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"É uma grandiosíssima calúnia dizer que tenho revoltas contra a Igreja. Eu nunca tive dúvidas sobre a Fé Católica, nunca disse nem escrevi, nem em cartas particulares, nem em jornais, nem em quaisquer outros escritos nenhuma proposição falsa, nem herética, nem duvidosa, nem coisa alguma contra o ensino da Igreja. Eu condeno tudo o que a Santa Igreja condena. Sigo tudo o que ela manda como Deus mesmo. Quem não ouvir e obedecer a Igreja deve ser tido como pagão e publicano. Fora da Igreja não há salvação."
Padre Cícero Romão Batista

domingo, 23 de janeiro de 2011

Todo cristão deveria ser místico, assegura Papa

Propõe como modelo um escritor muito admirado pela Igreja Ortodoxa


O conhecimento e a experiência mística de Deus não são privilégios reservados a pessoas excepcionais, mas a todo batizado, segundo afirmou  o Papa Bento XVI durante a audiência geral, realizada na Sala Paulo VI.
O Papa, continuando com suas catequeses sobre grandes escritores cristãos do primeiro milênio, falou sobre Simeão o Novo Teólogo (949-1022), um escritor pouco conhecido no Ocidente, mas muito querido pela Igreja Ortodoxa.
Esta foi a quarta vez que o Papa se referiu a um santo muito estimado pelas Igrejas Orientais, após suas catequeses sobre São João Damasceno, os santos Cirilo e Metódio e Germano de Constantinopla.
Um dos que nos últimos anos escreveu sobre ele é o bispo Hilarion de Volokolamsk, presidente do Departamento para as Relações Eclesiásticas Externas do Patriarcado de Moscou.
De fato, o título de “Teólogo” lhe foi conferido pela igreja oriental, que só reconhece este título a outros dois santos: São João Evangelista e São Gregório Nazianzeno, como recordou o Papa durante a catequese de hoje.
Este santo, explicou o Papa, “concentra sua reflexão na presença do Espírito Santo nos batizados e na consciência que devem ter dessa realidade espiritual”.
Simeão “insiste no fato de que o verdadeiro conhecimento de Deus não vem dos livros, mas da experiência espiritual”, através de um caminho de purificação interior, “que começa com a conversão do coração, graças à força da fé e do amor”.
Para o santo, “semelhante experiência da graça divina não constitui um dom excepcional para alguns místicos, mas é fruto do Batismo na existência de todo fiel seriamente comprometido”, sublinhou o Papa.
Bento XVI convidou todos os batizados a refletirem sobre o convite que este santo oriental faz “à atenção à vida espiritual, à presença escondida de Deus em nós, à sinceridade da consciência e à purificação, à conversão do coração”.
“Se, de fato, nós nos preocupamos justamente por cuidar do nosso crescimento físico, é ainda mais importante não descuidar do crescimento interior, que consiste no conhecimento de Deus”, acrescentou.
O Papa relatou uma das experiências místicas de Simeão, que acabou por assegurar-se de que Jesus estava nele ao advertir um amor imenso pelos demais, inclusive por seus inimigos.
“Evidentemente, semelhante amor não poderia vir dele mesmo, mas deveria brotar de outra fonte. Simeão entendeu que procedia de Cristo presente nele e tudo se esclareceu: teve a prova segura de que a fonte do amor nele era a presença de Cristo.”
“Queridos amigos: esta experiência é muito importante para nós, hoje, para encontrar os critérios que nos indicam se estamos realmente perto de Deus, se Deus existe e vive em nós”, explicou o Papa aos presentes.
“Somente o amor divino nos faz abrir o coração aos demais e nos torna sensíveis às suas necessidades, fazendo-nos considerar todos como irmãos e irmãs e convidando-nos a responder com amor ao ódio e com perdão à ofensa.”
Mística para todos
Simeão o Novo Teólogo nasceu em Galácia (Ásia Menor) e morreu no mosteiro de Santa Macrina. Educado para seguir a carreira na corte do imperador, em Constantinopla, suas inquietudes e experiências místicas o levaram a ingressar no mosteiro Studion.
Ele é considerado um dos maiores representantes do pensamento hesicasta, tradição ascética muito forte na Igreja Oriental e Ortodoxa, que se relaciona com os antigos Padres do deserto, especialmente Macário do Egito e Diádoco de Fótice, que insistem na experiência pessoal de Deus na própria vida.



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