Sejam Bem-Vindos!

"É uma grandiosíssima calúnia dizer que tenho revoltas contra a Igreja. Eu nunca tive dúvidas sobre a Fé Católica, nunca disse nem escrevi, nem em cartas particulares, nem em jornais, nem em quaisquer outros escritos nenhuma proposição falsa, nem herética, nem duvidosa, nem coisa alguma contra o ensino da Igreja. Eu condeno tudo o que a Santa Igreja condena. Sigo tudo o que ela manda como Deus mesmo. Quem não ouvir e obedecer a Igreja deve ser tido como pagão e publicano. Fora da Igreja não há salvação."
Padre Cícero Romão Batista

segunda-feira, 23 de maio de 2011



Santa Clara de Assis sempre foi bastante conhecida nos lugares em  que estiveram presentes os franciscanos. Normalmente era representada como uma freira vestida de marrom, com o rosto envolvido em toucas e palas brancas, e com uma custódia do Santíssimo Sacramento na mão. Sabia-se que ela tinha vivido no tempo de São Francisco e tinha sido sua discípula.

A custódia na mão, contava-se, lembrava que ela tinha expulsado invasores sarracenos do seu convento mostrando a Eucaristia. Na realidade, ainda não haviam custódais no tempo dela. Pelo seu Processo de canonização, sabemos que ela mandou levar a Eucaristia em uma caixinha ou teca para detrás de uma porta que isolava os invasores. Seu poder foi o da oração. No século XX, com a descoberta de novos documentos, encontramos uma Santa Clara com muitos valores:        
  • Um seguimento que pode ter superado o de São Francisco;         
  • Uma profunda espiritualidade dos esponsais com Deus: na linha da Bíblia, dos Santos Padres e dos místicos medievais;   
  •  Um ensinamento claro e original sobre a contemplação;   
  • Escritos muito espirituais.
João Paulo II disse que o amor entre ela, Francisco e Jesus era um mistério a ser considerado na contemplação. Cada um já tinha descoberto Jesus Cristo, mas O descobriram ainda melhor um no outro.

Hoje nós podemos dizer que ela não foi uma simples discípula de São Francisco: foi mãe de uma espiritualidade que está sendo chamada de francisclariana.         
O pai de Clara chamava-se Favarone; a mãe, Hortolana. Ela era a filha mais velha e só teve duas irmãs: Catarina (mais tarde consagrada com o nome de Inês por São Francisco) e Beatriz.
Em 1210 ou 1211, Clara e Francisco se encontraram. Eles tiveram vários encontros, em que devem ter falado sobre Jesus, sobre a vocação dela e sobre os planos para ela entrar em uma nova vida.
Antes de entrar, Clara vendeu tudo que lhe ia caber como dote quando se casasse e distribuiu o dinheiro aos pobres. Francisco exigia isso de seus discípulos, lembrando a exigência de Jesus ao moço rico.
Clara conta em seu Testamento espiritual que São Francisco teve uma inspiração quando estava reformando a Igreja de São Damião e convidou os pobres a ajudá-lo na construção de um futuro mosteiro onde "viveriam umas mulheres de vida tão santa que isso repercutiria em toda a Igreja". Ele começou uma restauração verdadeira da Igreja através das pedras vivas que foram Clara e suas Irmãs, os frades e os seculares franciscanos.
Francisco combinou com Clara que ela sairia de casa no Domingo de Ramos. Ela tinha que se apresentar na catedral com suas melhores roupas (era o dia de seus esponsais com Cristo). Lá, o bispo Dom Guido, lhe entregou um ramo de oliveira, como um sinal. De noite, depois de afastar milagrosamente pesadas colunas e tronco, ela saiu pela "porta dos mortos" (só usada quando havia algum enterro) e foi para a Porciúncula, a capelinha de Nossa Senhor dos Anjos.
 Na Porciúncula, depois de ter preparado tudo de acordo com o cerimonial do tempo, fazendo os frades esperar com velas acesas e conduzir a candidata até o altar, São Francisco cortou os cabelos dela, como sinal de consagração, e lhe deu o hábito dos franciscanos.
 Dessa forma, na Igrejinha de Santa Maria dos Anjos, que fora preparada por Francisco no lugar desacampado chamado Porciúncula - mais tarde doado pelos beneditinos aos franciscanos - nasceram a Ordem de São Francisco e a Ordem de Santa Clara.
Em São Damião, eram igualmente Irmãs. Foi uma grande inovação de Clara: nos Mosteiros antigos, só as nobres ou ricas eram monjas, rezavam o Ofício Divino e apreendiam a ler e escrever. As outras eram chamadas de "conversas" e pegavam o trabalho pesado. As clarissas dedicavam muito tempo à oração, mas também se dedicavam a trabalhos domésticos e a fiar, tecer e costurar. Algumas saíam para ir prestar serviço às pessoas necessitadas.
Na manhã do dia 11 de agosto do ano de 1253, depois de sessenta anos de vida terrena, de pouco mais de quarenta anos de consagração religiosa, de uma enfermidade de quase trinta anos e de uma intensa vida de oração, chegou a hora de Clara ir ao encontro do Esposo. Passou seus últimos dias na cama. Confortada pela presença de suas irmãs e dos antigos companheiros de São Francisco, ela ainda deixou grandes ensinamentos. Na antevéspera de sua morte, foi atendido o seu último desejo: Receber a Regra assinada pelo Papa Inocêncio IV para poder beijá-la antes de morrer.
Santa Clara foi canonizada no ano de 1255, pelo Papa Alexandre IV, sua festa é celebrada no dia 11 de agosto.

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