Profundamente abalados com o fim da celebração da Missa Tridentina em Recife,
alguns católicos – uma comissão representativa dos fiéis que há anos
assistem esta missa – tiveram uma audiência esta manhã, perto das dez
horas, com Sua Excelência Reverendíssima Dom Fernando Saburido, na Cúria
Metropolitana. Enquanto alguns entraram para a audiência episcopal,
outros ficaram do lado de fora aguardando o seu desfecho.
Das mais diversas faixas etárias (de
crianças de colo a senhores de mais de cinqüenta anos), de diversas
paróquias da Arquidiocese, estes fiéis foram respeitosamente apresentar a
Sua Excelência a sua perplexidade com o fim da celebração da Santa
Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano.
Levamos testemunhos dos frutos que têm
sido alcançados por meio desta Missa. Famílias foram formadas em torno a
ela; crianças, neste rito, foram batizadas. Pessoas afastadas da Igreja
há décadas encontraram-se, finalmente, na celebração do Santo
Sacrifício do Altar segundo as rubricas antigas, e voltaram à prática da
Religião Verdadeira ao verem a piedade deste rito e ao serem nutridas
pelas homilias do reverendíssimo padre que a celebrava.
Manifestamos todo o nosso amor e
a nossa solidariedade para com o sacerdote, pe. Nildo, “diretor
espiritual de alguns, confessor permanente de muitos e pai espiritual de
todos”. Testemunhamos a sua fidelidade ao sacerdócio, o seu
amor à Igreja, a sua dedicação àqueles que a Divina Providência lhe
confiou. Um exemplo de sacerdote, sem sombra de dúvidas, pelo qual
sempre agradecemos a Deus em privado e em favor do qual, hoje, falamos
abertamente diante do Metropolita.
Queixamo-nos das incompreensões com as
quais nós, católicos ditos “tradicionalistas” desta Arquidiocese, somos
tratados. Das insinuações de que provocamos divisão no rebanho, passando
pelas acusações de sermos fechados e avessos ao diálogo, e chegando até
a calúnias gratuitas como a de ensinarmos que “a Sé de Pedro está
vacante”. Queixamo-nos, de tudo isso, ao Arcebispo Metropolitano, que
nos ouviu amável e paternalmente.
Reafirmamos o nosso mais ardente
amor à Igreja e o nosso desejo sincero de estarmos em comunhão
incondicional com o Santo Padre, o Vigário de Cristo na Terra, e com o
nosso bispo em comunhão com o Papa. Rejeitamos todas e cada uma
das acusações injustas que nos eram feitas. Afirmamos que os excessos,
se os há, devem ser tratados como casos particulares que são – e não
aplicados por meio de generalizações absurdas a todos os fiéis que se
nutrem da espiritualidade tradicional da Igreja.
Somos provavelmente – como foi colocado
para o senhor Arcebispo – o mais heterogêneo grupo de católicos desta
Arquidiocese. De paróquias distantes (alguns inclusive de outras cidades
e municípios), de atividades pastorais diversificadas (há pessoas que
são catequistas, que fazem pastoral com drogados, que realizam missões,
etc.), tendo em comum o amor à Santa Missa celebrada em Sua Forma
Extraordinária. Não queremos senão ser católicos.
Sua Excelência nos concedeu a sua compreensão e a sua solicitude de Pastor. Disse que tínhamos o seu apoio. Garantiu-nos que iria intervir para que a Santa Missa na Forma Extraordinária continuasse a ser celebrada – Deo Gratias.
Solidarizou-se com as nossas queixas, e prometeu-nos tomar providências
a fim de que cessem as perseguições e animosidades. Despedimo-nos,
rogando a sua bênção e reafirmando a nossa filial submissão àquele que
foi designado pelo Santo Padre para nos pastorear.
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