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"É uma grandiosíssima calúnia dizer que tenho revoltas contra a Igreja. Eu nunca tive dúvidas sobre a Fé Católica, nunca disse nem escrevi, nem em cartas particulares, nem em jornais, nem em quaisquer outros escritos nenhuma proposição falsa, nem herética, nem duvidosa, nem coisa alguma contra o ensino da Igreja. Eu condeno tudo o que a Santa Igreja condena. Sigo tudo o que ela manda como Deus mesmo. Quem não ouvir e obedecer a Igreja deve ser tido como pagão e publicano. Fora da Igreja não há salvação."
Padre Cícero Romão Batista

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Devemos formar o coração. De outro modo, formamos pequenos monstros», disse papa aos superiores de congregações

 «A Igreja deve ser atrativa. Acordai o mundo. Sede testemunhas de um modo diferente de fazer, de agir, de viver», pediu o papa Francisco aos membros da União dos Superiores Gerais dos Institutos Religiosos Masculinos.
Na conversa que decorreu a 29 de novembro, no Vaticano, o papa dirigiu um aviso aos formadores dos seminários: «Devemos formar o coração. De outro modo, formamos pequenos monstros», lê-se no site da revista italiana “La Civiltà Cattolica”, que esta sexta-feira publica a transcrição da intervenção de Francisco.
As palavras do papa elogiaram o empenho do seu antecessor, Bento XVI, no combate à pedofilia, e lançaram um alerta no que diz respeito ao denominado «tráfico de noviças», ou seja, o recrutamento maciço de jovens religiosas em países fora da Europa por parte de algumas congregações, com o objetivo de as fixar no Velho Continente.
«É possível viver de maneira diferente neste mundo. Estamos a falar de um olhar escatológico [que diz respeito ao fim dos tempos], dos valores do Reino incarnados aqui, sobre esta terra. Trata-se de deixar tudo para seguir o Senhor. Não quero dizer “radical”. A radicalidade evangélica não é somente dos religiosos; é pedida a todos», apontou.
Depois de sublinhar o caratér «profético» dos religiosos, Francisco assinalou que «a vida é complexa, é feita de graça e de pecado»: «Se alguém não peca, não é um homem. Todos erramos e devemos reconhecer a nossa fraqueza».
«Um religioso que se reconhece fraco e pecador não contradiz o testemunho que é chamado a dar, mas na realidade reforça-o, e isto faz bem a todos», disse Francisco, que apelou ao «testemunho especial» por parte dos membros das congregações.
Nos seminários, prosseguiu o papa, deve-se «formar o coração»; de outra forma formam-se «pequenos monstros», que depois «formam o povo de Deus»: «Isto faz-me ficar realmente com pele de galinha».
As instituições que educam os futuros padres podem aceitar «os pecadores, mas não os corruptos», salientou Francisco, acrescentando que a ação de Bento XVI contra os abusos sexuais deve «servir de exemplo para ter a coragem de assumir a formação pessoal como sério desafio, tendo sempre em mente o povo de Deus».
Continuando a falar da formação, o papa realçou que os efeitos nefastos do fingimento e clericalismo minam a vida religiosa, a começar no noviciado: «A hipocrisia, fruto do clericalismo, é um dos males mais terríveis».
«Não se resolvem os problemas simplesmente proibindo de fazer isto ou aquilo», vincou Francisco.
Os carismas dos fundadores das ordens religiosas, que determinam a sua identidade espiritual e apostólica ao longo dos séculos, não são como «uma garrafa de água destilada»: «É preciso vivê-los com energia, relendo-os também culturalmente».
«Cometeremos sempre erros, não tenhamos dúvidas. Mas isto não deve travar-nos, porque há o risco de cometer erros maiores», apontou Francisco, salientando que a Igreja deve sempre «pedir perdão e olhar com muita vergonha para os insucessos apostólicos causados pela falta de coragem».
«Pensemos, por exemplo, nas intuições pioneiras de Matteo Ricci [missionário jesuíta dos séculos XVI e XVII, conhecido pela capacidade de adaptar-se à cultura e mentalidade da China, território que procurou evangelizar e onde morreu], que no seu tempo foram deixadas cair».
Francisco afirmou-se convicto de que «as grandes mudanças da história realizaram-se quando a realidade foi vista não do centro, mas da periferia».
«É preciso conhecer a realidade pela experiência, dedicar tempo para ir à periferia, para conhecer verdadeiramente a realidade e a vida das pessoas»; caso contrário, prevalecem «abstrações ideológicas e fundamentalistas», o que «não é saudável».

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