O Conselho de Economia criado pelo papa Francisco para assessorar a Santa Sé na gestão das finanças se reuniu hoje no Vaticano para estudar as próprias funções e dar andamento à reforma, iniciada por Bento XVI e acelerada por Francisco, focada em aumentar a sua transparência.
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, o padre Federico Lombardi, disse em entrevista coletiva que “o Conselho de Economia se reúne somente hoje, a partir das 9h, e continua trabalhando durante toda a tarde”.
Os temas desta reunião são os estatutos da Secretaria de Economia, equivalente ao “ministério de Economia” do Vaticano, o papel do revisor geral e o relatório a ser feito sobre o desenvolvimento da Secretaria de Economia e do instituto de bens móveis e imóveis do Vaticano (APSA). Os integrantes do conselho também detalharão os modelos de prestação de contas, orçamentos e critérios para os próximos anos. “Os balanços já são feitos, mas haverá novas diretrizes sobre o modo de fazê-los”, disse Lombardi.
O cardeal peruano Juan Luis Cipriani não pôde participar, assim como tampouco o perito francês Jean-Baptiste de Franssu, que, depois de nomeado para a presidência do Instituto para as Obras de Religião (IOR), não pode mais fazer mais parte do Conselho de Economia por conflito de cargos. Outro especialista será nomeado em seu lugar.
Em maio passado, o papa Francisco explicou que o Conselho de Economia “tem um papel significativo neste processo de reforma”, porque ele é o “encarregado de supervisar a gestão econômica, as estruturas e as atividades financeiras destas administrações”.
O Conselho de Economia foi instituído com o motu proprio “Fidelis dispensator et prudens”, de 24 de fevereiro, que determina a sua composição por 15 membros, 8 dos quais "eleitos entre os cardeais e bispos" e os outros 7 "entre peritos leigos de várias nacionalidades, com competências financeiras e reconhecido profissionalismo".
Os oito cardeais e bispos que integram o Conselho de Economia são Reinhard Marx, arcebispo de Munique e Frisinga (coordenador); Juan Luis Cipriani Thorne, arcebispo de Lima; Daniel N. Di Nardo, arcebispo de Galveston-Houston; Wilfrid Fox Napier, arcebispo de Durban; Jean-Pierre Ricard, arcebispo de Bordeaux; Norberto Rivera Carrera, arcebispo da Cidade do México; John Tong Hon, bispo de Hong Kong; e Agostino Vallini, vigário geral de Sua Santidade para a diocese de Roma.
Considerando-se a saída de Jean-Baptiste de Franssu do grupo dos sete especialistas leigos, os outros seis são Joseph F.X. Zahra, de Malta (vice-coordenador); John Kyle, do Canadá; Enrique Llano Cueto, da Espanha; Jochen Messemer, da Alemanha; Francesco Vermiglio, da Italia; e George Yeo, de Singapura.