Sejam Bem-Vindos!

"É uma grandiosíssima calúnia dizer que tenho revoltas contra a Igreja. Eu nunca tive dúvidas sobre a Fé Católica, nunca disse nem escrevi, nem em cartas particulares, nem em jornais, nem em quaisquer outros escritos nenhuma proposição falsa, nem herética, nem duvidosa, nem coisa alguma contra o ensino da Igreja. Eu condeno tudo o que a Santa Igreja condena. Sigo tudo o que ela manda como Deus mesmo. Quem não ouvir e obedecer a Igreja deve ser tido como pagão e publicano. Fora da Igreja não há salvação."
Padre Cícero Romão Batista

sábado, 7 de abril de 2012

Sábado Santo – Vigília Pascal


O Tempo da Quaresma é o período de 40 dias, cujo início é na Quarta-feira de Cinzas e continua até à Quinta-feira Santa. A partir da Missa Vespertina da Quinta-feira-Ceia do Senhor, inicia-se o Tríduo Pascal que abrange a Sexta-feira Santa ( Paixão do Senhor) e o Sábado Santo. E tem o seu ponto alto na Vigília Pascal e no Domingo da Ressurreição. A Semana Santa começou no Domingo de Ramos.

Vamos refletir sobre o significado do Sábado Santo e da Vigília Pascal:

O Papa Bento XVI disse assim sobre o Sábado Santo e a Vigília Pascal: “Enquanto aguardam o grande acontecimento da Ressurreição, os crentes perseveram com Maria na expectativa rezando e meditando. De fato, há necessidade de um dia de silêncio, para meditar sobre a realidade da vida humana, sobre as forças do mal e sobre a grande força do bem que brota da Paixão e da Ressurreição do Senhor”.

O Sábado Santo é vivido em nossa Igreja como o dia do grande silêncio. Recordamos nesse dia que o Rei Jesus dorme. O Catecismo (635) diz: “A terra tremeu e acalmou-se porque Deus adormeceu na carne e foi acordar os que dormiam desde séculos… Ele vai procurar Adão, nosso primeiro Pai, a ovelha perdida. Quer ir visitar todos os que se assentaram nas trevas e à sombra da morte. Vai libertar de suas dores aqueles dos quais é filho e para os quais é Deus”. No Credo professamos que Jesus Cristo “padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia”.

O Catecismo da Igreja ensina (625): “A permanência de Cristo no túmulo constitui o vínculo real entre o estado passível de Cristo antes da Páscoa e seu atual estado glorioso de Ressuscitado. E a mesma pessoa do “Vivente” que pode dizer: “Estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos” (Ap 1,18)

No Sábado Santo é o dia que relembramos a descida de Jesus Cristo à Mansão dos Mortos. Temos uma parte em nosso coração, onde o sentimento de abandono e solidão é grande. É o lugar onde nos sentimos mortos. E também com medo da nossa própria morte. O Papa Bento XVI explica: “Todos nós sentimos algumas vezes uma sensação assustadora de abandono, e o que mais nos assusta é precisamente isto, como quando somos crianças, temos medo de estar sozinhos no escuro e só a presença de uma pessoa que nos ama pode dar-nos segurança”. E explica também que “Jesus Cristo, permanecendo na morte, ultrapassou a porta da solidão última (a nossa morte) para nos guiar também a nós, a ultrapassá-la com Ele”.

Peçamos a Jesus Cristo, que nos cure do sentimento de rejeição, solidão e abandono e, dê a certeza ao nosso coração de que não estamos sós, pois o Senhor caminha conosco e nos consola. Obrigada, Senhor, porque quando pensamos que todos se esqueceram de nós, tu não esqueces jamais: “Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca. Eis que estás gravada na palma de minhas mãos, tenho sempre sob os olhos tuas muralhas” ( Is 49, 15-16)

O Papa Bento XVI também disse assim: “Este Sábado de silêncio, de meditação, de perdão, de reconciliação desemboca na Vigília Pascal, que introduz o domingo mais importante da história, o Domingo da Páscoa de Cristo. A Igreja vela ao lado do novo fogo abençoado e medita a grande promessa, contida no Antigo e no Novo Testamento, da libertação definitiva da antiga escravidão do pecado e da morte. Na escuridão da noite o círio pascal, símbolo de Cristo que ressuscita glorioso, é aceso pelo fogo novo. Cristo, luz da humanidade, afasta as trevas do coração e do espírito e ilumina cada homem que vem ao mundo”.

O Sábado Santo é também chamado Sábado de Aleluia, pois é o dia antes da Páscoa. Os altares são desnudos e não se celebra a Eucaristia. Mas é dia de oração, de confissão dos pecados e de preparar o coração para a grande festa da Ressurreição.

Depois do anoitecer do sábado, dá-se início a celebração dos momentos que antecedem a Ressurreição de Cristo: É a Vigília Pascal. Agora a Eucaristia já fará parte desse rito. Mas não é a mesma Liturgia Eucarística  do Domingo de Páscoa.  A vigília Pascal tem quatro momentos muito significativos: a Celebração da Luz, a liturgia da Palavra, a liturgia Batismal e a liturgia Eucarística.

A Celebração da Luz- O povo se reúne em torno da fogueira acesa e apagam-se as luzes da Igreja. Acontece então nesse momento da celebração, primeiramente a bênção do fogo, em seguida a procissão do Círio Pascal e depois o canto do Exulte. A oração que a Igreja reza ao acender o Círio Pascal resume bem o motivo da Cerimônia da Luz na vigília pascal, que tem elementos como a fogueira e a vela acesa: “Que a luz de Cristo que ressuscita resplandecente dissipe as trevas de nosso coração e nossa mente”. O Papa Bento XVI disse assim: “Este é o mistério do Sábado Santo! Exatamente do escuro da morte do Filho de Deus brilhou a luz de uma esperança nova: a luz da Ressurreição”.  

A Liturgia da Palavra – Após a Celebração da Luz, as velas são apagadas e acendem-se as luzes da Igreja. É o momento de proclamar as leituras da Bíblia: Tem no mínimo três leituras do Antigo Testamento (especialmente a do Êxodo); a Epístola; o Evangelho. A liturgia da Igreja ensina que as leituras da Vigília Pascal proclamam “as grandes maravilhas que Deus realizou em favor do povo ao longo da história da humanidade, ainda hoje motivo de alegria e de ação de graças”. E o Catecismo (1363) ensina que essas leituras trazem à lembrança não somente os acontecimentos do passado, mas também as “maravilhas que Deus realizou por todos os homens”. E continua dizendo: “A celebração litúrgica desses acontecimentos torna-os de certo modo presentes e atuais. É desta maneira que Israel entende sua libertação do Egito: toda vez que é celebrada a Páscoa, os acontecimentos do êxodo tomam-se presentes à memória dos crentes, para que estes conformem sua vida a eles”. Sempre que se celebra a Páscoa de Jesus, se relembra a Páscoa do povo da aliança.

A Liturgia Batismal – O sacramento do Batismo é o ponto central da cerimônia da Vigília Pascal. A liturgia batismal da Vigília Pascal compreende a bênção da água, a aspersão da água sobre a assembleia e a renovação das promessas do Batismo. Se houver criança ou adulto para se batizar, o celebrante procede com a cerimônia batismal normal. A vigília Pascal é um momento muito especial para quem vai ser batizado, pois a Palavra de Deus diz assim: “… fomos batizados em Cristo Jesus, fomos imersos à semelhança da morte… Fomos sepultados juntamente com Ele, por meio da imersão (batismal), à semelhança da morte, para que assim como Jesus Cristo ressuscitou dos mortos, mediante a gloriosa potência do Pai, assim caminhemos, nós também, numa vida nova”. (Rom 6, 3.4) O Papa João Paulo II explicou assim: “Ao centro da Vigília Pascal encontra-se: primeiro, o “homem velho”, o homem do pecado, que deve morrer juntamente com Cristo, tem de ser sepultado com Ele — para que morra o pecado, na morte redentora de Cristo e — para que na aurora do Domingo de Páscoa nasça “o homem novo”. O homem que volta novamente à vida mediante Cristo”. E essa graça acontece no Batismo.

A Liturgia Eucarística - A Vigília Pascal tem continuidade com a celebração da Eucaristia. Recordamos especialmente nesse dia que Jesus deu sua vida pelo perdão dos nossos pecados. O seu Corpo transpassado e o seu Sangue derramado é o mesmo Corpo e o Sangue da Sagrada Eucaristia, que fazemos memória. É o Mistério Pascal de Cristo. O Catecismo (1365)  ensina: “ Por ser memorial da Páscoa de Cristo, a Eucaristia é também um sacrifício. O caráter sacrifical da Eucaristia é manifestado nas próprias palavras da instituição: “Isto é o meu Corpo que será entregue por vós”, e “Este cálice é a nova aliança em meu Sangue, que vai ser derramado por vós” (Lc 22,19-20). Na Eucaristia, Cristo dá este mesmo corpo que, entregou por nós na cruz, o próprio sangue que “derramou por muitos para remissão dos pecados” (Mt 26,28). O Catecismo da Igreja também ensina (1992): “A justificação nos foi merecida pela paixão de Cristo, que se ofereceu na cruz como hóstia viva, santa e agradável a Deus, e cujo sangue se tornou instrumento de propiciação pelos pecados de toda a humanidade”.

A Vigília Pascal  - Jesus Cristo na angustia suprema do Getsêmai, disse a Pedro: ”Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. (Mt 26, 41) Ao final do sábado Santo, que é a cerimônia da Vigília Pascal, a Igreja se coloca de prontidão, vigiando e orando na expectativa da proximidade da Ressurreição. Santo Agostinho disse sobre a Vigília da Páscoa: “Por isso, como não deve vigiar com alegria aquele que é amigo de Cristo, se até o inimigo o faz, embora contrariado? Como não deve arder o cristão por vigiar, nessa glorificação tão grande de Cristo, se até o pagão se envergonha de dormir? Como não deve vigiar em sua solenidade, o que já ingressou nesta grande Casa, se até o que apenas pretende nela ingressar já vigia”?

O Papa Bento XVI ensina que precisamos “viver intensamente a Semana Santa, para sermos cada vez mais profundamente inseridos no Mistério de Cristo, morto e ressuscitado por nós”. E diz ainda que ”acompanha-nos neste itinerário espiritual a Virgem Santíssima. Ela, que seguiu Jesus na sua paixão e que esteve presente aos pés da Cruz, nos introduza no Mistério Pascal, para que possamos experimentar a alegria e a paz do Ressuscitado”.

Jane Amábile – Com. Divino Espírito Santo

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