se faz uma breve apresentação dos participantes os quais se dirá o nome e a atividade que cada um desempenha na sociedade com o intuito de denominar a sua identidade, o quê realmente essa pessoa “é”. Então, é perceptível dois aspectos interessantes no processo de identificação: uma afirmação e uma negação. Identificar-se é um jeito de afirmar aquilo que você é, mas também um jeito de afirmar aquilo que você não é; se eu afirmo que sou João estou automaticamente excluindo a possibilidade de ser Fernando, e assim por diante.
   No mundo profissional fala-se muito em auto-realização porque ela está ligada intimamente com o aspecto de uma personalidade, fazer aquilo que você gosta através de uma determinada profissão o faz sentir-se bem; é o primeiro passo para o caminho da felicidade, esta por sua vez não é um estado psíquico absoluto, mas uma conquista que se faz cotidianamente em meio aos entraves da vida.
    Estes conceitos gerais nos permitem estabelecer uma análise mais profunda – do ponto de vista da vocação cristã – acerca do chamado que Deus direcionou para cada um de nós, levando-se em consideração o desejo de Deus manifestado no processo vivencial instigado a uma livre adesão por parte da criatura humana.
A vocação do ponto de vista Cristão
   Até aqui fizemos uma breve explanação do sentido geral da vocação, agora passaremos a analisá-la a partir da ótica Cristã.
   A reflexão sobre a dimensão sagrada da vocação do homem enquanto ser criado à imagem e semelhança de Deus nos revela o quanto a nossa vida é um mistério. O santo Batismo nos insere na vida Divina de Deus Trindade, nos torna participantes do seu amor trinitário, inteiramente doado na pessoa do Espírito Santo. Por este motivo o chamado à santidade consiste numa proposta que o senhor nos faz para permanecermos unidos nesse amor, à medida que respondemos ao seu desígnio exercemos de maneira plena a nossa liberdade de filhos, ou seja, perante esse chamado especial, cada um é livre para acolher ou não o seu convite.
   A Bíblia está repleta de personagens que souberam corresponder ao apelo de Deus, quero destacar aqui a figura de José e Maria que acolheram o projeto da salvação de corpo e alma e mesmo sendo jovens foram capazes de levar a diante a missão a eles confiada, sem por isso deixar de exercer sua liberdade.
   A cada um de nós Deus deu uma vocação e todas são muito especiais; a uns para o sagrado matrimônio, que é expressão de doação da vida a dois e a outros, o da vida consagrada ou sacerdotal que é sinal de entrega radical em prol do seu reino. Como casados ou como religiosos Deus não cessa de nos atrair e de nos chamar para o serviço em prol do seu reino. Dirijo-me de maneira muito especial aos jovens, tornem-se sensíveis aos apelos de Deus em suas vidas, em meio a tantas vozes que nos falam sejam capazes de reconhecer em meio às tantas, a voz de Deus que nos diz “Vem e Segue-me” estejam dispostos a seguir um evangelho que oferece um caminho difícil de percorrer, mas que é capaz de preencher os vazios que Há dentro de nós. Responder ao convite de Deus é fortificar a nossa identidade e sucessivamente encontrar a felicidade que tanto buscamos e que não está nos meios funestos que o mundo nos oferece, mas que consiste em fazer valer a vontade de Deus em nossas vidas.

De Marabá-PA
Antonio Victor Ferreira, post.OFMcap

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