Cidade do Vaticano,  (Zenit.orgSergio Mora | 139 visitas

O diretor da sala de imprensa da Santa Sé, pe. Federico Lombardi, respondeu hoje aos jornalistas sobre a já especulada viagem do Santo Padre à República da Turquia.
Lombardi afirmou que “a Santa Sé recebeu a carta de convite oficial do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, para uma visita do papa Francisco ao país. A viagem será nos últimos dias de novembro”, mas “a duração e a programação ainda devem ser definidas”.
Situada entre a Europa e a Ásia e herdeira do Império Otomano, a Turquia é considerada uma ponte histórica entre as culturas e civilizações do Oriente e do Ocidente.
É um país 99% muçulmano, com prevalência sunita. A constituição reconhece a liberdade de culto para os indivíduos, embora existam limitações nos setores político e educativo para quem pratica outras religiões. Nos últimos anos, a ideia da laicidade do Estado foi perdendo terreno diante do fortalecimento do islã. A constituição reconhece a liberdade de culto. 
Em 1949, a Turquia se afiliou ao Conselho da Europa; em 1952, à OTAN; posteriormente, à OCDE, OCSE e ao G-20. Em 1995, conseguiu um acordo de união aduaneira com a Europa e em 2005 começou a negociar a sua adesão à União Europeia. 
O papa Francisco será o quarto pontífice a realizar uma visita oficial à Turquia, depois de Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI.
Em 2004, ao receber Osman Durak, embaixador da Turquia perante a Santa Sé, João Paulo II advogou por uma adequada separação entre a Igreja e o Estado, a fim de que os cidadãos, independentemente de religião, possam oferecer a sua melhor contribuição à sociedade.
Bento XVI esteve em Istambul em 2006, na Mesquita Azul, onde guardou instantes de recolhimento. A viagem aconteceu pouco depois do seu discurso na Universidade de Ratisbona, onde as suas palavras sobre a violência e o islã foram manipuladas pela mídia a ponto de gerar polêmica na época.
Um ponto crítico em aberto nas relações com a Turquia é o genocídio perpetrado pelo exército otomano contra o povo armênio entre 1915 e 1916, que matou mais de 1,5 milhão de pessoas. Ankara não reconhece o episódio como genocídio, mas o papa Francisco o mencionou, embora sem citá-lo explicitamente, diante do katholikós ortodoxo armênio Aram Ier Kechichian. O Santo Padre celebrará em abril, na basílica de São Pedro, uma missa pelas pessoas exterminadas. Por sua vez, a Igreja turca gostaria de canonizar várias vítimas do extermínio em 2015, ano do centenário do genocídio.
Esta será a quinta viagem apostólica de Francisco, depois da vinda ao Brasil e das visitas à Terra Santa, à Coreia do Sul e à Albânia, esta última programada para o final deste mês.