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"É uma grandiosíssima calúnia dizer que tenho revoltas contra a Igreja. Eu nunca tive dúvidas sobre a Fé Católica, nunca disse nem escrevi, nem em cartas particulares, nem em jornais, nem em quaisquer outros escritos nenhuma proposição falsa, nem herética, nem duvidosa, nem coisa alguma contra o ensino da Igreja. Eu condeno tudo o que a Santa Igreja condena. Sigo tudo o que ela manda como Deus mesmo. Quem não ouvir e obedecer a Igreja deve ser tido como pagão e publicano. Fora da Igreja não há salvação."
Padre Cícero Romão Batista

terça-feira, 1 de março de 2011

APRESENTADA A EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL SOBRE A EUCARISTIA, "SACRAMENTUM CARITATIS"

O documento pontifício, apresentado pelo relator geral da XI Assembléia Geral ordinária do Sínodo dos Bispos, Cardeal Angelo Scola, patriarca de Veneza, e pelo secretário-geral do Sínodo dos Bispos, Dom Nikola Eterović _ recolhe as indicações apresentadas no último Sínodo dos Bispos, de outubro de 2005, dedicado ao mistério eucarístico.

O documento reafirma, referindo-se à celebração do rito eucarístico, "a validade da renovação litúrgica" iniciada pelo Concílio Vaticano II, apesar de alguns abusos. Trata-se _ afirma o papa _ de ler as mudanças conciliares segundo a chamada "hermenêutica da continuidade", "continuidade com toda a grande tradição eclesial", isto é, "sem introduzir rupturas artificiosas".

O papa ressalta, com veemência, a "novidade radical do culto cristão" em relação à antiga ceia sacrifical judaica".

O texto evidencia que "o próprio Cristo no sacrifício da cruz gerou a Igreja como sua esposa e seu corpo": portanto, o mistério eucarístico aumenta "a consciência da inseparabilidade entre Cristo e a Igreja". Baseado nessa verdade, é possível relançar também o diálogo ecumênico, consciente de que não é possível a participação dos cristãos não-católicos na Eucaristia, a não ser em "determinadas e excepcionais situações".

Do ponto de vista pastoral, Bento XVI convida as paróquias a darem particular relevo à Primeira Comunhão: trata-se de um momento decisivo não somente para a pessoa, mas para toda a família. De fato, para muitos fiéis esse dia fica "justamente impresso na memória como o primeiro momento no qual... se percebe a importância do encontro pessoal com Jesus".

O papa exorta também a redescobrir a adoração eucarística e a prática da Confissão freqüente, para evitar "certa superficialidade por parte do fiel, no entendimento do próprio amor de Deus". Também "o uso das indulgências nos ajuda a compreender que somente com as nossas forças jamais seremos capazes de reparar o mal praticado".

O papa recorda que a ordenação sacerdotal é "a condição imprescindível para a celebração válida da Eucaristia" e, ao mesmo tempo, exorta os sacerdotes a terem "consciência de que todo o seu ministério jamais deve colocar em primeiro lugar eles mesmos ou suas opiniões, mas Jesus Cristo. Toda tentativa de colocar a si mesmo como protagonista da ação litúrgica contradiz a identidade sacerdotal" _ ressalta.

No que concerne à relação entre Eucaristia e indissolubilidade do matrimônio, o papa ressalta que "o vínculo conjugal está intrinsecamente ligado à unidade eucarística entre Cristo esposo e a Igreja esposa". Além disso, deve ser dada "atenção especial" à dolorosa situação dos divorciados recasados: um problema complexo que deve ser afrontado com amor e na verdade. Matrimônio e família _ lê-se no documento _ são instituições que devem ser promovidas e defendidas de todo possível equívoco sobre a sua verdade, porque todo dano a elas provocado é, de fato, uma ferida à convivência humana como tal."

Bento XVI convida a cuidar de modo particular da beleza da liturgia eucarística, dando relevo à "simplicidade dos gestos e à sobriedade dos sinais feitos na ordem e nos tempos previstos comunicam e envolvem mais do que o artifício de acréscimos inoportunos".

Bento XVI afirma a necessidade de "melhorar a qualidade da homilia" evitando "homilias genéricas e abstratas", e pede que seja dada "grande atenção à proclamação da Palavra de Deus por parte de leitores bem preparados".

No que diz respeito à participação ativa dos leigos na celebração, o documento nota "algumas incompreensões" das indicações conciliares: de fato, por participação não se entende "uma simples atividade externa", mas, sobretudo, a "consciência do mistério que é celebrado e de sua relação com a existência do dia-a-dia". Permanece inalterado o fato de ser o sacerdote quem preside, "de modo insubstituível", toda a celebração eucarística, "da saudação inicial até a bênção final".

O documento fala da oportunidade, para os grandes encontros internacionais, de recorrer ao uso do latim, exceto as leituras, a homilia e a oração dos fiéis. De fato, o latim expressa melhor "a unidade e a universalidade da Igreja". O papa pede que os futuros sacerdotes sejam preparados para compreender e celebrar a missa em latim e que os fiéis sejam educados a conhecer em latim as orações mais comuns.

Bento XVI convida a viver de modo profundo o mistério eucarístico, empenhando-se "por um mundo mais justo e fraterno", denunciando o escândalo da fome, o drama dos refugiados, o crescente fosso social entre ricos e pobres provocado por "certos processos de globalização".

O Santo Padre convida também os políticos à "coerência eucarística" defendendo leis que respeitem os valores fundamentais como a "vida humana, desde a concepção até a morte natural; a família fundada no matrimônio entre homem e mulher; a liberdade de educação dos filhos e a promoção do bem comum em todas as suas formas. Tais valores _ ressalta _ não são negociáveis".

Concluindo, Bento XVI anuncia a próxima publicação de um Compêndio Eucarístico "para a correta compreensão, celebração e adoração do sacramento".

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