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"É uma grandiosíssima calúnia dizer que tenho revoltas contra a Igreja. Eu nunca tive dúvidas sobre a Fé Católica, nunca disse nem escrevi, nem em cartas particulares, nem em jornais, nem em quaisquer outros escritos nenhuma proposição falsa, nem herética, nem duvidosa, nem coisa alguma contra o ensino da Igreja. Eu condeno tudo o que a Santa Igreja condena. Sigo tudo o que ela manda como Deus mesmo. Quem não ouvir e obedecer a Igreja deve ser tido como pagão e publicano. Fora da Igreja não há salvação."
Padre Cícero Romão Batista

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Em entrevista ao Jornal Coração Eucarístico o Bispo da Diocese de Caruaru - Dom Dino afirma que este ano ainda haverá transferências de padres na Diocese


Entrevista com Dom Dino - Jornal Coração Eucarístico

‘‘As mudanças visam melhorar o trabalho evangelizador da Igreja’’  

          Queremos dar continuidade a série de entrevistas com os bispos do Regional NE II da CNBB. Este diálogo pretende apresentar a realidade das dioceses, as expectativas, os desafios dos nossos pastores em sua atuação pastoral. Nosso entrevistado deste mês é Dom Bernardino Marchió, bispo da Diocese de Caruaru. Nasceu em 06 de setembro de 1943, na Itália.
            Em 06 de novembro de 2011, foi transferido da Diocese de Pesqueira-PE para Caruaru. Tomou posse e iniciou sua missão em 12 de janeiro de 2003. Atualmente, é membro da Comissão Episcopal para a Juventude, é responsável pelo Setor Juventude no Regional Nordeste II. Além de acompanhar as Novas Comunidades do Regional NE II e participar da Fazenda da Esperança. Eis a entrevista:

 Por: Paula Duarte


EM ENTREVISTA AO JORNAL CORAÇÃO EUCARÍSTICO - DOM DINO AFIRMA QUE HAVERÁ TRANSFERÊNCIAS DE PADRES AINDA ESTE ANO.

JCE: Nesse ano, serão realizadas ordenações sacerdotais? Haverá transferências de padres?
DOM DINO: Temos três seminaristas que concluíram o curso de teologia ano passado e serão ordenados diáconos. São eles: Emanuel Rodrigues, Augusto Fagner e Adenilton Silva que está fazendo experiência missionária na cidade de Óbidos no Pará. Inclusive, eu vou estar, em Óbidos para a ordenação diaconal dele. Depois, se Deus
quiser, até o final do ano, os três serão ordenados presbíteros, sacerdotes para ajudar a Diocese de Caruaru. Sobre transferência de padres, afirmo que vão haver
mudanças. Isso é normal, visto que vão chegar três novos padres. Têm padres que estão na mesma paróquia há vários anos. As mudanças visam melhorar o trabalho
evangelizador da Igreja. Os padres, por sua vez, são missionários, portanto, não devem viver sempre no mesmolugar, mas a serviço das pessoas e da Comunidade.


 JORNAL CORAÇÃO EUCARÍSTICO: Como Bispo da Diocese de Caruaru, quais são as suas alegrias?
DOM DINO: A minha alegria é perceber que a Diocese de Caruaru está se tornando uma grande família, na qual os padres procuram caminhar unidos ao bispo. Os leigos nas comunidades, buscam caminhar com seus sacerdotes e os religiosos e religiosas contribuem para um trabalho evangelizador cada vez mais dinâmico. Além disso, é motivo de alegria constatar que a região de Caruaru possui um grande desenvolvimento com possibilidade de atender a muitas necessidades. É claro que devemos ser solidários para
que alguém não se torne ricos demais e outros vivam em pobreza total.



JCE: Que desafios o senhor enfrenta?
DOM DINO: Um desafio para a Diocese de Caruaru é perceber todo o crescimento da região e não ter condições de acompanhar com a construção de Igrejas e centros paroquiais. Outro desafio é a impossibilidade de atender todas as necessidades dos pobres de nossa região. Observando a realidade, percebemos favelas, jovens drogados, pessoas não evangelizadas, além de outras situações. Diante desse contexto, os padres e o bispo se questionam: O que podemos fazer para melhorar essa situação? Porém, diante dos desafios, me sinto mais chamado a confiar no amor e providência divina que vai resolver todos esses problemas. É claro que eu tenho que fazer minha parte e todos os diocesanos precisam também contribuir e viver com mais intensidade a sua fé em Jesus Cristo.


JCE: O Seminário Interdiocesano que comemora “50 anos Formando Sacerdotes para a Missão” está em reformas. Qual a importância das estruturas e adaptações que serão realizadas no Seminário?
DOM DINO: O nosso Seminário é uma das realidades mais interessantes da Diocese de Caruaru. Todos os bispos que me precederam trabalham para cuidar do Seminário. Os frutos desse trabalho são os padres jovens, em sua maioria nascidos na região. Nos últimos anos, o Seminário interdiocesano cresceu bastante. Temos 75 seminaristas das dioceses de Caruaru, Garanhuns, Pesqueira, Floresta e atualmente também de Salgueiro. Posso afirmar que nosso Seminário é uma das melhores realidades de Seminário que conheço no Brasil, por que temos uma equipe de formadores e nós bispos sempre combinamos juntos aquilo que devemos desenvolver em prol da formação. É desafio melhorar as estruturas do Seminário que foi construído por Dom Augusto Carvalho, a seguir, Dom Costa deu continuidade e agora eu estou ampliando. Tivemos que construir nova Capela que será inaugurada dia 29 de junho, Festa de São Paulo e São Pedro e vamos deixar o Centro Pastoral para os encontros dos leigos, ou seja, estará disponível para sediar a realização de formação de leigos. É um trabalho que exige bastantes recursos financeiros, mas, com as graças de Deus e o acompanhamento do arquiteto, Pe. Silvano Onofre e do engenheiro, Dr. João Melo estamos avançando na organização da nova estrutura do Seminário. Estamos caminhando confiantes para acolher ainda mais jovens que se preparam para o sacerdócio. Afinal, temos um bom número de vocações e as outras dioceses também colaboram com esse número.



JCE: A Catedral diocesana está fechada para reformas. Tem previsão da conclusão da construção?
DOM DINO: A reforma da Catedral está devagar. Isso não é sinal de que não vai acontecer, está devagar por vários motivos. Primeiro, porque a Catedral exige uma
reforma complexa, precisa de cuidados especiais. Depois, a captação de recursos não é fácil. Com essas dificuldades anda devagar, mas posso garantir que vamos cuidar da Catedral. Eu não vou dar nenhuma previsão de conclusão. Porém, vamos em frente e vamos concluir um dia a reforma de nossa Catedral, bonita, moderna e será o
centro religioso de Caruaru e de toda a diocese.



JCE: Que conflitos internos existem na Diocese de Caruaru?
DOM DINO: Os conflitos internos poderia dizer que são as dificuldades de alguns padres em viver bem a sua vocação. Graças a Deus, em nossa diocese não temos problemas graves que chamem atenção como os jornais divulgam em vários locais. Há padres que enfrentam dificuldades por que o padre é fruto do ambiente onde vive. Às vezes, é proveniente de uma família que teve problemas, então carrega consigo dificuldades. Entretanto, afirmo que há um esforço para controlar e melhorar essas questões e nossos 60 padres realizarem sempre bem a sua missão. Realmente, o maior conflito enfrentado possui dimensão social, de como atender às famílias mais pobres que vivem nas favelas e excluídos da sociedade. O importante é saber que cada um deve estar a serviço, enquanto missionários são chamados a servir com entusiasmo.


JCE: Que atividades a Igreja desenvolve para atender essas necessidades apresentadas?
DOM DINO: Na Diocese de Caruaru há a Fazenda da Esperança para acolher os drogados. Temos diversos trabalhos e promoções de atividades nas paróquias e comunidades com dimensão social. Diversas Pastorais Sociais, por exemplo, a Pastoral da Criança que tem contribuído com a redução da mortalidade infantil; a Pastoral do Idoso voltada às pessoas com mais de 60 anos; a Pastoral da Aids, nova pastoral e muito importante, é uma presença da Igreja junto as pessoas que contraíram o vírus e precisam senti-se acolhidas e amadas. Existem inúmeras outras atividades desenvolvidas, cito ainda o CONVIVA, trabalho começado pela Igreja Católica, com adolescentes em situações de risco no bairro do Cedro, além outras promoções sociais promovidas pela Diocese de Caruaru.


JCE: O senhor realizou um café da manhã com a imprensa para celebrar o dia Mundial das Comunicações. Qual o objetivo da integração Igreja Católica e meios de comunicação?
DOM DINO: Eu acolhi com muito carinho, os comunicadores, em minha casa, na quinta-feira que antecedeu o domingo, 20 de maio, dia mundial das Comunicações. Na oportunidade, eu dizia aos comunicadores, à imprensa presente que eles precisam ajudar a divulgar a mensagem da Igreja. Sabemos que existem meios de comunicação católicos e outros comerciais, esses últimos não possuem nenhum vínculo institucional com a Igreja, mas estão sempre abertos e presentes. Eu agradeci a todos e continuo agradecendo aos meios de comunicação por que nos ajudam a evangelizar. Na carta que o Papa escreveu para esse dia possuía o tema: Silêncio e palavra: caminho de evangelização.


JCE: Que lugar a Comunicação ocupa na Diocese de Caruaru?
DOM DINO: Em sua última Assembleia Diocesana, a nossa diocese escolheu três urgências pastoral a serem abordadas durante o triênio, em sua ação evangelizadora, entre essas se destaca a Pastoral da Comunicação. A nossa Diocese tem implantada a Pastoral da Comunicação. É composto por um grupo de pessoas, comunicadoras que se preocupam em divulgar os acontecimentos e ação da Igreja, não apenas celebrações litúrgicas, mas, em todos os âmbitos da Igreja, catequese, social, formação entre outros.

JCE: Quais são as três urgências para a ação evangelizadora da Diocese de Caruaru, no triênio 2012-2015?

DOM DINO: Escolhemos três prioridades: Pastoral da Comunicação, Evangelização da Juventude e Infância Missionária. Vamos aprofundar, é claro, esses temas. Vale destacar que a Igreja possui seu fundamento na Catequese, anúncio da Palavra; liturgia, celebração; e Caridade, pastorais sociais. As urgências dependem das necessidades da época. A catequese, liturgia e caridade são sempre o alicerce da ação evangelizadora da Igreja.


JCE: Sobre a organização para a Jornada Mundial da Juventude que acontecerá em maio de 2012, no Rio de Janeiro – RJ, como estão os preparativos para esse evento de grande significado para a Igreja?
DOM DINO: É uma alegria trabalhar com a juventude. Mas tem seus desafios. A Jornada Mundial da Juventude implica despesas e os jovens geralmente não possuem recursos financeiros, por que ainda não trabalham. Então, estamos conscientizando os jovens para começarem a se organizar ainda este ano. Eu faço parte com outros dois bispos da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude e estamos realizando trabalhos de acompanhamento a Arquidiocese do Rio de Janeiro que sediará a JMJ. Em nossa diocese, vamos realizar a Novena de Natal com a temática direcionada a juventude. A Campanha da Fraternidade do próximo ano abordará a juventude como tema principal. Aproveito essa oportunidade para informar que vamos receber 500 jovens de outros países para a Pré-Jornada em nossa diocese, de 17 a 20 de julho de 2013, semana que antecede a JMJ. A seguir, de 23 a 28 de julho de 2013, iremos para o Rio de Janeiro para o grande evento mundial, JMJ. A estimativa é participação é de cinco milhões de jovens.


JCE: O senhor integra o Regional NE II, que dificuldades percebe no Regional NE II?
DOM DINO: Na última reunião dos bispos do Regional NE II, tratamos desse assunto. As dificuldades são: dificuldades econômicas em todas as dioceses, e a distância entre algumas dioceses. Mas, sempre promovemos encontros regionais para tratar de assuntos de interesse das dioceses, além de fixar todos os trabalhos
que precisam ser desenvolvidos no Regional. A próxima reunião dessa natureza acontecerá na Diocese de Guarabira de 05 a 08 de julho, reunindo representantes de
todas as dioceses do Regional NE II.



JCE: O senhor realizou viagem a África com outros bispos. Qual o resultado dessa visita?
DOM DINO: A visita a África foi muito interessante. Encontramos um povo acolhedor, cheio de fé, alegres, que nos acolheram com festa, dança e bastante entusiasmados. Visitamos alguns grupos de missão, onde descobri que tinha duas jovens de Caruaru que estavam em missão, trabalhando com crianças carentes (em escolas), uma em Ângola e a outra em Moçambique. Depois, encontrei outros missionários de Gravatá, Ribeirão de Palmares e Afogados da Ingazeira. Ficamos entusiastas em observar todo o dinamismo missionário de nossa Igreja.


JCE: Estamos em ano eleitoral, qual a orientação da Igreja Católica para o processo eleitoral deste ano?
DOM DINO: Na última Assembleia dos Bispos, a 50ª Assembleia Geral, em Aparecida-SP, a CNBB divulgou uma mensagem à população brasileira, com “Orientações para as Eleições municipais de 2012”, entre as quais está a necessidade de buscar conhecer as fichas dos candidatos. A mensagem dos bispos é para que o povo se interesse pela participação política, procure conhecer bem os candidatos. O bispo não tem opção partidária, porém, possui uma opção política no sentido de orientar os eleitores a não se deixar enganar pelas falsas promessas. O bispo orienta para que olhem para a vida publica dos candidatos e vejam os princípios que orientam seus trabalhos e sua história. A Igreja tem opção política de se preocupar com o bem de todos. A Igreja Católica incentivou o processo de Ficha Limpa, portanto devemos colocá-lo em prática e varrer definitivamente a corrupção em nossa política.




Fonte: Jornal Coração Eucarístico

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