Sejam Bem-Vindos!

"É uma grandiosíssima calúnia dizer que tenho revoltas contra a Igreja. Eu nunca tive dúvidas sobre a Fé Católica, nunca disse nem escrevi, nem em cartas particulares, nem em jornais, nem em quaisquer outros escritos nenhuma proposição falsa, nem herética, nem duvidosa, nem coisa alguma contra o ensino da Igreja. Eu condeno tudo o que a Santa Igreja condena. Sigo tudo o que ela manda como Deus mesmo. Quem não ouvir e obedecer a Igreja deve ser tido como pagão e publicano. Fora da Igreja não há salvação."
Padre Cícero Romão Batista

domingo, 11 de novembro de 2012

Somos vocacionados capuchinhos


Certa vez, em minha historia vocacional, encontrei juntamente com meus amigos um grupo de jovens adolescentes que foram em nosso colégio fazer uma animação vocacional. Na época eu não sabia o que era vocação, vida consagrada, capuchinhos e de onde vinham os padres e as freiras. Porém, um dos meus amigos perguntou antes de entrarmos no auditório: Quem são vocês?. E eles responderam com toda devoção: Somos vocacionados capuchinhos! Depois da animação, pode te certeza, a única coisa que nunca esqueci foi esta resposta. Anos passaram e hoje eu me encontro fazendo partir da fraternidade dos frades capuchinhos da nossa Província Nossa Senhora do Carmo. Sabemos que a palavra vocação vem do verbo latino vocare, que significa chamar. E é claro que todo chamado requer uma resposta. Todavia, o chamado de Deus e a resposta do ser humano não se dar do mesmo modo como acontece no dia-a-dia de nossas vidas. Esse chamado requer uma resposta que irá mudar para sempre o rumo de quem responde. É isso que acontece quando uma pessoa é chamada pela “absoluta liberdade de Deus, que chama, e a liberdade humana que responde a esse chamado”(1). Um chamado onde Deus entra em diálogo com a alma humana e recebe uma resposta. Podendo receber sim ou não como resposta. Porém, nunca deixará de chamar o ser humano e de lhe apresentar seu Projeto de Amor(2).
                           Aprofundando um pouco mais sobre o significado do chamado, diríamos que vocação é “uma escuta interior de um apelo que dá sentido e valor à vida interior”(3). Um “encontro do homem com seu autêntico caminho, fazendo-o centrar-se na dimensão mais profunda de sua existência”(4). Um encontro que dá sentido e realização, pois só Deus tem o direito de propôr ao homem um destino que pode muda totalmente o rumo de sua vida(5). Um ato divino da livre escolha de Deus para com o homem: “Non vos me elegistis, sed ego elegi vos”(6). Portanto, o ponto de partida para compreendermos o ser humano é sua vocação, isto é, Deus o cria e espira-lhe, através do Espírito Santo o seu Infinito Amor. Este amor misterioso impresso no ser humano, por sua vez, é o espaço do encontro entre Deus que chama e o homem que responde(7). E neste espaço que ser realiza o verdadeiro amor e se compreende a chave da vocação(8). Um espaço que só Deus pode entrar e que só nós podemos responder. Sendo assim, toda vocação é o resultado da escolha e do chamado de Deus e da resposta individual que damos depois de um diálogo profundo com o Senhor.
                            Responder a um chamado é sempre um desafio, principalmente quando este chamado parte do amor misericordioso de Deus. Ao longo de sua revelação Una e Trina nunca deixou de chamar e de receber uma resposta, pois a resposta é sempre o resultado deste misterioso chamado. Mais porque Deus Verbo sempre está nos chamando?. O que Deus em seu Mistério Inesgotável deseja com nossa resposta? Em sua Eterna Existência, o Senhor, chama e deseja que nos tornemos semelhantes a Jesus e participante  de sua missão(9). Semelhante, significa: aderir à sua pessoa, torná-lo presente no mundo, ser portador de sua mensagem salvadora; receber sua verdade, caminhar na luz e finalmente ser livre(10). Porém, seguir Cristo “não é uma imitação exterior, pois o chamado atinge o homem na sua profunda interioridade”(11). Sendo assim, a resposta necessita de um desejo humano de imitá-lo no mais profundo do seu ser, para isto, necessita de uma radical conversão até que se oriente até Ele. Transcender-se até Ele, desejar-se até Ele, deslocar-se Nele. E acima de tudo, deixar-se amar por ele, aceitar ser amado e acolher seu amor(12).
                            Voltando-nos para nossa espiritualidade franciscano-capuchinha, temos como exemplo de um autêntico vocacionado, nosso pai São Francisco. Toda sua aventura e de seus amados irmãos até hoje tem sua origem no chamado de Deus: “E depois que o Senhor me deu irmãos ninguém me mostrou o que eu deveria fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu devia viver segundo o forma do Santo Evangelho”(13). Fazendo a experiência do Verbo Encarnado e do crucifixo de São Damião, Francisco responde: “Isso é o que eu quero, isso que procuro, é isso que eu desejo fazer de todo o coração”(14).  E em todos os momentos de sua vida, “levava Jesus em seu coração, Jesus em sua boca, Jesus nos ouvidos, Jesus nos olhos, Jesus nas mãos, Jesus em todos os outros membros”(15). Graças há esse encontro com Deus na pessoa de Jesus Cristo, Francisco apresentar-se para todos nós como exemplo de fidelidade, imitação, conformidade e seguimento. Graças a sua vocação, Francisco nos estimula na perfeita de nossa resposta e nos auxilia através de seu testemunho diante do Infinito Amor: “Deus meu, meu tudo!”(16).
                              Como vocacionados capuchinhos herdamos um patrimônio espiritual franciscano que perpassa os séculos. Somos herdeiros da “cópia e a imagem mais perfeita que jamais houve de Jesus Cristo”(17). Sendo assim, seremos sempre herdeiros e fiéis capuchinhos quanto maior for nossa semelhança com Jesus Cristo e observantes de nossa Regra(18) e nossas Constituições(19). Nosso carisma se destinge entre outras coisas: pela contemplação de Cristo; no desprendimento, na paciência em suportar toda espécie de perseguição; pelo ardor da pregação; pelo fervor na ação e na caridade aos mais necessitados; pela pobreza e simplicidade. Desenvolvendo na convivência fraterna com nossos irmãos no amor multo, atrai-nos à simpatia e o carinho do povo por onde passamos nas ruas com nosso hábito; seja nos grandes centros ou nos pequenos povoados. Por fim, o capuchinho é o homem que respeitando seus votos exerce uma influência extraordinária no coração das pessoas, sejam elas crianças, adultos e principalmente os jovens que se sentem atraído pela espiritualidade franciscano-capuchinho. Que o Senhor nos abençoe e nos guarde!. Que Ele mostre a sua face e se compadeça de nós! Que o Senhor ser volte para nós e nos dei sua paz! Amém!

Um comentário:

Anônimo disse...

Realmente irmão precisamos ser convictos e perseverantes em nossa vocação! IGOR REZENDE

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