Sejam Bem-Vindos!

"É uma grandiosíssima calúnia dizer que tenho revoltas contra a Igreja. Eu nunca tive dúvidas sobre a Fé Católica, nunca disse nem escrevi, nem em cartas particulares, nem em jornais, nem em quaisquer outros escritos nenhuma proposição falsa, nem herética, nem duvidosa, nem coisa alguma contra o ensino da Igreja. Eu condeno tudo o que a Santa Igreja condena. Sigo tudo o que ela manda como Deus mesmo. Quem não ouvir e obedecer a Igreja deve ser tido como pagão e publicano. Fora da Igreja não há salvação."
Padre Cícero Romão Batista

segunda-feira, 29 de abril de 2013

REFLEXÕES SOBRE O QUE É FELICIDADE


    Se acaso hoje fosse questionado acerca do que é a felicidade, diria que é algo inexplicavelmente perturbador! Sim, perturbador! É justamente a “força” que nos incita à busca concreta da realização de tantos ideais. Ideais que nos servem de “guias”, com os quais trilhamos nosso caminho sobre a face da terra.
            Felicidade é quem sabe aquilo que nos motiva, nos impulsiona a revertermos tantos “quadros penumbres” na parede de nossa fugaz existência, nas mais belas e expressivas representações. A felicidade representa o momento exato em que o nosso espírito contempla a perfeição – mesmo sendo esta apenas passageira, cá na terra. A felicidade é conjunto! Mas, paradoxalmente, é também unidade!
            Felicidade é exatidão momentânea! É o minuto despercebido! Felicidade é quando nos abraçamos e, ao sentir o outro a nos tocar, desperta em nós uma sede de infinito. Felicidade é a possibilidade do encontro. É, quiçá, a narrativa mais real e concreta daquilo que tanto almejamos e enfim possuímos. Felicidade é a “inverbalização” do ontos. A felicidade se traduz na capacidade humana da plena realização, pois, todo nosso peregrinar só terá finitude na “transdimensionalidade”. Paradoxo ao entendimento humano! Loucura para os descrentes! Mas, a vida nada mais é do que pura contradição! Não há maior contradição do que viver em “preparação” à ausência da vida: a morte!
            Felicidade é o suspiro dado! O alívio sentido! O amor expressado! Felicidade é a maneira pela qual o homem diz a si mesmo: vale a pena viver! Felicidade é o desfecho histórico mais perfeito, mais sublime! Felicidade é a memória constante e insistente do que foi bom e merece ser re-vivido!
            Que mais poderia se dizer? Felicidade é a oportunidade de findar-nos nos braços de quem amamos e, nos esquecendo de nós mesmos, podermos nos encontrar naquele por quem palpita o nosso coração. Felicidade é a atitude do vivente em resposta tão eloqüente aos apelos e subterfúgios dos que não amam, nem querem ser amados!
            Felicidade é contemplar face à face a quem amamos e, num único desejo, rendê-lo em nosso abraço. Felicidade é a banalização da realização! Felicidade é o critério perspicaz para se pensar se é isto ou aquilo. Felicidade é o que no momento estou sentindo! E isso é só!

Luiz Felipe P. de Melo.
24/09/2011

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Papas e as Novas Comunidades


Entendendo a "RCC", os Novos Carismas e os Dons Extraordinários do Espírito Santo.

Serie sobre a RCC dividida em V Partes, esta é a IV Parte.

Papas e a RCC
  
O Papa João Paulo II e Bento XVI, apesar de não falar em ex-catedra, tem em suas palavras muita reverencia e admiração na pessoa de Papa, negar isto seria impossível. Suas palavras detêm em si o posicionamento da Igreja cuja qual fala seu Sumo Pontífice, segui-se algumas declarações de ambos os últimos papas sobre a renovação na Igreja e as novas comunidades.

Vale repetir as afirmações de João Paulo II,

Com o Concílio Ecumênico Vaticano II, o confortador deu recentemente a Igreja, que de acordo com os padres, é o lugar “onde o Espírito floresce”(CIC Nº 749), um novo Pentecostes, trazendo um dinamismo jamais visto. Sempre que o Espírito intervém, ele deixa as pessoas atônicas. Ele causa grandes novidades; ele muda radicalmente as pessoas e a história. Esta foi a inesquecível experiência do Concílio Ecumênico Vaticano II, durante o qual sob a orientação deste mesmo Espírito, a Igreja redescobriu a dimensão carismática como um de seus elementos constitutivos: Além disso, este mesmo Espírito Santo não só santifica e conduz o Povo de Deus por meio dos sacramentos e ministérios e o adorna com virtudes, mas «distribuindo a cada um os seus dons como lhe apraz» (1 Cor. 12,11), distribui também graças especiais entre os fiéis de todas as classes, as quais os tornam aptos e dispostos a tomar diversas obras e encargos, proveitosos para a renovação e cada vez mais ampla edificação da Igreja (Lumen Gentium nº 12)” (Discurso de João Paulo II, de 30 de Maio de 1998, Nº 4.).

“Hoje a Igreja se rejubila com a confirmação renovada das palavras do profeta Joel que acabamos de Ouvir ‘Eu derramarei meu Espírito sobre toda a carne” (Atos 2:17). Vocês aqui presentes, são as provas vivas deste derramamento do Espírito. Cada movimento é diferente dos outros, mas eles estão todos unidos na mesma comunhão e pela mesma missão. Alguns carismas dados pelo Espírito explodem como um vento impetuoso, que derruba as pessoas e as conduz a novas formas de compromisso missionário com o serviço social radical do Evangelho, proclamando incessantemente a verdade da fé, aceitando a tradição viva como um Dom e acendendo em cada pessoa o desejo ardente pela santidade. Hoje eu gostaria de gritar a todos vocês reunidos aqui na Praça São Pedro e para todos os cristãos; abram-se docilmente aos dons do Espírito! Aceitem com gratidão e obediência os carismas que o Espírito constantemente derrama sobre nós. Não esqueçam que os dons nos são dados para o bem comum, isto é, para o bem da Igreja.” (Discurso de João Paulo II, de 30 de Maio de 1998, Nº 5.).

Também há as afirmações de Bento XVI,

Papa Bento XVI, “No coração do mundo, seco pelo ceticismo e o racionalismo, nasce a experiência do Espírito Santo, que tomou amplitude mundial por meio do movimento de renovação.” (Diálogos sobre a fé)

“Aprendemos a conhecer e a apreciar (nos novos carismas) o impulso missionário, os itinerários eficazes de formação cristã, o testemunho de fidelidade e de obediência à Igreja a sensibilidade dos pobres, a riqueza de vocações” (Discurso do Papa Bento XVI, em Roma 17 de Maio de 2008).

“Os movimentos eclesiais e novas comunidades são uma das novidades mais importantes suscitadas pelo Espírito Santo à Igreja pela atuação do Concílio Vaticano II” (Discurso do Papa Bento XVI, em Roma 17 de Maio de 2008).

Os textos mostram o posicionamento da Igreja através de seu Lider a respeito desta Renovação e suas Comunidades e Carismas.

terça-feira, 23 de abril de 2013

A Igreja agora admite o uso do preservativo??!!!



Para variar a imprensa secularista e anti-católica deturpou as palavras do Papa! Querem gritar para o mundo todo ouvir que o Papa é a favor do preservativo, porém quais foram as suas verdadeiras palavras? Leia a seguir:

É evidente que a Igreja não considera a utilização do preservativo uma solução verdadeira e moral”
“Em África, Vossa Santidade afirmou que a doutrina tradicional da Igreja tinha revelado ser o caminho mais seguro para conter a propagação da SIDA/AIDS. Os críticos, provenientes também da Igreja, dizem, pelo contrário, que é uma loucura proibir a utilização de preservativos a uma população ameaçada pela SIDA/AIDS.”

«Em termos jornalísticos, a viagem a África foi totalmente ofuscada por uma única frase. Perguntaram-me porque é que, no domínio da SIDA/AIDS, a Igreja Católica assume uma posição irrealista e sem efeito – uma pergunta que considerei realmente provocatória, porque ela faz mais do que todos os outros. E mantenho o que disse. Faz mais porque é a única instituição que está muito próxima e muito concretamente junto das pessoas, agindo preventivamente, educando, ajudando, aconselhando, acompanhando. Faz mais porque trata como mais ninguém tantos doentes com sida e, em especial, crianças doentes com sida. Pude visitar uma dessas unidades hospitalares e falar com os doentes.

Essa foi a verdadeira resposta: a Igreja faz mais do que os outros porque não se limita a falar da tribuna que é o jornal, mas ajuda as irmãs e os irmãos no terreno.Não tinha, nesse contexto, dado a minha opinião em geral quanto à questão dos preservativos, mas apenas dito – e foi isso que provocou um grande escândalo – que não se pode resolver o problema com a distribuição de preservativos. É preciso fazer muito mais. Temos de estar próximos das pessoas, orientá-las, ajudá-las; e isso quer antes, quer depois de uma doença.

Efectivamente, acontece que, onde quer que alguém queira obter preservativos, eles existem. Só que isso, por si só, não resolve o assunto. Tem de se fazer mais.Desenvolveu-se entretanto, precisamente no domínio secular, a chamada teoria ABC,que defende “Abstinence – Be faithful – Condom” (“Abstinência – Fidelidade – Preservativo”), sendo que o preservativo só deve ser entendido como uma alternativa quando os outros dois não resultam. Ou seja, a mera fixação no preservativo significa uma banalização da sexualidade, e é precisamente esse o motivo perigoso pelo qual tantas pessoas já não encontram na sexualidade a expressão do seu amor, mas antes e apenas uma espécie de droga que administram a si próprias. É por isso que o combate contra a banalização da sexualidade também faz parte da luta para que ela seja valorizada positivamente e o seu efeito positivo se possa desenvolver no todo do ser pessoa.

Pode haver casos pontuais, justificados, como por exemplo a utilização do preservativo por um prostituto, em que a utilização do preservativo possa ser um primeiro passo para a moralização, uma primeira parcela de responsabilidade para voltar a desenvolver a consciência de que nem tudo é permitido e que não se pode fazer tudo o que se quer.Não é, contudo, a forma apropriada para controlar o mal causado pela infecção por VIH/HIV. Essa tem, realmente, de residir na humanização da sexualidade.»
“Quer isso dizer que, em princípio, a Igreja Católica não é contra a utilização de preservativos?”

«É evidente que ela não a considera uma solução verdadeira e moral. Num ou noutro caso, embora seja utilizado para diminuir o risco de contágio, o preservativo pode ser um primeiro passo na direcção de uma sexualidade vivida de outro modo, mais humana.»

In Bento XVI, Luz do Mundo – O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos – Uma conversa com Peter Seewald, Lucerna, 2010

***
Em Italiano, publicado na Rádio Vaticano:
http://www.radiovaticana.org/it1/Articolo.asp?c=440810



Com a declaração o Papa não está liberalizando o preservativo, ele não reforma nem moderniza a doutrina da Igreja como dizem, pelo contrário, ele reafirma o que já havia declarado em África : o problema da SIDA não pode ser resolvido apenas com a distribuição de preservativos.
Não é preciso ser católico para perceber que a distribuição de preservativos não resolve o problema e muitas vezes até o agrava. Agrava porque o preservativo estimula uma vivência desordenada da sexualidade, aumentando substancialmente o número de casos. Os analistas sérios reconhecem que o problema é comportamental e que os países que investem pesadamente na distribuição do preservativo acabam por não barrar a proliferação da SIDA.

O Papa Bento XVI citou a teoria ABC como uma busca para solucionar o problema da SIDA. Uganda é um dos países que tem aplicado essa teoria e tem conseguido resultados expressivos:

http://marcospauloteixeira.wordpress.com/2009/10/10/uganda-exemplo-bem-sucedido-de-luta-contra-a-aids/

O posicionamento da Igreja é defender a Castidade e a Fidelidade e vai sempre afirmar que o uso da sexualidade desordenada vai continuar trazendo imensos problemas para a sociedade humana no geral.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

As “Maldições hereditárias” e sua incompatibilidade com a Doutrina Católica.



Por John Lennon J. da Silva.

Durante um programa na Radio Catedral, o Pe. Dom Estevão Bettercourt, ao comentar e constatar como errônea a crença em certas “maldições” que eram passadas supostamente por herança sanguínea a cristãos; fato que tal crença encontrava-se largamente pregada na obra do inglês Robert Degrandis, chamada “Cura de Gerações” livro que durante o programa ocupou sua reflexão. Ele afirmou que “A cura entre gerações é algo imaginoso, fantasioso. A doutrina católica nunca professou essa hipótese”.

Hoje existem milhares de seitas que estão a pregar entre seus membros ou aos que aproximam-se de suas comunidades a “cura de gerações” geralmente chamada de “maldições hereditárias”, seus progenitores alegam que esta é uma doutrina cristã, na verdade não é como veremos ao longo do texto.

Esta crença e prática supersticiosa é basicamente oriunda das seitas neo-pentecostais, também designada como o Evangelho da maldição ou Quebra de Maldições, Maldições Hereditárias, Maldição de Família e Pecado de Geração. No Brasil a crença tem origem com “Igreja” Renascer em Cristo e também na seita de Edir Macedo.

Esta pseudo-doutrina que é produto de um moderno misticismo supersticioso, é aparentemente conciliável com a concepção de “carma” ou “karma” no budismo oriental. Para entendermos o que representa esta “aberração doutrinaria” que é nominalmente é chamada de “maldições hereditárias” ela corresponde em síntese a:

Um mal invisível, cujo homem não vê, e que pode ter atingido ou atingi qualquer um ser humano, por intermédio do que eles denominam de “espíritos familiares” que transmitem durante séculos pela linhagem sanguínea e por influência destes mesmos “espíritos” que exercem algum “poder” ou “magia” como alegam os progenitores desta pseudo-doutrina, com aflições espirituais e corporais sob os que a possuem, até que tal “maldição” seja quebrada através de libertações geralmente produzidas por pastores protestantes.

A expressão “espíritos familiares” que usei acima é utilizada arbitrariamente pelos pregadores de tal crença para justificá-la biblicamente, o termo é retirado de citações do Antigo Testamento, como (Levítico 19,31); na versão bíblica “King James” tradução produzida pela Igreja Anglicana.

Esta expressão é usada para designar “entidades”, “demônios” e “anjos decaídos” que exercem nos adivinhos a atividade da comunicação com os mortos e com os cristãos atuando na condução dos mesmos no âmbito de suas inclinações emocionais, sentimentais, carnais e físicas, ao pecado. A palavra “familiares” no plural é utilizada como complementar a denominação destes “espíritos” pelo fato destes, como alegam os pregadores desta crença terem forte influência e pendurarem em gerações de famílias humanas com seus planos nefastos.

É completamente descabida esta argumentação, a versão “King James” inglesa da Bíblia, não é uma das melhores traduções bíblicas como seguram muitos cristãos, é oriundo de exegetas e tradutores protestantes, alguns deles puritanos. Há grande tradução das Escrituras produzida por São Jerônimo nos séculos IV e V, que chamamos de vulgata latina ocupou a reflexão da Igreja por séculos e os textos latinos nada mencionam o termo “espíritos familiares” assim como as versões católicas recentes não aludem. Esta versão é uma clara iniciativa da exegese que se desenvolvera na Inglaterra em contraposição a “Vulgata” católica e também a exegese católica.

Assim forjar textos e procurar traduções cômodas para justificar conceitos e “doutrinas” não traduz princípios básicos de hermenêutica é pura picaretagem moderna. O que foi guardado e transmitido a Igreja nos textos bíblicos antigos que São Jerônimo usou, além é claro da tradicional interpretação do Magistério sobre estes aspectos da teologia, não repercutem nem induzem qualquer afirmação da existência de “espíritos familiares” quando versadas para língua latina e nem tampouco a língua portuguesa.

Pode surgir à pergunta, as Sagradas Escrituras dão embasamento para afirmar que os cristãos podem estar de alguma forma sob o jugo de maldições ancestrais ou qualquer tipo de crença parecida?

A resposta é não, esta nunca foi parte da pregação apostólica e nem encontra fundamento nos textos bíblicos, os Padres da Igreja nunca mencionaram tal crença entre os cristãos no decorrer dos VII primeiros séculos. Aliás os textos bíblicos refutam qualquer possibilidade de “gerações” levarem ou trazerem qualquer peso, mancha ou maldições ou ainda os pecados de seus pais. Vejamos o que diz o profeta Ezequiel.

“Contudo perguntais: Por que não levará o filho a maldade do pai? Porque o filho fez justiça e juízo, guardou todos os meus estatutos, e os praticou, por isso certamente viverá. A alma que pecar, essa morrerá. O filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele”. (Ez 18,19-20).

Há outros textos e citações (Dt 24,16: Jr 31,30: Ez 18, 2-4: Ex 18,4; 20, 5-6: Lv 19, 17). Que fazem oposição a qualquer afirmação que alude esta crença supersticiosa oriunda do neo-pentecostalismo. Não existe compatibilidade desta crendice protestante com a “Sã doutrina”, boas considerações a respeito do pecado, o perdão de Deus, os sacramentos [exemplo o Sacramento do Batismo, que regenera o ser humano e o torna filho de Deus, trazendo-o ao convívio com a graça de Deus, por libertar-nos do pecado original, pelo Batismo somos incorporados em Cristo e na sua única Igreja], Julgamento particular e etc. acabam por aniquilar qualquer possibilidade de “maldição hereditária”.

“Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (I Jo 1,9), ou seja, ele não leva em conta as “faltas dos pais sobre os filhos” como podemos ler acima, como então estas supostas faltas ou maldições e até perseguições demoníacas poderiam ligar-se a gerações inteiras de pessoas, por conta de parentes de séculos atrás que erraram ou foram amaldiçoados? É absurdo, logicamente improvável, não existem brechas para invenções do tipo, ao melhor só existem nas cabeças de “víboras”, aludindo o termo que Cristo usou para designar os incautos, escribas e fariseus (Mt 23, 33; Lc 3,7). E "hipócritas", falsários  do Evangelho (Mt 23, 27; Mt 23, 29; Mt 15, 7; Mc 7, 6; Lc 12, 56).

Não poso deixar de registrar que existirem muitos indivíduos ligados a movimentos leigos, que estão de maneira pouco ortodoxa e medonha à introduzirem na Igreja Católica, qualquer tipo de prática ou exercício de libertação para o indivíduo que segundo as diversas alegações supostamente possui tais “maldições hereditárias”. Fazem eles muito mal a Santa Igreja e aos seus membros, mas vira o dia em que os lobos disfarçados entre os eleitos serão repelidos do redil do Senhor.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Por que a Igreja Católica é romana?


Alguns leigos "evangélicos" (isto é, pentecostais e/ou neopentecostais), em sua falta de conhecimentos históricos e teológicos, normalmente não compreendem como a Igreja pode ser chamada Católica Apostólica Romana. Quando explicamos que "católica" significa universal, isto é, que a Igreja está para todos os homens e mulheres, de todas as nações, conforme a determinação de Jesus Cristo, os mais maleáveis até aceitam. Quanto ao termo "apostólica" também não há maiores problemas, já que a verdadeira doutrina cristã é aquela que procede dos Apóstolos, e isso está dito e repetido na Bíblia inúmeras vezes. Mas e "romana"? Por que a Igreja é chamada também romana? E como pode ser ao mesmo tempo universal e romana? É comum vermos, inclusive, algumas pessoas que chamam a Igreja apenas de "igreja romana", suprimindo os termos principais (Católica e Apostólica), numa tentativa de diminuir a sua importância ou negar a sua autenticidade.

Bem, a questão é tão simples que impressiona a maneira como provoca dúvidas. Se bem que, em muitos casos, seja uma questão muito mais de má vontade do que de dúvida legítima. O fato é que o título "romana" não implica nacionalismo nem particularismo. Isto é, não quer dizer que a Igreja pertença à Roma, ou que se limite à Roma, assim como aconteceria com uma empresa, por exemplo.

Romana, no caso da Igreja, é apenas o título que indica o endereço da sede primacial da Igreja. Só isso. De fato, a Igreja, atuando neste mundo, precisa ter um endereço, um referencial físico e postal, que é o do Bispo de Roma, feito Chefe visível por Cristo. Em consequência, a Igreja Católica recebe, como uma espécie de "subtítulo", a designação "romana", e isso em nada contraria a sua catolicidade ou universalidade.

De modo semelhante, Jesus, Salvador de todos os homens, foi chamado "Nazareno", porque, convivendo entre os homens, precisava de um endereço físico neste mundo, que foi a cidade de Nazaré. E Jesus Cristo, por acaso, veio só para os habitantes de Nazaré? Não. Chamá-lo de "Jesus Nazareno" ou "Jesus de Nazaré" compromete o caráter universal da sua missão? Claro e evidente que não. Da mesmíssima maneira se dá com o nome dado à Igreja que Ele instituiu neste mundo.



Importante para nós, católicos, é enxergar o poder de Deus também nesse título de "católico romano". Pois, desde o inicio do Cristianismo, os católicos foram perseguidos, caçados, torturados e mortos justamente pelo Império Romano, durante centenas de anos. Desde a liberação do Cristinianismo pelo Imperador Constantino, porém, a sede da verdadeira Igreja fica em Roma, como que a mostrar ao mundo que os perseguidores sucumbiram frente à Igreja de Deus. Ela, que foi perseguida e martirizada, hoje está situada exatamente na sede do antigo Imperio. Isso prova que Deus sempre transforma o que era mal em bem, como diz São Paulo: "Onde abundou o pecado, superabundou a graça" - Romanos 5, 20.

Onde predominou o Império de Roma, o maior já visto na História da humanidade, e que levou a escravidão, o terror e a morte a milhões de pessoas, neste mesmo lugar Jesus Cristo, através da sua Igreja, converteu no maior centro de fé e difusão das Boas Novas da libertação, do amor fraterno e da vida em todo o mundo, e que perdurará até o fins dos tempos, segundo a promessa de Jesus em Mateus 28, 20.

E como diz a Bíblia Sagrada, nenhuma instituição ficará de pé se não for obra divina: "Se o seu projeto ou sua obra provem de homens, por si mesmo se destruirá, mas se provier de Deus, nao podereis desfazê-la (Atos 5, 38-39). - O Império Romano caiu. A Igreja Catolica Apostólica Romana, instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo, permanece por dois milênios.


Read more: http://vozdaigreja.blogspot.com/2002/03/por-que-igreja-catolica-e-romana.html#ixzz2Idoo2Olj

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Pergunta e resposta: Jesus e a Religião


O leitor Volnei deixou-nos o seguinte comentário no post "Pergunta e resposta: a Bíbia e a proibição de imagens":

"Mais uma vez, as intriguinhas religiosas, que me enojam cada vez mais... Deus não tem religião. Deus não criou nenhuma religião. E a prova de que a religião não salva ninguém é Jesus Cristo, que nasceu no meio de uma família judaica, e e sendo judeu, por tradição familiar, Jesus nos ensinou que o caminho da salvação está nele. O problema de católicos, protestantes, espíritas, etc, é que colocam a religião acima de Deus. Fé cega faca amolada. Ficam uns falando mal dos outros, e todos estão errados. Os católicos acham que a igreja foi fundada pelos católicos, mas se estudassem um pouco de história, descobririam que ela na verdade foi fundada pelo imperador romano Constantino, que queria apenas o poder, já que não conseguiu destruir os seguidores de Cristo, "juntou-se" a eles, com o único objetivo de ganhar poder.

Com relação à adoração de imagens, a Bíblia é bem clara com relação a isso, e mostra que Deus não admite adoração às imagens. E outra, que sentido teria Deus enviar seu filho ao mundo para morrer? Os católicos não acreditam que Jesus tem poder suficiente para nos ajudar? Por que pedir a Santos, se eu posso pedir a Jesus? Ele mesmo disse que tudo que pedires em meu nome eu atenderei! Essa adoração à Maria tb, não consigo entender, não há na Bíblia uma razão sequer para endeusá-la, pois é assim que ela é tratada pelos católicos, como uma Deusa, e pior ainda, mãe de Deus. Como ela pode ser mãe de Deus se foi Deus quem a criou? Só existe um caminho, cuja porta é estreita, e esse caminho é Jesus Cristo. Pertencer a essa ou aquela religião, não vai te salvar.

A religião causa desavenças, guerras, confusão... Quantas mortes, guerras, foram causadas pela igreja católica, quantos índios foram mortos,quantas crianças estupradas, quantos escravos foram feitos em nome da "igreja". Quantas pessoas são roubadas todos os dias por pastores, padres e falsos lideres religiosos? E ainda tem gente que defende essas igrejas a ponto de brigar com o próximo, ignorando o mandamento maior: O Amor! A religião é o mal do mundo! A religião é uma tentativa criada pelo homem de se chegar até Deus. Aqueles que adoram a religião, poem Deus em segundo plano e ficam cegas! Jesus é o caminho, a religião é um falso atalho!"



Resposta ao leitor:
Prezado Volnei, pelo próprio conteúdo do seu comentário, fica claro que você ignora completamente os assuntos sobre os quais está opinando. E, nesse caso, o mais triste não é ignorar a verdade. Triste é não saber e ainda achar que sabe, que é "doutor" e está abalizado para criticar, apresentar opiniões definitivas sobre tudo. Quem age assim não aprende nada de novo, porque acha que já sabe tudo, é fechado nas suas próprias convicções e tapa os ouvidos para tudo o que aponta na direção contrária às suas "certezas".

Em primeiro lugar, o post que você está comentando não tem nada de “intriguinha religiosa”. Trata-se da resposta a um comentário “evangélico”, um tanto malicioso, deixado neste blog. Essa resposta está bem fundamentada na Bíblia, que para os “evangélicos” é a única regra de fé e prática. Não há ofensa, nem agressão e nem desrespeito, nem na pergunta feita e nem na resposta dada, embora a religião seja um tema sempre delicado e difícil, pois envolve convicções profundas e acalentadas com muito carinho. Não é fácil contrariar aquilo que uma pessoa tem como sagrado. – O nome já diz.

E aí você vem com aquele discurso velho e manjado de sempre, que todo alienado teológico defende: “Deus não tem religião, Deus não criou religião”...

O mínimo que você terá que fazer, pelo bem da verdade, é admitir que essa afirmação depende direta e completamente do ponto de vista, e que é um tanto quanto controversa, você não acha? Deus não criou religião na opinião de quem? Baseado em quê, exatamente, você afirma isso? Na sua opinião?

Entenda bem, Volnei: antes de qualquer coisa, para saber se Deus criou religião ou não, se religião é importante ou não, se religião salva ou não, precisamos saber o que é religião! Como é que eu posso fazer qualquer afirmação a respeito de uma determinada coisa, se eu não sei o que essa coisa é, antes de tudo? Para emitir opinião sobre qualquer assunto, preciso conhecer o assunto! Sem isso, eu não estarei emitindo opinião, estarei simplesmente impondo meu “achismo” como verdade absoluta, estarei afirmando minha própria ignorância ao mundo.

Isso posto, para entender a situação toda, vamos começar do começo: o que é religião? Depende. No dicionário Michaelis, por exemplo, constam as seguintes definições para a palavra religião: “Serviço ou culto a Deus; sentimento consciente de dependência ou submissão que liga a criatura humana ao Criador; culto externo ou interno prestado à divindade; Fé; Prática dos preceitos divinos ou revelados".

As coisas já começam a ficar mais claras... Se estamos aqui falando de cristianismo, sim, Deus criou religião, e a verdadeira religião é fundamental para nos aproximarmos dEle. Religião, no sentido original, vem do latim religare, que significa “religação com o Divino". O homem, pelo egoísmo, ignorância, fraquezas e apegos (pecado) encontra-se separado, desligado do seu Criador. Religião é retomar essa ligação sagrada, e Jesus veio nos trazer exatamente isto, inquestionavelmente.

Volnei diz: “E a prova de que a religião não salva ninguém é Jesus Cristo, que nasceu no meio de uma família judaica, e e sendo judeu, por tradição familiar, Jesus nos ensinou que o caminho da salvação está nele. O problema de católicos, protestantes, espíritas, etc, é que colocam a religião acima de Deus.”

Novamente a mesma linha de raciocínio equivocada. Se Jesus ensinou que o Caminho da salvação está nEle, então nós precisamos ouvir o que Ele diz, seguir o que Ele falou e ensinou, observar o seu exemplo. Pois bem, fazer isso é praticar a religião! Então, essa separação que você faz, entre Jesus e religião, simplesmente não existe!

Vou dar alguns exemplos para ajudar a clarear mais a questão: Jesus mandou a Igreja batizar todo aquele que crê. Celebrou e mandou celebrar a Eucaristia, em sua memória. Mandou observar uma série de regras morais. Designou os apóstolos e deu-lhes autoridade sobre a doutrina. Mandou que confessássemos os nossos pecados. Bem, são exatamente essas coisas que a Igreja faz e ensina a fazer, obedecendo ao que ensinou Jesus Cristo, e tudo isso representa a prática da religião!

Volnei diz: "se estudassem um pouco de história, descobririam que ela na verdade foi fundada pelo imperador romano Constantino, que queria apenas o poder, já que não conseguiu destruir os seguidores de Cristo, "juntou-se" a eles, com o único objetivo de ganhar poder..."

Então, a história diz que Constantino inventou a Igreja?! Aí você caiu no meu conceito! Isso é uma estupidez, um absurdo tremendo, colossal! O que a História mostra é que Constantino revogou a proibição do culto cristão no Império romano, através do Édito de Milão. - Aliás, no tempo de Constantino, o Papa era Melcíades, 32º Sumo Pontífice da Igreja depois de Pedro. Assim, não há como se afirmar que Constantino seja o fundador da Igreja de Cristo, já que ele apenas deu liberdade aos cristãos, - que obviamente já existiam desde o século I, - acabando com mais de dois séculos e meio de perseguição e martírios.

Trata-se de uma questão extremamente simples, fácil de compreender e impossível de negar. É preciso um altíssimo grau de alienação da realidade para aceitar a ideia de que tenha sido um imperador romano que tenha fundado a Igreja, a partir do século IV. Nenhuma igreja protestante histórica (mais antigas) adota esse tipo de teoria da conspiração absurda para renegar a autoridade da Igreja Católica, pois tanto seus pastores quanto seus adeptos são pessoas mais bem formadas. Se quiser entender melhor essa questão, por favor, leia aqui, pois nós também já falamos sobre isso neste blog.

Aliás, você mesmo se contradiz, afirmando que Constantino, não conseguindo vencer os cristãos, juntou-se a eles. Ora, mas não foi ele quem inventou a Igreja? Se ele se juntou à Igreja para ganhar poder, como você diz, então você admite que a Igreja já existia antes dele.

Imagens na Igreja, de novo...
E aí vem você, o milésimo “evangélico” que entra aqui para falar das imagens na Igreja... Meu Deus, como é importante a paciência! Eu já respondi a isso umas mil vezes também. Quer dizer então que "a Bíblia é clara em proibir as imagens"? Mas você disse que não tem religião! Ora, se você crê na Bíblia como palavra de Deus, então você tem religião, sim senhor. E pelo teor da sua fala, a sua religião é a religião do livro, aquela que ensina que Deus se resume a um livro. Você é, como já percebi e mencionei, mais um "evangélico" que vem caluniar a Igreja Católica.

Mas que Bíblia seria essa, que você lê? A minha Bíblia diz que Deus mesmo ordena a confecção de imagens, em diversas situações: manda esculpir e colocar querubins sobre a Arca da Aliança, o objeto mais sagrado do Antigo Testamento. Manda Moisés esculpir uma serpente de bronze, através da qual o povo foi curado. Manda Salomão construir Seu Templo, repleto de imagens, esculturas de anjos, de bois, de leões, de querubins de duas cabeças, de seres alados, etc, etc... Está tudo na Bíblia! Então, vou explicar de novo: idolatria não é usar imagem no culto, isso sempre aconteceu, desde o tempo de Moisés: o problema eram as imagens dos ídolos, as imagens dos deuses pagãos. Idolatria seria adorar uma imagem como se fosse um deus, achando que aquela imagem é um deus. Isso é tão óbvio! Você acha mesmo que nós, católicos, somos tão ignorantes a ponto de achar que as imagens são deuses? Não acredito nisso, acho que você só teve uma formação equivocada. Acho que você teve a cabeça feita por um "pastor", e perdeu a capacidade de pensar por si mesmo. Se você tiver humildade suficiente para aprender coisas novas, leia aqui o que já publicamos sobre esse tema tão manjado. Se quiser aprofundar, tem muito mais aqui.

Contestações "evangélicas": as mesmas de sempre

O resto é o mesmo blablabla de sempre: você fala de pedir aos santos, de "adorar" Maria... Os santos são nossos irmãos do Céu, como diz a Bíblia, e a Igreja Católica nunca, jamais ensinou ninguém a "adorar" Maria. Leia sobre isso aqui, e entenda de uma vez por todas. Se preferir, veja aqui uma lista com as principais contestações "evangélicas" já respondidas neste blog, assim fica mais fácil.

Finalizando, observo mais uma vez que é muito engraçado que você, que critica a religião, venha defender ferrenhamente uma religião específica, a religião do livro, a religião dos "evangélicos"! Todas essas afirmações que você fez aqui saíram da boca de algum "pastor" e se instalaram na sua cabeça, como se fossem verdades absolutas! Você comprou a religião do "pastor", e pior: acha que não tem religião!

Deus os abençoe e lhes conceda discernimento, é o que peço em minhas orações.

Henrique Sebastião

Read more: http://vozdaigreja.blogspot.com/2002/05/pergunta-e-resposta-jesus-e-religiao.html#ixzz2IdoNHRqr

domingo, 14 de abril de 2013

Pergunta e resposta: origem da devoção à Virgem Maria


Um leitor anônimo enviou-nos a seguinte pergunta:

"As ações da Igreja Catolica falam mais do que mil palavras, por favor, coloque aí no blog relatos dos pais da igreja antes de Constantino que fale a favor de Maria como advocatriz e intercessora, que fale que eles pediam a ajuda dos apostolos e dicipulos quando esses já estavam mortos, chega de muitas palavras, você fala, enrola demais e mostra de menos, quem não lê a biblia pode até cair no teu conto, mas quem le a biblia meu amigo não cai mesmo, afinal é facil criar dogmas estranhos a palavra de Deus e fazer leigos que não liam a biblia engolir como lideres católicos já fizeram.Então para um melhor esclarecimento, estou esperando sua postagem com provas reais de que o que a igreja católica prega de diferente do protestantismo seja a correta."

Apesar do tom acusatório e provocativo, ficamos felizes com essa pergunta, porque abriu-nos a oportunidade de abordar um assunto importante e ainda inédito neste blog. Quando começou a devoção à Virgem Maria? A Igreja sempre viu a mãe de Jesus Cristo como mãe da própria Igreja, ou isso foi uma invenção posterior? Desde quando Maria é vista como nossa intercessora junto ao Senhor Jesus? Desde quando a Igreja pede proteção à Maria? As perguntas são mais do que válidas: são justas. Afinal, os textos da Bíblia não falam dessas coisas explicitamente.

Meu caro leitor anômimo, gostaria de começar a responder os seus questionamentos com o esclarecimento de um ponto que é fundamental: você diz que "quem lê a Bíblia não cai", isto é, nâo aceita as explicações contidas neste blog, que não são nossas, mas representam a doutrina da Igreja Católica. Você entende as coisas dessa maneira por uma razão muito simples: acontece que você segue a religião do livro, e nós, católicos, não. Nós seguimos a religião do Espírito Santo, que foi derramado sobre a Igreja por nosso Salvador Jesus Cristo. Há dois mil anos o Senhor, glorificado pelo Espírito Santo, entrou no Cenáculo de Jerusalém e derramou o Espírito da Ressurreição sobre a sua Igreja, na pessoa dos Apóstolos: “A paz esteja convosco! Recebei o Espírito Santo!” (João 20, 19ss) Jesus batizou a Igreja no Espírito Santo!

No Domingo da Páscoa, os Apóstolos tornaram-se realmente cristãos; receberam a vida nova do Cristo ressuscitado, foram transfigurados em Cristo! Aí nasceu a Igreja: na Ressurreição! Aí ela foi batizada no Espírito e recebeu o poder de batizar: “Como o Pai me enviou, assim eu vos envio!” (Jo 20, 21). Entende a enorme diferença? Toda a sua fé está engessada, presa às palavras literais de um livro. Nessa mentalidade limitada, só o que está escrito no livro, literalmente, "pode". O que não estiver escrito no livro, literalmente, "não pode". Isso é reduzir a Salvação de Jesus, o maravilhoso Caminho deixado por Cristo, a uma piada. Uma piada triste.

O cristianismo nunca foi religião do livro. Nós, católicos, temos a Bíblia como sagrada e cremos que ela é a palavra de Deus, sim, num certo sentido. Mas cremos sobretudo que a Palavra, o Verbo de Deus, por excelência, é o próprio Senhor Jesus Cristo, o Deus Vivo, o Cristo Resscuscitado, que não está limitado à letra morta. Sim, porque a própria Bíblia Sagrada nos ensina que "nem o mundo todo poderia conter os livros que teriam que ser escritos para falar sobre Jesus (Amém! - João 21, 25)". O Apóstolo São Paulo o esclareceu perfeitamente, ao dizer: "Deus nos fez ministros de um Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata e o Espírito vivifica (2Coríntios 3, 6)".

É claro que o Apóstolo não está aí afirmando que a Escritura é morta, ou que não tem valor. As Sagradas Escrituras são importantíssimas e úteis para nos instruir. O problema começa quando achamos que só o que está escrito é que vale, quando achamos o que está escrito mais importante do que a própria Igreja, que é dirigida pelo Espírito de Deus. Jesus diz: "os verdadeiros adoradores adoram em Espírito e em Verdade", Ele não diz "Os verdadeiros adoradores devem observar a Escritura para saber como adorar"...

Além disso, a própria Bíblia Sagrada ensina categoricamente que é a Igreja a coluna e o fundamento da Verdade: "Escrevo para que saibas como convém andar na Casa de Deus, que é a Igreja do Deus Vivo, a coluna e o fundamento da Verdade (1 Timóteo 3,15)". - A Bíblia, no século I, estava sendo escrita para que soubéssemos como seguir e como nos portar na Igreja! É a Igreja a Coluna e o Fundamento da Verdade! Outras traduções dizem "a firmeza e o sutentáculo da Verdade". Precisa mais do que isso? Sem dúvida nenhuma, a regra de fé e prática para o cristão é a Igreja instituída por Jesus Cristo, e não a Bíblia! A Bíblia não é e nem nunca foi, sozinha, o fundamento para o cristão. Veja, nos primeiros séculos do cristianismo, nos tempos da Igreja primitiva, a Bíblia simplesmente não existia ainda. E como se orientavam eles? Através da instrução da Igreja, a única Igreja que Cristo nos deixou e que hoje tem 2 milênios de existência: a Igreja Católica (Universal).

Resumindo, o grande erro dos que se chamam a si mesmos "evangélicos" é pensar que a Bíblia é mais importante do que a Igreja, poque não é! Jesus não escreveu nenhum livro, mas Ele, diretamente, instituiu a sua Igreja neste mundo (uma Igreja e não 'igrejas'), e garantiu-nos que as portas do inferno não prevaleceriam contra ela (veja Mateus 16, 16ss).

Acontece que a Bíblia é um livro, e mesmo sendo um livro sagrado, cada pessoa que a lê pode fazer uma interpretação diferente. Por isso existem milhares de "igrejas", das mais sérias até as seitas mais malucas, e cada uma ensina coisa diferente das demais, mas todas elas dizem que a sua interpretação da Bíblia é a certa. Reflita: se fosse para cada um ler a Bíblia, interpretar do seu jeito e sair por aí alugando salão e dizer que é "igreja", Jesus Cristo não teria dado a autoridade sobre sua Igreja Una aos Apóstolos, não é mesmo? - Depois de fundar a Igreja sobre Pedro, Jesus disse a este mesmo Pedro, líder dos Apóstolos: "Tudo o ligares na Terra será ligado no Céu, e o que ele desligares na Terra será desligado no Céu (Mateus 16,18ss)". É esta a autoridade que a Igreja possui na Terra, dada por Jesus Cristo.

O Senhor ainda disse aos Apóstolos que os pecados que eles perdoassem seriam perdoados, e os que eles não perdoassem seriam retidos (João 20, 23). Jesus não diz em momento algum que deveríamos seguir somente a Bíblia, ao contrário. E a própria Bíblia diz que devemos guardar não só o que foi escrito, mas também a Tradição da Igreja: "Então, irmãos, estai firmes e guardai a Tradição que vos foi ensinada, seja por palavras, seja por epístola nossa" (2 Tessalonicenses 2, 15). As epístolas dos Apóstolos formam a maior parte do Novo Testamento da Bíblia: a própria Bíblia afirma que devemos guardar não só a Escritura, mas também a Tradição, e os Apóstolos são ainda mais enfáticos: "Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que não anda segundo a Tradição que de nós recebeu" (2 Tessalonicenses 3, 6)! Você quer mais do que isso para entender o seu erro?

As tradições dos homens, como a tradição dos antigos fariseus e doutores da Lei de Moisés, foram substituídas pela Tradição da Igreja: Tradição esta que gerou a própria Bíblia Cristã, e não o contrário. Sim, e se não fosse a Igreja Católica, nós não teríamos a Bíblia, hoje, pois foi a Igreja mesmo que, por muitos séculos, durante as terríveis perseguições, preservou as Escrituras intactas. Quem escreveu a Bíblia (Novo Testamento) foram os Apóstolos; isto é, a Bíblia foi produzida pela Igreja! Consegue entender isto? Deus usou a Igreja para produzir a Bíblia, portanto, é muito importante entender que a Bíblia é filha da Igreja, e não a sua mãe! A Igreja produziu a Bíblia, e não a Bíblia produz a Igreja! Isto é um fato! Portanto, a autoridade de fé sobre a doutrina de Jesus Cristo está fundamentada na Igreja que Ele edificou sobre a Terra, e não somente na Bíblia Sagrada, que foi produzida, preservada e deve ser interpretada pela própria Igreja. Estando claros esses pontos fundamentais, entremos, afinal, na questão da devoção à Virgem Maria...

Pelo teor da sua mensagem, anônimo, pareceu-nos que você acredita que a devoção à Virgem Maria começou depois de Constantino, ou que foi Constantino quem "inventou" essa devoção... Por isso é que pede alguma prova de que a Igreja que existia antes de Constantino já cultivava tal devoção. Bem, pessoas que acreditam nesse tipo de coisa devem acreditar também que o mundo vai acabar em 2012, que os iluminatti vão dominar o mundo, que o homem nunca foi à lua (era tudo armação dos EUA), etc, etc... Tudo isso é teoria da conspiração pura.

Respondendo, finalmente, à pergunta, a devoção à Santíssima Virgem Maria começou com o próprio cristianismo. Naquela singela casa de Nazaré, há dois milênios, encontramos o Anjo Gabriel, enviado por Deus, saudando Maria! “Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lucas 1, 28). Com estas palavras, que vêm diretamente do Céu, começou a devoção mariana. Quem pode negar a evidência deste fato?

"Desde agora, todas as gerações me proclamarão Bem-aventurada!" (Lucas 1, 48). No Evangelho, Maria faz uma profecia que a Igreja Católica sempre cumpriu, mas as novas "igrejas evangélicas" não, jamais. Maria, cheia do Espírito Santo e grávida do próprio Jesus Cristo, profetiza que será aclamada bem-aventurada por todas as gerações; os "pastores evangélicos" a chamam de "mulher como outra qualquer"... E ainda acham que seguem a Bíblia!

E quando Maria, única guardiã do anúncio do Anjo, visita Isabel, depois da longa viagem da Galileia até a Judeia, ao ouvir a saudação de Maria, a mãe de João Batista percebe que o menino salta de alegria dentro dela, enquanto o Espírito Santo a atravessa e lhe sugere estas palavras: “Bendita és tu entre as mulheres! Bendito é o fruto do teu ventre! Donde me vem a honra de que venha a mim a mãe do meu Senhor?” (Lc 1, 42-45). Quem ousa dizer que isso não é a devoção mariana, registrada no Evangelho? Pois é exatamente isto que nós, católicos, pensamos e dizemos de Maria, até hoje.

Vamos à narração do Natal. O Evangelho de Lucas refere: “Quando os anjos se afastaram deles em direção ao Céu, os pastores disseram uns aos outros: 'Vamos a Belém ver o que aconteceu e o que o Senhor nos deu a conhecer'. Foram apressadamente e encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura” (Lucas 2, 15-16). É claro que os pastores, após terem se ajoelhado diante do Menino, devem ter lançado um olhar àquela mãe especialíssima, e podem muito bem ter exclamado: “Feliz és tu, Mãe deste Menino!". Bem, iso seria uma pura expressão de devoção mariana.

Passemos ao evangelista Mateus, que narra a chegada dos Magos em Belém e usa estas palavras: “E a estrela que tinham visto no Oriente ia diante deles, até que, chegando ao lugar onde estava o Menino, parou. Ao ver a estrela, sentiram imensa alegria; e, entrando na casa, viram o Menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, adoraram-No (Mt 2, 9-11)”. Podemos imaginar a emoção dos Magos, os quais, após uma longa e aventurosa viagem, tiveram a alegria de ver o Menino tão esperado e desejado! Porém, não nos afastamos da verdade dos fatos, se imaginarmos também que os Magos, depois da adoração do Menino, tenham olhado para Maria cheios de respeito e admiração: a que mulher poderia ser concedida tamanha graça, de gerar e ser mãe do próprio Deus? Simples, não é? Pois isto é devoção mariana, percebida nas entrelinhas do Evangelho.

Nas passagem das bodas de Caná, vemos que o Senhor "adiantou a sua hora", nas suas próprias palavras, somente por um pedido de sua mãe, Maria, que intercedeu por aqueles noivos. Depois do primeiro milagre de Jesus, os servos, que acompanharam aqueles fatos, podem muito bem ter pedido à Maria, dizendo algo mais ou menos assim: “Jesus escutou-te! Fala-lhe de nós e pede uma bênção para as nossas famílias!”. Isto seria algum absurdo? Não. Mais um exemplo do que é a devoção mariana. E aqueles noivos, certamente devem ter agradecido à intervenção de Maria, dizendo algo como: “Obrigado por teres pedido por nós! Tua intervenção salvou a nossa festa!”... Claro que o agradecimento principal seria ao próprio Jesus, afinal foi Ele quem deu o vinho. Mas, se Maria não tivesse pedido pelos noivos, ele não o teria feito, e o Evangelho é muito claro nesse sentido.

Assim começa a devoção mariana. E continua, pelos séculos, sem interrupção. A verdade histórica é: Maria, a partir das palavras pronunciadas pelo Anjo Gabriel (que eram as palavras do próprio Deus para ela, afinal o anjo é mensageiro do Criador), foi imediatamente vista com admiração, com um carinho especial. E logo sua intercessão foi invocada, pelo motivo óbvio: seu particular vínculo com Cristo, o vínculo da maternidade! Portanto, quando recorrermos à Maria para pedir algum favor, não nos encontramos fora do contexto do Evangelho, mas totalmente dentro dele.

Sei que aqui alguns questionarão dizendo que Maria não se encontra mais entre nós, e que isso faz toda a diferença. Segundo estes, não é a mesma coisa pedir a oração de um irmão que está ao nosso lado, agora, e um santo que morreu há muito tempo, por exemplo. Bem, nós já tratamos deste assunto específico neste blog, e você pode ler e comprovar (biblicamente inclusive) que os santos no Céu estão mais vivos do que nós, aqui na Terra, e permanecem em íntima união com Deus. Leia aqui.


Primeira representação conhecida da Virgem Maria
(Catacumbas de São Priscilla - século II)

A partir daqui, passamos da demonstração teológica e da fundamentação bíblica para a apresentação das provas históricas, arqueológicas e documentais. Provas históricas da devoção à Virgem Maria (além da própria Bíblia Sagrada), desde o início da Igreja existem, e são muitas. A mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo foi honrada e venerada como Mãe da Igreja desde o início do cristianismo. Já nos primeiros séculos, essa devoção está presente e pode ser reconhecida, por exemplo, nas evidências arqueológicas das catacumbas, que demonstram a veneração que os primeiros cristãos tinham para com a Santíssima Virgem. Tal é o caso de pinturas marianas das catacumbas de Priscila, do século II, local onde os primeiros cristãos se reuniam, ocultos aos romanos: um deles mostra a Virgem com o Menino Jesus ao peito e um profeta, identificado como Isaías, ao seu lado[1]. Nas catacumbas de San Pedro e San Marcelino também vemos uma pintura do século III ou IV, que mostra Maria entre Pedro e Paulo, com as mãos estendidas em oração.

Outro magnífico exemplo da devoção à Santa Maria nos primórdios do Cristianismo é a oração "Sub Tuum Praesidium" (Sob Vossa Proteção) do século III, que pede a intercessão de Maria junto a Jesus Cristo: "Sub tuum praesidium confugimus, sancta Dei Genetrix; nostras deprecationes ne despicias in necessitatibus nostris, sed a periculis cunctis libera nos semper, Virgo gloriosa et benedicta. Amen". Tradução: "À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades; mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita. Amém. - Precisa mais?

Os Padres do século IV elogiam de muitos modos a Mãe de Deus. Epifanio refutou o erro de uma seita árabe que tributava idolatria à Maria: depois de rejeitar tal culto, ele escreveu: "Sejam honestos para com Maria! Seja adorado somente o Senhor!". A mesma distinção vemos em Santo Ambrósio, que, depois de exaltar a "Mãe de todas as virgens", esclarece que "Maria é o templo de Deus, e não o Deus do templo"; para prestar sua legítima devoção mariana, livre de enganos, ele distinguiu o lugar devido a Deus Altíssimo e o lugar da Virgem Maria.

Na Liturgia Eucarística também constam dados confiáveis que demonstram que a menção à Maria nas Orações remonta ao ano 225, e também nas antiquíssimas festas do Senhor, da Encarnação, da Natividade e da Epifania: todas homenageavam a Mãe do Senhor e da Igreja.


O testemunho dos primeiros presbíteros

O primeiro registro escrito da Patrística de que dispomos sobre Maria é o de Santo Inácio de Antioquia (bispo entre os anos 68 e 107 dC). Combatendo os Docetistas, ele defende a realidade humana de Cristo para dizer que pertence à linhagem de Davi, verdadeiramente nascido da Virgem Maria. Afirmando que Cristo foi concebido em Maria e nascido de Maria, e que a sua virgindade pertence a um Mistérios escondidos no Silêncio de Deus.

São Justino (martirizado no ano 167) refletiu sobre o paralelismo entre Eva e Maria: "Se por uma mulher, Eva, entrou no mundo o pecado, por uma mulher, Maria, veio ao mundo o Salvador". No Diálogo com Trifão, Justino insiste sobre a verdade da maternidade de Maria sobre Jesus e, como Santo Inácio de Antioquia, enfatiza a verdade da concepção virginal e incorpora o paralelo Eva-Maria para a sua argumentação teológica.

A teologia mariana é um tema constante dos primeiros presbíteros da Igreja. Santo Irineu de Lyon (nascido no ano 130), em uma polêmica contra os gnósticos e docetistas, salienta a geração de Cristo no ventre de Maria. Também da maternidade divina lança as bases da sua cristologia: é da natureza humana, assumida pelo Filho de Deus no ventre de Maria, que torna possível a morte redentora de Jesus chegar a toda a humanidade. Também digno de nota é sua abordagem sobre o papel maternal de Maria em relação ao novo Adão, em cooperação com o Redentor.

No Norte de África, Tertuliano (nascido aprox. no ano 155), em sua controvérsia com o gnóstico Marcião, afirma que Maria é a Mãe de Cristo, - portanto Mãe de Deus, - pois o Senhor foi concebido em seu ventre virginal.

No século III começou a ser usado o título Theotokos (Mãe de Deus). Orígenes (185-254 dC) é a primeira testemunha conhecida deste título. Em seus escritos aparece, pela primeira vez, a sentença Sub tuum praesidium, que, como dito acima, é um apelo à intercessão da Virgem Maria. Órígenes também define Maria como modelo e auxílio dos cristãos. Já no século IV o mesmo título é usado na profissão de fé de Alexandre de Alexandria contra Ário.

A partir daí, muitos e muitos presbíteros explicaram a dimensão teológica desta verdade. - Efrém, Atanásio, Basílio, Gregório Nazianzeno, Gregório de Nissa, Ambrósio, Agostinho, Proclo de Constantinopla, etc... A tal ponto que o título de "Mãe de Deus" torna-se o mais utilizado quando se fala de Santa Maria. Obviamente, "Mãe de Deus" não implica que Maria é "deusa", e sim que Jesus Cristo, seu filho, era plenamente homem e também plenamente Deus. Se Jesus é Deus, e Maria sua mãe, ela é e será sempre a mais agraciada entre todas as mulheres, pois foi a mãe de Deus.

1. LAZAREFF, Victor Nikitich. Studies in the Iconography of the Virgin, The Art Bulletin, London: Pindar Press, pp. 26-65.


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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Postulantes Capuchinhos da PRONEB participam de concerto


No dia 07 de Abril, cinco postulantes Capuchinhos da PRONEB participaram do concerto de Páscoa na cidade de Natal/RN. Momento de muita alegria e de convivência fraterna. Participaram deste momento os postulantes: Lenivaldo, Júnior, Ismael, Luan e Ivson.




Jovens se confessam em Altinho/PE





90 anos do frei Miguel de Anadia, OFMCap.


O santo confessor, frei Miguel de Anadia completou 90 anos, neste 11 de abril, e comemorou com uma missa em ação de graças a Deus pelo dom da vida, durante a celebração das 19h30, na Igreja do convento dos capuchinhos de Caruaru. Chegar ao 90º aniversário é definitivamente uma razão para comemorar. Poucas pessoas podem se vangloriar de estar vivo por nove décadas.

Uma pessoa que completa 90 anos tem muitas realizações e conquistas para se orgulhar. Assim frei Miguel que leva uma vida de orações, trabalhos na horta comunitária do convento e em atender confissões (daí ser chamado de santo confessor pelos fiéis que são atendidos por ele), teve uma festa repleta de fiéis da comunidade e seus confrades que vieram até de outros Estados para celebrar com ele seu 90º aniversário.

Charles Cavalcanti.

Show com Joanna e artistas locais em prol da Festa de Frei Damião 2013


Muitas pessoas já estão adquirindo os ingressos para o show de Joanna e artistas locais, no Teatro Guararapes. Adquira já o seu aqui no Convento São Félix, ou a partir do dia 11/04 nas livrarias Paulinas e Paulus no centro do Recife. Venha participar desse momento de alegria!

Programa Manha Franciscana com Frei Tiago Santos


Olá amigos, irmãos e irmãs, vocacionados, paz e bem!
Impulsionados pelo desejo de contribuir na evangelização 
estamos também na web com um programa na página 
"webradiocapuchinhos.com, conecte-se conosco.

Frei Capuchinho relata experiência de missão no Haiti





Frei Capuchinho relata experiência de missão no Haiti
ESCRITO POR CRB COMUNICAÇÃO LIGADO 05 ABRIL 2013. PUBLICADO EM DESTAQUE
Por Jaime Carlos Patias |04.04.13 | Os frades capuchinhos estão no Haiti para desenvolver a missão nas suas mais variadas características. “Francisco de Assis sempre nos ensinou a viver assim, não escolhendo o que fazer, mas abraçando o que a providência oferece, vivendo a ‘perfeita alegria’ da missão”. É o que conta o frei gaúcho de Nova Alvorada, Adani Carlos Guerra, OFMCap, após breve experiência de colaboração missionária no Haiti. Para isso, os freis priorizam o encontro e a relação com as pessoas.

" Alguns dias atrás estive pensando: seria o cúmulo do egoísmo comprar ou ganhar uma garrafa de vinho, do bom, e tomar sozinho! Nada melhor e mais fraterno do que convidar um, ou alguns irmãos, para uma boa conversa, para uma simples partilha. O que pensam? Parece bom, não é? Imagino-me agora, então, junto a vocês que lêem este artigo, tomando este bom vinho e partilhando minha rica experiência de ter estado no Haiti. Vamos tomar este bom vinho? Espero que gostem também da partilha!

No ano de 2011 fui agraciado com um dos mais belos presentes que um religioso poderia receber: realizar uma experiência missionária na comunidade de Abacou, no Haiti. A princípio seria em Corail, mas como os planos de Deus não são os planos dos homens, o meu destino acabou sendo este vilarejo encantador chamado Abacou.
Os frades capuchinhos estão no Haiti para desenvolver a missão nas suas mais variadas características. Francisco de Assis sempre nos ensinou a viver assim, não escolhendo o que fazer, mas abraçando o que a providência oferece, vivendo a "perfeita alegria" da missão. Para isso, os freis priorizam o encontro e a relação com as pessoas. E foi essencialmente para isto que fui: ser um irmão entre os irmãos haitianos.
De todos os momentos vividos e de todos os trabalhos realizados, algo ficou em mim, mas o mais forte que me vem à consciência cotidianamente é a lição do amor e da simplicidade daquele povo. É claro, ficaram ainda as amizades feitas, os abraços apertados, as longas caminhadas, os risos bobos, as brincadeiras com as crianças, os sorrisos que reciprocamente cada dia se faziam presentes em nossos rostos sem motivos especiais, as conversas à luz da lua que a todo momento borrifam em minha memória o perfume da missão que comunguei.
Esta "jornada no Haiti", como carinhosamente tenho chamado, pode ser dividida em dois grandes momentos: primeiro, enquanto uma presença humilde na fraternidade e nos locais por onde passei; presença que não foi para tirar simplesmente proveito pessoal, mas para se dedicar aos que mais necessitam, por causa de um tal de Reino. E, junto a isto, o aprendizado do Creol (idioma popular haitiano), pois assim mais facilmente consegui chegar aos corações das pessoas.
Segundo, a colaboração com a missão que se deu através de trabalhos manuais na casa dos freis e na paróquia onde ajudei em suas organizações, visitando os doentes e famílias, conduzindo celebrações no pequeno vilarejo, colaborando na escola de informática, acompanhando o grupo Juventude Franciscana (JUFRA), entre outros. Foram dias de desafios e conquistas, choros e alegrias, vivências e convivências. Dias de intensa experiência franciscana-capuchinha.
Mas o que ainda gostaria de ressaltar é como via minha presença no Haiti. Desde minha opção em estar lá, tive em mente que não iria como uma presença solitária ou isolada, mas o pós-noviciado da nossa província do Rio Grande do Sul é que estaria contribuindo com a missão.
Desafios? Sim, existiram, mas sempre foram regados pelo amor. Onde há amor tudo pode ser encarado de forma diferente. O amor ensina-nos dar passos sempre com um sorriso no rosto, a manter o olhar sempre no horizonte, na causa. O amor sustenta, encoraja e até ensina a rir das dificuldades.
Os desafios foram muitos e grandes, porém, incomparáveis com a graça de Deus nesta experiência missionária. Depois dela, sinto-me um humano diferente, um frade diferente. Vejo-me mais cuidadoso, mais sensível, mais atento, mais terno, mais brincalhão com as pessoas, principalmente com aquelas que estão diariamente ao meu lado. Esta missão foi minha grande escola. Ao escrever agora, estou retomando cada lição. É, aprendi a aprender com quem muito pouco tinha. No final desta experiência, talvez pudesse me perguntar: o que aprendi? Ah, tanto! Mas, principalmente, aquilo que o poeta já escreveu e o cantor já entoou: o segredo é simples, o segredo é o amor! E aquilo que o Pequeno Príncipe já disse: "o essencial é invisível aos olhos". Isto aprendi.
Ao contar tudo isto, surge no meu coração, um grande sentimento de gratidão. Assim, pois, quero agradecer aos dois últimos conselhos provinciais pelo apoio, pela confiança depositada em mim e pela oportunidade de realizar uma experiência tão bonita. Isso foi possível graças a vocês! Agradeço também à vice-província Madre del Divino Pastor, pela acolhida e força durante o ano, em especial aos freis brasileiros, haitianos e franceses que compartilharam a vida no Haiti, e, mais especial ainda, aos freis Sérgio Defendi, Frantz Gilles e Cadelin Prosper, pela maravilhosa experiência de fraternidade. Não posso me esquecer dos freis amigos de nossa província, principalmente os pós-noviços, que sempre me fortaleceram com os vários e-mails portadores de uma força motivacional de suma importância. A todos quero dizer: muito obrigado!
Por fim, arrisco-me dizer que o estágio foi um tempo de graça, onde experimentei que "Deus, por meio do seu poder que age em nós, pode realizar muito mais do que pedimos ou imaginamos" (Cf. Efésios 3, 20). Como dizia meu amigo frei André Barros: "O que permanece? O que parte? A esperança de um retorno, um povo repleto de frei Adani e um frei Adani mais haitiano".
Que Deus nos conduza... Com gratidão.
Fonte: Frei Adani Carlos Guerra, OFMCap, Província Sagrado Coração de Jesus do Rio Grande do Sul.

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