Sejam Bem-Vindos!

"É uma grandiosíssima calúnia dizer que tenho revoltas contra a Igreja. Eu nunca tive dúvidas sobre a Fé Católica, nunca disse nem escrevi, nem em cartas particulares, nem em jornais, nem em quaisquer outros escritos nenhuma proposição falsa, nem herética, nem duvidosa, nem coisa alguma contra o ensino da Igreja. Eu condeno tudo o que a Santa Igreja condena. Sigo tudo o que ela manda como Deus mesmo. Quem não ouvir e obedecer a Igreja deve ser tido como pagão e publicano. Fora da Igreja não há salvação."
Padre Cícero Romão Batista

quinta-feira, 14 de março de 2013

Jesus, o Pão da Vida

Cristo está mesmo presente na Eucaristia, ou apenas "espiritualmente"? O pão e o vinho tornam-se de fato Corpo e Sangue do Senhor, ou são apenas símbolos? Tire suas dúvidas lendo este artigo com base bíblica



Desde
 a última e santa ceia do Senhor, a Igreja nunca deixou de celebrar a Eucaristia, nem de crer na Presença Real de Jesus no Pão, a Hóstia Consagrada pelo sacerdote. A palavra "hóstia" vem do latim e significa "vítima". O cristianismo, ao entrar em contato com a cultura latina, agregou ao seu linguajar teológico e litúrgico a palavra “hóstia” exatamente para referir-se àquele que, por amor, tornou-se a maior “vítima” do pecado: Jesus Cristo. Os cristãos adotaram a palavra “hóstia” para referir-se ao Cordeiro imolado (vitimado) e, ao mesmo tempo ressuscitado, presente no Memorial Eucarístico.

Desde os primeiros tempos, desde o início da Igreja,  os cristãos pregaram essa verdade recebida dos Apóstolos; algumas comunidades ditas "cristãs" dos dias atuais, porém, começaram a entender que a Eucaristia não contém a Maravilhosa Presença do Senhor, tratando-a como se fosse apenas um "símbolo", ou "lembrança" do Corpo de Cristo. Acham que Jesus é Pão da Vida apenas no sentido espiritual, e deixaram de crer na Presença Real do Senhor no Pão e no Vinho consagrados. Por desconhecerem o sentido das Sagradas Escrituras, que imaginam observar, e talvez por falta de confiança no incompreensível Poder Divino, acabam por desperdiçar este incomparável Presente de Deus para a humanidade.

Aqui apresentamos, de forma simples, o que a Bíblia Sagrada ensina sobre a Presença Real de Nosso Senhor Jesus Cristo nas Espécies Consagradas do Pão e do Vinho, - a Divina Eucaristia, - centro e sustento da nossa fé. Vejamos o que disse Jesus:


"Eu sou o Pão Vivo que desceu do Céu. Quem comer deste Pão viverá eternamente. E o Pão que eu hei de dar é a minha Carne, para a salvação do mundo." (Jo 6,51)


Jesus afirma categoricamente: Ele é o Pão Vivo, o Pão da Vida, Pão que vivifica e transforma. O Senhor afirma claramente que este Pão descido dos Céus é a sua própria Carne, dada em Alimento para a salvação do mundo. Se o Pão é sua Carne, não podemos afirmar que Jesus é Pão apenas como "alimento espiritual". Ele também ensina que esse Pão desce dos Céus, pois o Cristo mesmo desceu dos Céus.


"Quem se alimenta da minha Carne e bebe do meu Sangue permanece em Mim, e Eu nele."
 (Jo 6, 56-57)


Mais uma vez o Senhor declara que o Pão Consagrado é sua Carne, e o Vinho seu Sangue: ao comungarmos Corpo e Sangue de Nosso Senhor, passamos a pertencer a Ele, e Ele passa a habitar em nós. Devemos, portanto, nos alimentar de seu Corpo e Sangue para termos esta santa intimidade.


"Pois a minha Carne é verdadeiramente comida e o meu Sangue é verdadeiramente bebida."
 (Jo 6,55)


Não há como ignorar a extrema clareza e a ênfase das palavras do Cristo: sua Carne e Sangue são verdadeiramente Alimento e Bebida. Ele jamais disse que sua Carne e Sangue estariam "simbolicamente" naquela comida e bebida. Ele também não disse: "Estou 'espiritualmente' nestes 'símbolos'"...

A Carne e o Sangue de Cristo estão verdadeiramente presentes na Eucaristia, para a nossa salvação, e os cristãos fiéis são convidados a comungar deles. Este é o claríssimo ensinamento das Escrituras. Diante de afirmações tão diretas do próprio Jesus Cristo, como podem ainda existir confusões? Isso só pode acontecer por má vontade ou, mais provavelmente, por pura falta de fé naquilo que diz a Palavra de Deus. Assim como os que questionam o Sacramento da Eucaristia hoje, também naquela época muitos Judeus disseram: "Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne?" (Jo 6,52). Eles não eram capazes de compreender tão sublime e mística Revelação: Jesus falava de forma literal, sem meias palavras, que daria seu Corpo em Alimento. Isso deixou os judeus muito admirados e incrédulos.

Tal realidade é tão difícil de aceitar, e tão impossível de entender com a nossa inteligência humana, que até os próprios discípulos de Jesus disseram: "Dura é essa palavra! Quem pode escutá-la?" (Jo 6, 60). Não apenas os judeus, mas também os discípulos eram incapazes de entender! Esta Revelação provocou tal impacto que o Evangelho narra que, depois dela, "muitos discípulos voltaram atrás e não mais andavam com Ele" (Jo 6, 65-67). Assim como acontece até hoje.


"É necessário que vos empenheis não para obter esse alimento perecível, mas o Alimento que permanece para a vida eterna, o qual o Filho do homem vos dará."
 (Jo 6, 27)


Mais importante que o pão de cada dia, para o sustento do corpo, é a Eucaristia, o Alimento que sustenta a alma e permanece para a vida eterna. Se a Eucaristia fosse apenas um "símbolo", como poderia ser "Alimento para a vida eterna”?


"Tomai e comei; isto é o meu Corpo."
 (Mt 26, 26-28)


Na última ceia, Cristo cumpriu a Promessa: verdadeiramente institui a Eucaristia, seu Corpo e Sangue, como Alimento. De forma alguma, em lugar algum, Cristo diz: “isto ‘simboliza’ meu corpo”, ou “‘simboliza’ meu sangue”. Ele afirma diretamente: "Isto é o meu corpo". Quem ousaria desafiá-lo e dizer: "Senhor, estás enganado, isto não pode ser o teu Corpo!"? Mas, hoje, existem cristãos fazendo exatamente isso...

Também é interessante observar que, se houvesse apenas vinho no Cálice da Santa Ceia, Jesus não diria: "Este Cálice é a Nova Aliança no meu Sangue" (Lucas 22, 20). - Um cálice com vinho comum é um cálice com vinho apenas, e não poderia ser a nova e definitiva Aliança entre Deus e os homens. Mas, se este Cálice contém realmente o Sangue do Senhor Jesus, então estamos literalmente diante da Nova e Eterna Aliança com Deus, através de Jesus.

Como se não bastasse, para completar, o Apóstolo Paulo reafirma em sua carta aos coríntios:


"O Cálice que tomamos não é a Comunhão com o Sangue de Cristo? O Pão (...) não é a Comunhão com o Corpo de Cristo?" (I Cor 10,16)


Não foi dito que o Cálice e o Pão "simbolizam", que "representam" ou que são uma "recordação" do Sangue e Corpo, mas a Escritura afirma com convicção: o Cálice e o Pão são o Corpo e o Sangue, para a Sagrada Comunhão com o Senhor Jesus Cristo.

Concluímos este estudo com outra mensagem direta da Bíblia Sagrada:


"Cada um se examine antes de comer desse Pão e beber desse Cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo do Senhor, come e bebe a própria condenação." (I Cor 11,28-30)


Para participar da Eucaristia, comer e beber do Banquete do Altar, é preciso discerni-lo, isto é, saber que o Pão e o Vinho são realmente Corpo e Sangue do Senhor. Poderia a Palavra de Deus ser mais clara e mais direta?

Eis aí a pregação apostólica. Eis aí a Palavra de Deus, contida na Bíblia Sagrada. Eis aí a Doutrina católica e apostólica, que vem sendo guardada pela verdadeira Igreja de Cristo desde os tempos dos Apóstolos. Quem tiver entendimento para entender, entenda.



Graças e louvores sejam dados a todo momento, ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento do Altar!


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Cardeal Jorge Mario Bergoglio, da Argentina é o novo Papa Francisco


O conclave elegeu nesta quarta-feira (13) o cardeal Jorge Mario Bergoglio, argentino, como novo Papa, sucessor de Bento XVI à frente da Igreja Católica Apostólica Romana. O nome do escolhido pelos 115 cardeais foi anunciado pelo mais velho dos cardeais-diáconos, o francês Jean-Louis Tauran.
Bergoglio, de 76 anos, escolheu se chamar Papa Francisco I.
A decisão surpreendeu, pois o argentino, citado inicialmente, não aparecia nas últimas listas de favoritos, que incluíam o brasileiro Dom Odilo Scherer e o italiano Angelo Scola.
O novo pontífice apareceu na varanda central da Basílica de São Pedro para dar sua primeira bênção 'Urbi et Orbi' (para a cidade de Roma e para o Mundo). Na breve aparição, ele agradeceu ao Papa Emérito Bento XVI e pediu orações para seu pontificado que se inicia.
O novo Papa assume com a função de manter a unidade de uma igreja que, nas palavras de seu próprio antecessor, está dividida e imersa em crises.
A fumaça branca apareceu por volta das 19h08 locais (15h08 de Brasília), e foi recebida com festa pela multidão que tomava a Praça de São Pedro. Os sinos da Basílica de São Pedro tocaram.
Fonte: g1.globo.com

Abertura do 1º ano de Postulantado no Convento Santo Antonio em Natal-RN


Notícias da PRONEB...


No último dia 23 de fevereiro, no Convento Santo Antonio, o Ministro Provincial, Fr. Francisco Barreto acompanhado dos Conselheiros para Formação Inicial e Permanente, Fr. Jociel Gomes e Fr. José Soares, abriram oficialmente o 1º ano de postulantado na capital Potiguar. Os postulantes: Alex Almeida, Cícero Nogueira, Geiviano Ferreira, Guilherme Santos, Hércules Moreno, Ismael Pereira, Ivson Vieira, Javanyr Junior, João Paulo Santos,  José Cícero Gomes, Lenivaldo Silva, Luan Santos, Vinicius Bezerra, foram acolhidos com alegria pelo guardião da fraternidade, Fr. João Batista, pelo formador Fr. Carlos Alexandre e pelos freis: José Xavier e José Walden membros da Fraternidade. Após a abertura houve uma confraternização.

Papa Francisco


Novo Sumo Pontífice da Igreja

- Papa Francisco -

Para que a exemplo de São Francisco de Assis, ele possa ser novos ventos na vida da nossa Igreja.

Cardeais brasileiros concedem entrevista coletiva em Roma



cardeais brasileiros14032013
Conforme publicado pelo portal de notícias G1, os cardeais brasileiros concederam na manhã desta quinta-feira, 14 de março, em Roma, uma entrevista coletiva em que avaliaram a escolha do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, como sucessor de Bento XVI. Dos cinco cardeais brasileiros que participaram da eleição do pontífice, três participaram da entrevista: o presidente da CNBB e arcebispo de Aparecida (SP), dom Raymundo Damasceno Assis; o arcebispo emérito de Salvador (BA), dom Geraldo Majella; e o arcebispo de São Paulo (SP), dom Odilo Pedro Scherer.
A coletiva foi realizada no Colégio Pio Brasileiro. "As cotações prévias foram todas para o espaço", afirmou dom Odilo, dizendo que, segundo a crença, há outros elementos envolvidos na escolha de um novo Papa. "Há de se aprender que a Igreja não é só feita de cálculos humanos. De fato, o Espírito Santo orienta a Igreja."
Questionado sobre a possível pressão sentida por ter sido considerado um dos favoritos para ser o novo Papa, dom Odilo disse ter enfrentado tudo com muita tranquilidade. "Tenho os pés muito no chão, sabendo que havia muitas outras pessoas com muitas possibilidades."
Ele afirmou não ter pensado que poderia vencer. "Depois de ter rezado, se colocado diante da possibilidade de ser eleito, ficaria difícil dizer não. Mas nunca pensei que viesse a acontecer", disse. "Ser Papa não é uma honra simplesmente, não é um poder. É um serviço muito grande. Quem é eleito Papa sente esse peso."
Após a eleição e dos ritos formais feitos, todos os cardeais saudaram pessoalmente o Papa. "O saudei, lhe dei os parabéns, pedi que Deus o abençoasse. Lembrei da Jornada Mundial da Juventude, que ele irá ao Brasil em julho. Depende dele confirmar, com certeza o fará", disse dom Odilo.
O arcebispo de São Paulo revelou que visitou o túmulo de São Francisco de Assis, no domingo anterior ao conclave. Chegando lá, ele encontrou o cardeal arcebispo de Viena, Christoph Schönborn. "Mas um dominicano num lugar tão franciscano!", comentou o brasileiro na ocasião. O colega disse que seria bom que a Igreja tivesse um Papa com espírito franciscano. "É um sinal para o que a Igreja quer e precisa fazer", afirmou Odilo na entrevista coletiva. "Não se fazem saltos mortais na Igreja, mas existe uma continuidade."
Também dom Geraldo revelou que foi a Assis no período pré-conclave. "Rezei naquela hora para que o Papa pudesse realmente ser o que fizesse as vezes de São Francisco", afirmou. "Ele [Bergoglio] foi chamado e não teve nenhuma dificuldade de ser aclamado. Ele tem 76 anos, mas pode em pouco tempo fazer muito. O testemunho dele vai ser muito importante para o mundo, vai chamar a atenção do mundo. Vamos rezar para que ele seja feliz e, sendo feliz, faça a Igreja feliz", disse.
Para dom Geraldo, a escolha não foi surpreendente. "Não foi uma grande surpresa no sentido de que ele não pudesse ser o possível candidato", disse. "É um grande dom de Deus para a Igreja, para o mundo, um homem que tem um testemunho de vida. Ele vive o nome Francisco, é diferente dos outros", afirmou. "Agradeço a Deus por um grande final."
Já Dom Raymundo, que abriu a coletiva, disse que houve surpresa. "Não preciso dizer para vocês que foi uma surpresa para todos nós", afirmou. Os cardeais também contaram que, ainda na noite de quarta (13), após anúncio do pontífice, o Papa Francisco falou que precisaria ir nesta quinta-feira à Casa Internacional do Clero em Roma, onde estava hospedado antes do conclave, para pagar a conta e pegar suas coisas. Dom Raymundo foi informado de que o Papa foi mesmo à Casa nesta quinta, e insistiu para pagar sua hospedagem.
Depois da apresentação pública do novo Papa aos fiéis, os cardeais e o pontífice fizeram uma confraternização na Casa Santa Marta. "Foi muito fraterna, com um cardápio semelhante ao dos dias do conclave. Mas não poderia deixar de ter uma champanhe para comemorar", disse dom Raymundo.
"Depois da solenidade de apresentação, para voltar para a Casa Santa Marta, como protocolo ofereceram o carro oficial do Papa. Mas ele recusou e quis voltar como foi: no ônibus junto com os outros cardeais", disse dom Odilo.
Os cardeais foram questionados sobre a rivalidade entre Brasil e Argentina, muito presente em diversos temas. "A disputa é mais no campo do futebol, entre o Maradona e o Pelé. No campo religioso não há isso, se trata da mesma Igreja", disse dom Raymundo. "Como os argentinos são chamados no Brasil? De hermanos. Somos povos irmãos, nos sentimos assim", completou dom Odilo.
Os cardeais também foram questionados sobre o papel da nova evangelização no novo pontificado e como o Papa Francisco deve direcioná-la. "Ela já foi uma das ênfases no pontificado de João Paulo II e Bento XVI. E na América Latina é fundamental. Esse objetivo de ir ao encontro dos mais afastados, distantes, esquecidos. A Igreja é chamada a ir ao encontro das pessoas, ficando em estado permanente de missão", disse dom Raymundo.
Dom Odilo afirmou que dentro do conclave, em nenhum momento foi possível ver possíveis divisões dos cardeais ou identificar partidos. "Não existe direita e esquerda, não percebi. Foi um clima muito bonito, de grande responsabilidade e serenidade."
"Era um ambiente muito especial, com um grupo bastante reduzido em relação ao número de católicos do mundo, mas 115 cardeais de todo o mundo. Transcorreu num clima de muita abertura, liberdade, fraternidade. É uma instância na qual a gente não sente pressão. Se sente totalmente livre, e isso é muito importante. E o ambiente é um dos mais belos em termos de arte no mundo, a Capela Sistina", disse dom Raymundo. E completou: "O nome do novo Papa é uma mensagem de abertura ao mundo, de diálogo com o mundo, simplicidade, pobreza, solidariedade com os mais simples."
O novo Papa tem 76 anos, o que surpreendeu algumas pessoas – muitos imaginavam que o escolhido seria mais jovem, para ter um pontificado mais longo que o de Bento XVI. Segundo Dom Geraldo, a idade não influenciou a escolha. "Havia vários [cardeais] com 60 anos, mas isso não pesou. Não foi uma surpresa a idade. O Espírito Santo sopra onde quer. Esse é um sinal para o mundo, sobretudo aos que mais sofrem."
Ele também afirmou que os recentes escândalos de abusos sexuais no clero e de fraudes no Banco do Vaticano não tiveram peso dentro do conclave. "Em absoluto, não pesaram, ninguém teve preocupação com isso. Estamos preocupados com a Justiça, o Papa tem que defender a Justiça, os mais sofridos."
Os cardeais foram questionados algumas vezes durante a coletiva sobre uma possível influência do conclave passado. À época, foi dito que o então cardeal Bergoglio renunciou aos votos recebidos no conclave em favor de Ratzinger, que foi eleito o Papa Bento XVI. Foi questionado se essa atitude o teria beneficiado agora. Os cardeais disseram não saber da veracidade dessa informação.
"Ninguém sabe se isso é verdade. Só dom Geraldo, que estava lá, mas ele não pode falar", disse dom Odilo, sendo recebido por risadas dos presentes. Dom Geraldo era o único dos cardeais que deu entrevista que participou do conclave de 2005.

Nossos Papas Nossa História | Apresentação do Papa Francisco


'Tenho os pés no chão', diz Scherer após escolha de novo papa


O cardeal brasileiro dom Odilo Scherer, apontado antes do conclave como um dos principais favoritos para a eleição do papa, afirmou nesta quinta-feira que não havia entrado na Capela Sistina esperando ser eleito.
'Tenho os pés no chão', afirmou o arcebispo de São Paulo durante entrevista coletiva nesta quinta-feira ao lado dos outros quatro cardeais brasileiros que participaram do conclave.
Nas principais casas de apostas britânicas, o nome de Scherer aparecia na véspera do conclave como o segundo ou terceiro mais cotado entre os apostadores, enquanto o cardeal Jorge Mario Bergoglio, agora papa Francisco, não aparecia entre os dez favoritos.
'As cotações prévias foram todas para o espaço', brincou Scherer, para depois destacar que as previsões não tinham ligação com a realidade.
'Eu lhe pergunto: com que critério foram feitos esses cálculos? Foram cálculos humanos, mas a Igreja não é feita só de cálculos humanos', afirmou.
Ele afirmou ter enfrentado a pressão da imprensa antes do conclave com 'tranquilidade'.
'Sopro vital'
Durante a entrevista, Scherer elogiou a escolha do novo papa. 'Depois de 500 anos (da existência da Ordem dos Jesuítas), é um papa jesuíta, com coração franciscano', afirmou.
Ele brincou ainda ao dizer que na região da Patagônia, ao sul da Argentina, venta muito, e que a Igreja foi buscar seu 'sopro vital' num lugar distante como a Argentina.
Questionado se houve algum enfrentamento entre grupos de cardeais conservadores e progressistas durante o conclave, Scherer afirmou: 'Em nenhum momento identifiquei, tanto nas congregações gerais (reuniões pré-conclave) quanto no conclave, nenhum partido, de esquerda ou de direita'.
'O conclave ocorreu em clima de oração, de serenidade e de responsabilidade', afirmou.
Scherer afirmou ainda que não teve contato com seus familiares no Brasil durante o conclave e brincou que se eles tivessem participado da eleição, ele teria sido escolhido.
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Os compromissos do Papa: Missa de início de Pontificado na terça-feira, dia 19

Cidade do Vaticano (RV) - Poucas horas depois de eleito Sucessor de Pedro, o Papa Francisco já tem a agenda repleta de compromissos a serem cumpridos nos próximos dias, entre os quais o primeiro Angelus no domingo, informou o porta-voz do Vaticano, Padre Federico Lombardi. 

O primeiro compromisso do Papa Francisco foi a visita nesta manhã de quinta-feira à Basílica de Santa Maria Maior. Na parte da tarde de hoje, na Capela Sistina, às 17h locais, o Papa preside a Santa Missa com os cardeais eleitores. 

Amanhã, sexta-feira, às 11 horas locais, o Santo Padre irá receber em audiência todos os cardeais na Sala Clementina. Sábado, dia 16 de março, às 11 horas, audiência aos jornalistas na Sala Paulo VI.

Domingo, dia 17 de março, o Santo Padre recitará o Angelus do Apartamento Papal, às 12 horas. A Santa Missa para a solene inauguração do Pontificado será celebrada na Praça São Pedro, terça-feira, dia 19 de março, Solenidade de São José, às 9h30 locais.

Quarta-feira, dia 20 de março, Audiência aos Delegados Fraternos; não será realizada a Audiência Geral. (SP)

Habemus Papam: Francisco

Cidade do Vaticano (RV) RealAudioMP3 Às 20hs12min do dia 13 de março de 2013, o protodiácono Jean-Louis Tauran proclamou a famosa fórmula do Habemus Papam, no balcão Central da Basílica de São Pedro:
"Annuntio vobis gaudium magnum: habemus Papam!”
Eminentissimum ac reverendissimum dominum, dominum, Georgium Marium Sanctae Romanae Ecclesiae Cardinalem Bergoglio, qui sibi nomen imposuit Franciscum.

O Cardeal Arcebispo de Buenos Aires, o jesuíta Jorge Mario Bergoglio, 76 anos é o 265° sucessor de Pedro, assumindo o nome de Francisco. Foi eleito no 5° escrutínio no segundo dia do Conclave.

Às 20h23min o recém-eleito assomou ao balcão central proclamando as seguintes palavras: "Irmãos e Irmãs, boa noite! Vocês sabem que o dever do Conclave era de dar um bispo a Roma. Parece que meus irmãos cardeais foram buscá-lo quase no fim do mundo. Mas, estamos aqui! Vos agradeço pela acolhida, à comunidade diocesana, ao seu bispo. Obrigado!(...aplausos...) Antes de tudo, gostaria de fazer uma oração pelo nosso bispo emérito Bento XVI (...aplausos...). Rezemos todos juntos por ele, para que Deus o abençoe e Nossa senhora o proteja. (segue a oração do Pai Nosso, da Ave Maria e do Glória ao Pai). E agora comecemos este caminho bispo e povo, bispo e povo. Este é o caminho da Igreja de Roma que é aquela que precede na caridade todas as outras Igrejas. Um caminho de Fraternidade, de amor, de confiança entre nós. Rezemos sempre por nós, um pelo outro, rezemos por todo o mundo, para que exista uma grande fraernidade. Desejo que este caminho de Igreja, que hoje começamos e que me ajudará o meu Cardeal Vigário aqui presente, seja frutuoso para a evangelização desta tão bela cidade. (...aplausos...).
E agora gostaria de dar uma bênção, mas antes vos peço 1 favor. Antes de o bispo abençoar o povo vos peço que vocês rezem ao Senhor para que me abençoe. A oração do povo pedindo a bênção pelo seu bispo. (...aplausos...). Façamos em silêncio esta oração de vocês por mim"!

Após, o Papa Francisco concedeu a todos presentes na Praça São Pedro e a quantos o acompanhavam através dos meios de comunicação a Bênção Urbi et Orbi.

(JE)

Uma rápida exposição sobre a teologia das religiões


As religiões são portadoras de elementos que atestam o desígnio universal de Deus – sementes do Verbo. Esses elementos de graça apontam para Cristo. Romano Guardini diz que ainda que Buda tenha sido o precursor oriental maior de Cristo tornou-se o obstáculo maior para pregação desse mesmo cristianismo no Oriente.

A teologia das religiões parte de toda essa problemática em relação ao fenômeno religioso e, especialmente, na veracidade da fé cristã, da sua unidade e da universalidade do desígnio salvífico de Deus. Dentro desse cenário encontram-se posições diversas; o exclusivismo – extra ecclesiam nulla salus – , o inclusivismo em duas vertentes – teologia do cumprimento e teologia da presença de Cristo nas religiões - , o pluralismo – Cristologia normativa e Cristologia não-normativa.

Os teólogos inclusivistas – Danielou, Lubac, Balthasar, da primeira linha, e Rahner, Schilebeckx, Kung, da segunda linha – partem da singularidade e universalidade do evento de Jesus Cristo. O inclusivismo é de faceta cristocêntrica – o exclusivismo é eclesiocêntrico – e reflete a respeito do Salvador constitutivo. Assim, a salvação fora da Igreja seria fundada no mistério do Verbo encarnado, na fidelidade da consciência e na fidelidade dos ritos e tradições religiosas. Não obstante, não existiria uma autonomia salvífica, como se esta fosse conquistada pelo simples esforço do homem. Os elementos de graça e verdade são os sinais do não abandono de Deus aos homens.

No inclusivismo a centralidade de Cristo é afirmada, entretanto, as duas linhas se diferenciam na compreensão do modo como esta chega aos homens. A tendência Danielou prega que o homem se salva apesar da religião, pela fidelidade objetiva de consciência. O mistério de Cristo alcançaria os homens de outras religiões como extensão da graça de Deus. Destarte, o inclusivismo da primeira linha entende que o movimento do homem para a salvação não vem de si mesmo, mas brota da graça de Deus. As religiões não cristãs são, então, preparações evangélicas para a salvação. O cristianismo, como cumprimento de todas as religiões, tem a plenitude da salvação. Resumidamente pode-se colocar que enquanto a teologia do cumprimento parte da idéia de que o melhor das religiões leva a Cristo, a teologia da presença de Cristo nas religiões considera que Cristo está nas religiões não-cristãs.

Karl Rahner fora o teólogo que mais se destacara nessa linha. Para ele a oferta da graça alcança a todos os homens e todos os homens têm a consciência certa desta graça oferecida. O seu Existencial-Transcendental é a estrutura que o deixa aberto à graça. Realidade intermédia na natureza como uma disposição à graça. Orienta até Deus. Assim, aceitar a si mesmo é aceitar a Cristo e implicitamente o Evangelho, portanto cristãos anônimos.

Já a teologia do pluralismo religioso é seguida por todas as teologias contextuais; teologia negra, teologia feminista, teologia ecológica, teologia da libertação. Para os seus pensadores o pluralismo é de fato de iure. Deus positivamente há querido comunicar sua graça através das religiões em sua diversidade e até contradições. Conseqüentemente incide em dois grandes erros; a oposição entre a economia do Verbo Encarnado e a economia do Espírito Santo, assim os livros sagrados seriam emanações do próprio Espírito Santo e veículos válidos da experiência religiosa, e a distinção entre o Verbo Encarnado e o Logos Asarkós. Ou seja, o Logos não está definitivamente vinculado com Cristo, toda a mediação humana – inclusa a humanidade de Cristo – é insuficiente para abraçar a plenitude de Deus. Raymond Panikkar, desse modo, definiu Cristo como totum Dei e não totos Deus.

O mistério de Cristo é explícito na fé cristã, mas seria implícito nas demais religiões, ou seja, caminhos alternativos de salvação. Haveria uma dialética entre a experiência implícita do mistério de Cristo e o reconhecimento de Jesus de Nazaré, privilégio dos cristãos. Para os adeptos dessa linha a Igreja – sociedade e não Corpo Místico - não é critério para a salvação dos não-cristãos. O Concílio Vaticano II teria sido medroso em romper com a visão eclesiocêntria e cristocêntrica, alegam.

Obviamente os teólogos pluralistas se perdem nos próprios devaneios. O valor das religiões não só é real e pleno como há uma distinção entre Cristo e o que os Evangelhos falam de Cristo. A ação de Jesus vai além do anunciado nas Escrituras, não se restringe, mas também se faz presente nas outras crenças. Alguns dizem, inclusive, que com a condição kenótica de Cristo, este tomou uma consciência restrita pela natureza humana e, conseqüentemente, incapacitado de abarcar a totalidade do mistério de Deus.

A teologia do pluralismo – normativa e não-normativa – incide em heresias formais. Cristo não mais é o centro da salvação e as religiões são vias alternativas e complementares. Para a linha normativa Cristo ainda é a Revelação definitiva, mas não seria a causa constitutiva da graça salvífica. Ademais, não seria possível um conhecimento transcendente de Deus, o conhecimento das realidade transcendentes. O homem como ser metafísico mas impossibilitado de fazer metafísica. Surgem, então, o Reinocentrismo – Reino de Paz e Justiça e o Soteriocentrismo – ereção do paraíso mediante a transformação das estruturas.

Ainda que a teologia do pluralismo normativa incida em heresias formais, a não-normativa consegue ir além ao colocar Cristo como apenas mais um mediador da salvação. Com uma forte influência ideológica, a religião passa a ser vista como mais um instrumento de destruição e submissão cultural. A união das religiões, então, teria como fim a construção do bem, da paz e da justiça mundial. Do cristocentrismo eles migram para o teocentrismo, onde as religiões são multiformes manifestações do divino.

O diálogo, então, tem como pressuposto fundamental a não-pretensão da verdade e ter em vista que os valores das religiões, e seu próprio fim, é promover o bem da humanidade. Para Paul Knitter a Encarnação é uma metáfora da vida em fidelidade a Deus e do amor ao próximo, e John Hick, grande expoente do relativismo religioso, a religião é passar do centrar em si mesmo para o centrar na realidade, viver para o próximo. Destarte, as contradições claríssimas das religiões são revolvidas mediante a ética e pela lei moral

Fonte:

RAVAZZANO, Pedro. Uma rápida exposição sobre a teologia das religiões. Blog Acarajé Conservador. Disponível em:http://acarajeconservador.blogspot.com/2011/05/uma-rapida-exposicao-sobre-teologia-das.html Acesso em: 31 Maio 2011.

terça-feira, 12 de março de 2013

Origem e história do papado

Como surgiu o papado? O Papa é infalível? Quais as funções e a importância do Sumo Pontífice para a nossa fé?


Sabemos que o Papa é o supremo representante da autoridade da Igreja, para guardar e ensinar a verdadeira Doutrina de Jesus Cristo. Mas de onde vem essa autoridade tão grande e importante? Como todo cristão deveria saber, essa Autoridade foi dada diretamente pelo Filho de Deus, e isso ficou registrado de maneira muito clara nos Evangelhos, para que ninguém tivesse dúvidas. 

No capítulo 16 do Evangelho segundo Mateus, Vemos que Pedro é o discípulo que primeiro compreende a Natureza Divina de seu Mestre. Em resposta, Jesus lhe dá um novo nome, junto com uma nova e importantíssima missão: Simão Filho de Jonas se torna “Pedro”; a Pedra sobre a qual será edificada a Igreja do Senhor na Terra. E para confirmar o que acabara de dizer, Jesus ainda entrega a Pedro as Chaves do Reino dos Céus, e declara que tudo que ele ligar ou desligar na Terra, será ligado ou desligado no Céu. Mais claro do que isso, impossível. Jesus institui a sua Igreja sobre Pedro, e lhe confere autoridade sobre esta Igreja.

Mas, infelizmente, existem os que não compreendem (ou não querem compreender?) esta passagem primordial dos Evangelhos: chegam a dizer que Jesus não se referiu a Pedro como a Pedra Fundamental, e sim a ele mesmo, Jesus, que também foi chamado de “Pedra Angular” em Atos 4, 11.

A declaração do Senhor, porém, é tão direta que é difícil entender como alguém pode se confundir a esse respeito. Primeiro, Jesus chama Simão de “Pedro”, isto é, a “Pedra” ou a “Rocha”, e ao mesmo tempo, na mesma frase, diz que sobre aquela Pedra edificaria a sua Igreja, e ainda lhe concede as Chaves do Reino do Céu, dando-lhe autoridade para “ligar” ou “desligar” na Terra e no Céu! Do que mais precisamos para aceitar que Jesus concedeu plena autoridade a Pedro sobre a Igreja una, que ali se iniciava?? É mais do que óbvio que se Jesus estivesse dizendo que era ele mesmo esta “Pedra”, diria simplesmente “Eu sou a Pedra”, e não faria sentido concluir entregando a Pedro as Chaves do Reino dos Céus.

“Simão, respondendo, disse: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: ‘Bem-aventurado és tu, Simão filho de Jonas, porque não foi a carne e o sangue que te revelaram isto, mas meu Pai, que está nos Céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro (Pedra), e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja: as portas do Inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do Reino dos Céus; tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus.’" (Mateus 16, 15-19)

A autoridade de Pedro, o primeiro Papa, é representada pelas Chaves do Reino dos Céus, ou seja, Jesus Cristo o autoriza a tomar as decisões doutrinárias da Igreja, que viria a se tornar Católica, isto é, Universal, de todos, e não só para o povo de Israel. De Pedro deveriam partir as decisões e orientações para todas as comunidades da Igreja primitiva, como vemos em At 16, 4-5: “Nas cidades pelas quais passavam, ensinavam que observassem as decisões que haviam sido tomadas pelos Apóstolos e anciãos em Jerusalém”.

Os Apóstolos foram os 12 discípulos que Jesus escolheu para transmitir sua Mensagem ao mundo. “Apóstolo” não é alguém que lê a Bíblia, interpreta ao seu modo e aluga um salão para chamar de “igreja”. Os Apóstolos e os anciãos formaram o primeiro clero, foram os primeiros sacerdotes. Vemos nos Evangelhos (Mc 3,13-19, MT 10,1-4, Lc 6,12-16) que Jesus escolheu 12 Apóstolos entre seus discípulos; os que não foram escolhidos permaneceram na condição de fiéis. A palavra “Papa”, significa “pai”, e alude à paternidade espiritual sobre a grande comunidade cristã na Terra. Temos um Pai maior no Céu, que é Deus Criador, e um pai espiritual terreno, que nos foi designado pelo próprio Filho de Deus. O termo surgiu como um título carinhoso dado ao Bispo de Roma durante o crescimento da Igreja no Império Romano, e permanece até hoje. De Pedro até Bento XVI foram 266 Papas, numa sucessão apostólica direta, que nunca foi interrompida, por mais que muitos ditadores e inimigos da Igreja tenham lutado contra ela. A Profecia do Senhor se cumpre: o Inferno não prevalece contra a Igreja que Ele fundou!

O primeiro Papa já usava a sua autoridade sobre a Igreja Por exemplo, em Atos dos Apóstolos vemos que alguns fariseus recém-convertidos ao cristianismo diziam que era necessário circuncidar os pagãos e lhes impor a Lei de Moisés antes de aceitá-los como cristãos. Começou uma grande discussão. Ficou acertado que Paulo, Barnabé e outros iriam resolver a questão com os Apóstolos e anciãos numa reunião em Jerusalém. Reuniram-se, e depois de uma grande discussão, a Bíblia diz que Pedro se levantou e falou a todos: “‘Irmãos, sabeis que já há muito tempo Deus me escolheu dentre vós, para que da minha boca os pagãos ouvissem a Palavra do Evangelho... (...) Por que provocais a Deus, impondo aos discípulos um jugo que nem nossos pais e nem nós mesmos podemos suportar? Nós cremos que pela Graça seremos salvos, exatamente como eles’. E toda a assembléia o ouviu silenciosamente” (At 15, 1-12).

É por isso que cristãos não circuncidam seus recém-nascidos: Pedro aboliu a circuncisão, com a autoridade que o próprio Cristo lhe deu.

Fontes e bibliogafia:
CONGAR, Yves. Igreja e Papado. São Paulo: Loyola, 2007;
HACKMANN, Geraldo L. Borges. A Amada Igreja de Jesus Cristo. São Paulo:
EdiPUCRS, 1997.


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quarta-feira, 6 de março de 2013

Código de Direito Canonico e o Concílio Vaticano II


Nestas ultimas semanas tenho visto da parte de vários jovens católicos o não assentimento do concílio do Vaticano II, por conta do complexo pastoral do concílio, e da não definição de doutrinas de forma dogmatica, tudo como pretexto, não valendo para eles a explicação que mesmo ao ensinamento não definitivo da Santa Igreja deve o católico obedecer, não com fé divina e católica, mas com religioso obséquio. É o que trata o cânon 752 da CDC:

Cân. 752 Não assentimento de fé, mas religioso obséquio de inteligência e vontade deve ser prestado à doutrina que o Sumo Pontífice ou o Colégio dos Bispos, ao exercerem o magistério autêntico, enunciam sobre a fé e os costumes, mesmo quando não tenham a intenção de proclamá-la por ato definitivo; portanto os fiéis procurem evitar tudo o que não esteja de acordo com ela .

Pois não aceitam, segundo os mesmos o CDC não é infalível, mas tratando-se de um documento constitutivo na vida do clero e da Igreja enquanto instituição sob observação dos fieis, faremos uma breve introdução ao CDC e os textos que correspondem a observação dos concílios ecumênicos, assentimento das doutrinas definitivas e às não definitivas expostas nos concílios.

João Paulo II, exprimi o interesse do documento, e sua finalidade dizendo:

“Torna-bem claro, pois, que objetivo do Código não é de forma alguma, substituir, a vida da Igreja ou dos fiéis, a fé, a graça, os carismas, nem muito menos a caridade. Pelo contrário, sua finalidade é, criar na sociedade eclesial uma ordem que, dando primazia ao amor, à graça e aos carismas, facilite ao mesmo tempo seu desenvolvimento orgânico na vida, seja da sociedade eclesial, seja de um de seus membros”. (CDC<2>, p.10)

Vejamos o verbete abaixo do dicionário teológico de Fries Heinrich.

A Constituição do Código é estruturada com base na Sagrada Escritura e o ideal da vida cristã (At 2, 42-45), que é expressado com um sincero espírito do Vaticano II, como assim falara o Papa João Paulo II. O Código possui um caráter jurídico que é utilizado pela igreja para orientar na verdade, a vida de todos os batizados. “Por sua estreita relação com Deus, Criador e Redentor, o direito da Igreja supera claramente o direito civil (HEINRICH, Fries. Dicionário de Teologia. Volume 1/ Adão – Dogma. São Paulo: Loyola,1973. Verbete Direito Canônico, p.413.)

Ver-se nestes textos a Intrínseca ligação entre o CDC e o Vaticano II, o CDC expressa “um sincero espírito do Vaticano II” e como João Paulo II salienta sobre o CDC que a “finalidade é, criar na sociedade eclesial uma ordem” os que se colocam fora desta ordem não aceitando ao CDC que resume as leis da Igreja não estão nesta sociedade eclesial.

Lastimável é vermos os tradicionalista argumentarem “o que não é dogma, não vale” mas os documentos do vaticano II assim como de todos os concílio anteriores “são confirmados pelo Papa e promulgados por mandato seu” (CDC 341, §1) se assim não fossem não teriam validade, todos os 16 documentos do concílio Vaticano II foram aprovados e ao fim assinados pelo então papa. Fica a pergunta para os que ‘dizem’ estar em comunhão com a Igreja, mas não aceitam ao Vaticano II, por o mesmo ter sido pastoral estes papas erraram? Obviamente que não, os que erram são os que não se submetem ao concílio e nem ao Magisterio.

Agirei conforme a Fé e a Caridade que nos ensina a Igreja, como amigo Alessandro Lima do VS já havia se manifestado em outros artigos, sem pretensões de humilhar ou descaracterizar ninguém esperando na caridade a volta dos confusos.

Concílios Ecumênicos detém autoridade sobre toda a Igreja

O CDC é muito claro sobre a autoridade dos concílios, sabemos que o Vaticano II foi ecumênico como todos os seus predecessores, gozando assim da mesma autoridade:

Cân. 337 § 1. O Colégio dos Bispos exerce seu poder sobre toda a Igreja, de modo solene, no Concílio Ecumênico. § 2. Exerce esse poder pela ação conjunta dos Bispos espalhados pelo mundo, se essa ação for, como tal, convocada ou livremente aceita pelo Romano Pontífice, de modo a se tornar verdadeiro ato colegial.

§ 3. Compete ao Romano Pontífice, de acordo com as necessidades da Igreja, escolher e promover os modos pelos quais o Colégio dos Bispos pode exercer colegialmente seu ofício no que se refere à Igreja universal .

O cân. 337 ensina que a Igreja no Concílio Ecumênico exerce de modo solene seu poder sobre toda a Igreja. O cânon não diz que este poder é reservado aos Concílios dogmáticos somente. Nem tão pouco diz que a simples reunião dos Bispos e as deliberações resultantes dela (por aprovação do voto da maioria) figure autêntico ato colegial.

A força de obrigar de um Concílio Ecumênico fica mais clara no cân. 341:

Cân. 341 § 1. Os decretos do Concílio Ecumênico não têm força de obrigar, a não ser que, aprovados pelo Romano Pontífice junto com os Padres Conciliares, tenham sido por ele confirmados e por sua ordem promulgados .

Este cânon mostra que a condição para que um Concílio tenha força de obrigar, não é o fato de ser dogmático, mas ter sido aprovado, confirmado e promulgado pelo Romano Pontífice e os Padres Conciliares como podemos ver no (CDC 341, §1) e citamos acima.

Definições dogmáticas infalíveis

Cân. 749 § 1. Em virtude de seu ofício, o Sumo Pontífice goza de infalibilidade no magistério quando, como Pastor e Doutor supremo de todos os fiéis, a quem cabe confirmar na fé os seus irmãos, proclama, por ato definitivo, que se deve aceitar uma doutrina sobre a fé e os costumes.

§ 2. Também o Colégio dos Bispos goza de infalibilidade no magistério quando, reunidos os Bispos em Concílio Ecumênico, exercem o magistério como doutores e juízes da fé e dos costumes, declarando para toda a Igreja que se deve aceitar definitivamente uma doutrina sobre a fé ou sobre os costumes; ou então quando, espalhados pelo mundo, conservando o vínculo de comunhão entre si e com o sucessor de Pedro, e ensinando autenticamente questões de fé ou costumes juntamente com o mesmo Romano Pontífice, concordam numa única sentença, que se deve aceitar como definitiva.

§ 3. Nenhuma doutrina se considera infalivelmente definida se isso não constar claramente Este cânon trata do Magistério Extraordinário, que é utilizado pela Igreja para definir uma doutrina como definitiva. Neste caso o ensinamento é infalível por excelência. Este cânon não diz que as doutrinas não-infalíveis estão sujeitas ao arbítreo dos católicos.

Os cânones que tratam do tipo de assentimento que os católicos devem dar ao Magistério são os 750 e 752.

Aceitação das proposições não definitivas (dogmáticas) para a Igreja

Antes de analisarmos a CDC vejamos o que diz também o Papa Pio XII sobre o assentimento dos ensinamentos não versados de ex-catedra.

Disse o Papa Pio XII: "Nem se deve crer que os ensinamentos das encíclicas não exijam, por si, assentimento, sob alegação de que os Sumos Pontífices não exercem nelas o supremo poder de seu magistério. Entretanto, tais ensinamentos provêm do magistério ordinário, para o qual valem também aquelas palavras: ‘Quem vos ouve a mim ouve’ (Lc 10,16); e, na maioria das vezes, o que é proposto e inculcado nas encíclicas, já por outras razões pertence ao patrimônio da doutrina católica. E, se os Romanos Pontífices em suas constituições pronunciam de caso pensado uma sentença em matéria controvertida, é evidente que, segundo a intenção e vontade dos mesmos pontífices, essa questão já não pode ser tida como objeto de livre discussão entre os teólogos” (SS. PAPA PIO XII, Enc. Humani Generis, n.22).

Cân. 750 – § 1. Deve-se crer com fé divina e católica em tudo o que se contém na palavra de Deus escrita ou transmitida por Tradição, ou seja, no único depósito da fé confiado à Igreja, quando ao mesmo tempo é proposto como divinamente revelado quer pelo magistério solene da Igreja, quer pelo seu magistério ordinário e universal; isto é, o que se manifesta na adesão comum dos fiéis sob a condução do sagrado magistério; por conseguinte, todos têm a obrigação de evitar quaisquer doutrinas contrárias.

§ 2. Deve-se ainda firmemente aceitar e acreditar também em tudo o que é proposto de maneira definitiva pelo magistério da Igreja em matéria de fé e costumes, isto é, tudo o que se requer para conservar santamente e expor fielmente o depósito da fé; opõe-se, portanto, à doutrina da Igreja Católica quem rejeitar tais proposições consideradas definitivas.

O ultimo concílio não propôs nada de forma definitiva (dogmática) como sabemos suas decisões podem ser reformadas por outro concílio ecumênico. Por isso decisões pastorais não obrigam com Fé divina e católica como elucida-nos o CDC, isto é, não obrigam para sempre como se fossem estabelecidas e reveladas por Deus como no caso de resoluções dogmáticas. Mas, mesmo o ensinamento não dogmático ou seja definitivo da Igreja deve o católico obedecer, não com fé divina e católica, mas com religioso obséquio ou seja benevolência e respeito. Como no caso do Magistério ordinário. Veja abaixo.

Cân. 752 Não assentimento de fé, mas religioso obséquio de inteligência e vontade deve ser prestado à doutrina que o Sumo Pontífice ou o Colégio dos Bispos, ao exercerem o magistério autêntico, enunciam sobre a fé e os costumes, mesmo quando não tenham a intenção de proclamá-la por ato definitivo; portanto os fiéis procurem evitar tudo o que não esteja de acordo com ela.

Em fim, Os ensinamentos propostos de forma definitiva obrigam com fé divina e católica (cân. 750). Estes ensinamentos constaram nos Concílios dogmáticos. Os ensinamentos propostos de forma não-definitiva obrigam com religioso obséquio (cân. 752).

Sendo assim o CDC faz distinção entre o tipo de assentimento que se deve dar às doutrinas definitivas e às não definitivas. Mas não dá o direito ao católico de aceitar ou não, aquilo que suas razões desejam, como fazem os tradicionalistas. Prefácios de livros, opiniões alheias, ditos dos pais da Igreja etc. que são utilizados como joguetes nas mãos dos ultratradicionalistas, mesmo que provenham de homem importantes na Igreja como, por exemplo, Santos e outros, não são norma ou doutrina para a Igreja ou  detém  nota de obrigatoriedade. Superior para a Igreja católica e seus filhos é o que seu ensino e doutrina  determina, através de seu Magistério extraordinário ou ordinário, seja na Doutrina ou teologia seja em suas leis de forma jurídica.

Lembremos o que diz o Catecismo Maior de São Pio X : "Sim, somos obrigados a fazer tudo o que a Igreja manda [...] Não [...] a Igreja não pode enganar-Se, porque, segundo a promessa de Jesus Cristo, é sempre assistida pelo Espírito Santo. Sim, a Igreja Católica é infalível. Por isso aqueles que rejeitam as suas definições perdem a fé, e tornam-se hereges." A Igreja não pode enganar-se, segundo São Cipriano de Cartago “Os romanos não podem errar na fé”.

John Lennon J. da Silva
Apostolado São Clemente Romano.
Caruaru 17 de Agosto de 2010.

sábado, 2 de março de 2013

Acatamento do Magistério mesmo não infalível


Mesmo fora do âmbito da infalibilidade, devemos seguir o Magistério vivo e os pastores colocados por Nosso Senhor para nos guiar.

Nas situações em que o guia vivo não é infalível, como é o caso do pai de família ou do pároco unido ao seu bispo, não significa que não devemos segui-los. Só na hipótese de uma oposição frontal à Lei de Deus é que devemos recusar-lhe a submissão.

Proclama a Constituição “Pastor Aeternus”: “Ensinamos, portanto, e declaramos que a Igreja Romana, por disposição do Senhor, tem o primado do poder ordinário sobre todas as outras Igrejas; e que este poder de jurisdição do Romano Pontífice, que é verdadeiramente episcopal, é imediato: portanto, a este poder estão obrigados ao dever de subordinação hierárquica e verdadeira obediência pastores e fiéis de qualquer rito e dignidade, seja individualmente, seja coletivamente, não só nas coisas relativas à Fé e à Moral, mas também nas relativas à disciplina e ao governo da Igreja dispersa pelo mundo inteiro. De modo que, guardada esta unidade com o Romano Pontífice, tanto de comunhão como de profissão da mesma Fé, seja a Igreja de Cristo um só Rebanho, sob um só Pastor supremo (Jo 10,16). Tal é a doutrina da verdade católica, da qual ninguém pode desviar-se sem perigo para a sua Fé e sua salvação” (D-S 3060).

“O Magistério dos pastores da Igreja em matéria moral se exerce ordinariamente na catequese e na pregação, com o auxílio das obras dos teólogos e dos autores espirituais. Assim se foi transmitindo, de geração em geração, sob a égide e a vigilância dos pastores, o "depósito" da moral cristã, composto de um conjunto característico de regras, mandamentos e virtudes que procedem da fé em Cristo e são vivificados pela caridade. Esta catequese tem tradicionalmente tomado por base, ao lado do "Credo" e do "Pai-nosso", o Decálogo, que enuncia os princípios da vida moral, válidos para todos os homens” (Nota 27) .

“Porque o ensinamento não infalível da Igreja, embora não de maneira absoluta, é também assistido pelo Espírito Santo. Muito se enganaria, pois, quem cuidasse que ele nos deixa inteiramente livres de assentir ou de discordar. Não obrigar sob pena de heresia, está longe de equivaler a não obrigar de todo, conforme ensina o Concílio Vaticano I: “Não bastaria evitar a perversão da heresia, se não fugíssemos ainda diligentemente dos erros que dela se aproximam mais ou menos” (D-S 3045). S. Pio X condenou os que pretendiam eximir de qualquer culpa moral quem não levasse em conta as censuras decretadas pelas Congregações romanas (DS 3408). Cabe à Igreja não só propor a verdade revelada, como ainda mostrar o que – direta ou indiretamente – a ela leva ou dela afasta. Nem basta acolher este ensinamento com um silêncio respeitoso; impõe-se uma adesão intelectual (Clemente XI D-S 2390 – S. Pio X D-S 3407)” (Nota 28).

“É certo que o Concílio Vaticano I definiu que o Magistério do Romano Pontífice é infalível em determinadas condições... Seria absurdo, no entanto, daí concluir que o Papa erra sempre que não faz uso de sua prerrogativa de infalibilidade. Pelo contrário, devemos supor que ele acerte, porquanto normalmente age com prudência e não emite sua opinião antes de muito ponderar. Sem falar nas graças especiais com que o assiste o Espírito Santo” (Nota 29).

“Nem se deve crer que os ensinamentos das encíclicas não exijam, por si, assentimento, sob alegação de que os sumos pontífices não exercem nelas o supremo poder de seu magistério. Entretanto, tais ensinamentos provêm do magistério ordinário, para o qual valem também aquelas palavras:"Quem vos ouve a mim ouve" (Lc 10,16)” (Nota 30) .

“Com relação ao ensinamento do Magistério em matéria em si não irreformável, a vontade leal de se submeter deve ser a regra... Neste âmbito de intervenções de tipo prudencial, aconteceu que alguns documentos magisteriais não fossem isentos de carências. Os Pastores nem sempre colheram prontamente todos os aspectos ou toda a complexidade de uma questão. Mas seria contrário à verdade se, a partir de alguns casos determinados, se inferisse que o Magistério da Igreja possa enganar-se habitualmente nos seus juízos prudenciais, ou não goze da assistência divina no exercício integral da sua missão”. (Nota 31)

Notas:

27. Catecismo da Igreja Católica, 2033).

28. Pe. Dr. M. Teixeira-Leite Penido – O Mistério da Igreja, VII, O poder do Magistério p. 294.

29. Dom Antônio de Castro Mayer – Carta Pastoral sobre a preservação da Fé e dos bons costumes, V.

30. Papa Pio XII, Encíclica Humani Generis, 20.

31. Congreg. para a Doutrina da Fé - Instrução sobre a vocação eclesial do teólogo – Donum veritatis - 24 de maio de 1990 – nº 24.

Fonte:

Dom Fernando Arêas Rifan. Orientação Pastoral: O Magistério Vivo da Igreja. Disponivel em:http://www.adapostolica.org/modules/wfsection/article.php?articleid=448&page=7 Acesso Acesso em: 28 Novembro 2010.

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