Sejam Bem-Vindos!

"É uma grandiosíssima calúnia dizer que tenho revoltas contra a Igreja. Eu nunca tive dúvidas sobre a Fé Católica, nunca disse nem escrevi, nem em cartas particulares, nem em jornais, nem em quaisquer outros escritos nenhuma proposição falsa, nem herética, nem duvidosa, nem coisa alguma contra o ensino da Igreja. Eu condeno tudo o que a Santa Igreja condena. Sigo tudo o que ela manda como Deus mesmo. Quem não ouvir e obedecer a Igreja deve ser tido como pagão e publicano. Fora da Igreja não há salvação."
Padre Cícero Romão Batista

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Solenidade de São Pedro e São Paulo


“Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” (Mt 16,13). Pedro, Paulo e cada pessoa responderá esta pergunta de um modo singular.

Muitas são as visões distorcidas sobre Jesus Cristo. Alguns querem um Jesus político, revolucionário. Outros preferem um Cristo da fé, sem relação com a sua história: um Cristo para adorar e fazer pedidos, para satisfazer desejos materiais. Há um Jesus do “tipo Dan Brawn”, que teria sido um ser humano quase comum. Há também aquele Jesus sofredor, que parece nos salvar pela quantidade de sangue derramado na cruz. Estas imagens não se aproximam daquela revelada nos evangelhos.

Pedro segue o Jesus da história. Mas inicialmente, não compreendeu o messianismo de Jesus. Repreendeu o Senhor, não desejou que sua vida se destinasse a Jerusalém. Queria o messias da glória, da vitória política, da revolução que o fez cortar a orelha de Malco de modo covarde. Só com a Ressurreição, compreenderia a totalidade da missão de Jesus, e de sua própria missão. Com Pedro, aprendemos a crescer na caminhada de fé, a rumar para um Deus que não apenas satisfaz nossos interesses, mas que nos convida a uma missão. Pedro apascentou o rebanho a ele confiado, movido pela imagem de um Deus que o amou mesmo depois de sua traição, que confiou nele, mas lhe deixou as exigências próprias do seguimento. Seguir a Cristo é abraçar as consequências inerentes à opção por Ele.

Paulo seguiu o Cristo da fé.  Ele viu o senhor ressuscitado e passou a viver não mais só, mas a partir da vida de Cristo Senhor em sua própria existência: “Não sou eu que vivo, Cristo vive em mim” (Gl 2,20). Na estrada de Damasco, inaugurou-se uma nova etapa na vida de Paulo, pelo seu encontro com o Senhor ressuscitado. Gradativamente ele teria uma nova visão do mundo e de Deus. Paulo passaria a entender que Deus ama antes de nossa observância legalista. Compreende que Deus não espera que sejamos bons para mostrar o seu amor, mas que ama a todos, ama até os pecadores (Rm 5,8). Por isso, pronunciou: “Jesus Cristo me amou e se entregou por mim” (Gl 2,12). Paulo substituiu o deus do legalismo pelo Deus da gratuidade. Paulo entendeu que o mais importante não é sua fidelidade, mas a fidelidade de Deus. Entendeu que apesar de sua fraqueza, o Deus de amor o amou primeiro. Sentiu a presença de um Deus de misericórdia. Portanto, aprendemos com Paulo que Cristo nos ama gratuitamente, não nos ama pelos nossos méritos. Aprendemos também que nossa vida tem sentido a partir da experiência pessoal do encontro com o Senhor.

Pedro e Paulo estão muito distantes daquela imagem romântica e estereotipada de santidade. Não são homens serenos, passivos e de rostinhos meigos. Pedro e Paulo revelam personalidades fortes. Pedro foi um homem controverso que sempre se mostrou pronto a responder e a questionar o Senhor. Paulo foi um lutador que desafiou os judaizantes e travou lutas apaixonantes com suas comunidades. Deste modo, aprendemos destas duas colunas que a paixão move a vida para o bem. Aprendemos que a santidade não é a passividade diante das coisas e que mesmo diante dos erros, o que mais importa é a coragem de realizar. As duas colunas da Igreja nos conduzem à coragem de mudar, à liderança, à ousadia de se expressar, à paixão pelas convicções. Aprendemos a amar a vida, a amar com paixão a Jesus e o seu Reino. “Ai de mim se não evangelizar!” 

Pe Roberto Nentwig


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