Sejam Bem-Vindos!

"É uma grandiosíssima calúnia dizer que tenho revoltas contra a Igreja. Eu nunca tive dúvidas sobre a Fé Católica, nunca disse nem escrevi, nem em cartas particulares, nem em jornais, nem em quaisquer outros escritos nenhuma proposição falsa, nem herética, nem duvidosa, nem coisa alguma contra o ensino da Igreja. Eu condeno tudo o que a Santa Igreja condena. Sigo tudo o que ela manda como Deus mesmo. Quem não ouvir e obedecer a Igreja deve ser tido como pagão e publicano. Fora da Igreja não há salvação."
Padre Cícero Romão Batista

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A FÉ NO EVANGELHO GERA AUTONOMIA



    Em geral, facilmente, associamos a fé religiosa aos mandamentos, ao cumprimento de leis e práticas piedosas. Tal associação conduz-nos à imagem e compreensão de uma vivência pesarosa, prisioneira e limitativa da liberdade individual e do exercício da autonomia.
      Esta experiência da fé é alicerçada pela imagem de um Deus severo, castigador, distante, burocrático e que cuida, sobretudo, da contabilidade de pecados. A imagem do ser humano é desenhada com ênfase na sua/nossa condição pecadora, decadente e pouco alentadora. O mundo e as relações humanas são configurados como perigosos e pessimistas. O medo tem lugar de destaque nas relações das pessoas consigo mesmas, umas com as outras e também nas relações com Deus, sob o crivo de prêmio e castigo.
       A fé construída sobre estes pilares produz um estado psicológico de inibição, de ausência de iniciativas, de comprometimento da alegria e da satisfação de viver porque constantemente verifica-se em situação de vigilância, de alerta em relação ao mal circundante e persistente, além do sentimento de subserviência. Trata-se de uma relação infantilizadora das pessoas com Deus, caracterizada pela autoestima fragilizada, pelos esforços morais fracassados e pela dura convicção de um difícil e inatingível patamar de santidade que nos é imposto em nome de Cristo.
       Para compreender e relacionar a fé e autonomia precisamos situar a imagem de Deus como fonte amorosa, como presença companheira que entende o caminho humano como um processo contínuo de amadurecimento, de superação, mesmo comportando contradições, reveses e a medida variada de cada um(a). A estreiteza de laços entre as pessoas e Deus produzirá autoconfiança, misericórdia, paciência consigo e com as outras que estão no chão comum da humanidade, da nossa condição de barro, a qual é  reinventada continuamente por Deus que misteriosamente vai nos transformando, tornando-nos mais humanos.
      A autonomia, entendida, como o ser humano que se descobre autor de si mesmo, retomando paulatinamente as rédeas da existência, conforme a graça de Deus, é conseqüência lógica das pessoas que se experimentam habitadas pela força divina, tomando consciência do seu papel na história, cuja responsabilidade é destinada a cada uma e compartilhada por todos(as). Deste modo, experimentar a fé em Jesus Cristo é fonte de autonomia, de liberdade, da arte de reinventar-se todo tempo (conversão) em termos de autoconhecimento, dos posicionamentos em relação aos modos de ser e de estar no mundo e com os(as) outros(as). A fé passa a ser vivenciada com leveza, com firmeza, com devotamento em tudo aquilo que dizemos, fazemos e praticamos em prol de um mundo mais justo e mais humano como tarefa sagrada e confiada por Deus. Assim, entendemos melhor São Paulo na Carta aos Coríntios “Quem está em Cristo é uma nova criatura”.

Fonte: Pe. Everaldo Fernandes da Silva

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