Sejam Bem-Vindos!

"É uma grandiosíssima calúnia dizer que tenho revoltas contra a Igreja. Eu nunca tive dúvidas sobre a Fé Católica, nunca disse nem escrevi, nem em cartas particulares, nem em jornais, nem em quaisquer outros escritos nenhuma proposição falsa, nem herética, nem duvidosa, nem coisa alguma contra o ensino da Igreja. Eu condeno tudo o que a Santa Igreja condena. Sigo tudo o que ela manda como Deus mesmo. Quem não ouvir e obedecer a Igreja deve ser tido como pagão e publicano. Fora da Igreja não há salvação."
Padre Cícero Romão Batista

sábado, 7 de janeiro de 2012

Nota com indicações pastorais para o Ano da Fé


Boletim da Santa Sé


IntroduçãoCom a Carta apostólica Porta fidei de 11 de outubro de 2011, o Santo Padre Bento XVI convocou um Ano da Fé. Ele começará no dia 11 de outubro 2012, por ocasião do quinquagésimo aniversário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, e terminará aos 24 de novembro de 2013, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.
Este ano será uma ocasião propícia a fim de que todos os fiéis compreendam mais profundamente que o fundamento da fé cristã é "o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo".1 Fundamentada no encontro com Jesus Cristo ressuscitado, a fé poderá ser redescoberta na sua integridade e em todo o seu esplendor. "Também nos nossos dias a fé é um dom que se deve redescobrir, cultivar e testemunhar" para que o Senhor "conceda a cada um de nós viver a beleza e a alegria de sermos cristãos"2.
O início do Ano da Fé coincide com a grata recordação de dois grandes eventos que marcaram a face da Igreja nos nossos dias: o quinquagésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, desejado pelo beato João XXIII (11 de outubro de 1962), e o vigésimo aniversário da promulgação do Catecismo da Igreja Católica, oferecido à Igreja pelo beato João Paulo II (11 de outubro de 1992).
O Concílio, segundo o Papa João XXIII, quis "transmitir pura e íntegra a doutrina, sem atenuações nem subterfúgios", empenhando-se para que "esta doutrina certa e imutável, que deve ser fielmente respeitada, seja aprofundada e exposta de forma a responder às exigências do nosso tempo"3. A este propósito, continua sendo de importância decisiva o início da Constituição dogmática Lumen gentium: "A luz dos povos é Cristo: por isso, este sagrado Concílio, reunido no Espírito Santo, deseja ardentemente iluminar com a Sua luz, que resplandece no rosto da Igreja, todos os homens, anunciando o Evangelho a toda a criatura (cfr. Mc. 16,15)"4. A partir da luz de Cristo, que purifica, ilumina e santifica na celebração da sagrada liturgia (cf. Constituição Sacrosanctum Concilium) e com a sua palavra divina (cf. Constituição dogmática Dei Verbum), o Concílio quis aprofundar a natureza íntima da Igreja (cf. Constituição dogmática Lumen gentiume a sua relação com o mundo contemporâneo (cf. Constituição pastoralGaudium et spes). Ao redor das suas quatro Constituições, verdadeiras pilastras do Concílio, se agrupam as Declarações e os Decretos, que enfrentam alguns dos maiores desafios do tempo.

Depois do Concílio, a Igreja se empenhou na assimilação (receptio) e na aplicação do seu rico ensinamento, em continuidade com toda a Tradição, sob a guia segura do Magistério. A fim de favorecer a correta assimilação do Concílio, os Sumos Pontífices convocaram amiúde o Sínodo dos Bispos5, instituído pelo Servo de Deus Paulo VI em 1965, propondo à Igreja orientações claras por meio das diversas Exortações apostólicas pós-sinodais. A próxima Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, no mês de outubro de 2012, terá como tema: A nova evangelização para a transmissão da fé cristã.
Desde o começo do seu pontificado, o Papa Bento XVI se empenhou de maneira decisiva por uma correta compreensão do Concílio, rechaçando como errônea a assim chamada "hermenêutica da descontinuidade e da ruptura" e promovendo aquele que ele mesmo chamou de "’hermenêutica da reforma’", da renovação na continuidade do único sujeito-Igreja, que o Senhor nos concedeu; é um sujeito que cresce no tempo e se desenvolve, permanecendo porém sempre o mesmo, único sujeito do Povo de Deus a caminho"6.
Catecismo da Igreja Católica, pondo-se nesta linha, é, de um lado, "verdadeiro fruto do Concílio Vaticano II"7, e de outro pretende favorecer a sua assimilação. O Sínodo Extraordinário dos Bispos de 1985, convocado por ocasião do vigésimo aniversário da conclusão do Concílio Vaticano II e para efetuar um balanço da sua assimilação, sugeriu que fosse preparado este Catecismo a fim de oferecer ao Povo de Deus um compêndio de toda a doutrina católica e um texto de referência segura para os catecismos locais. O Papa João Paulo II acolheu a proposta como desejo "de responder plenamente a uma necessidade verdadeira da Igreja Universal e das Igrejas particulares"8Redigido em colaboração com todo o Episcopado da Igreja Católica, este Catecismo "exprime verdadeiramente aquela a que se pode chamar a ‘sinfonia da fé’"9.
Catecismo compreende "coisas novas e velhas (cf. Mt 13,52), porque a fé é sempre a mesma e simultaneamente é fonte de luzes sempre novas. Para responder a esta dupla exigência, o ‘Catecismo da Igreja Católica’ por um lado retoma a ‘antiga’ ordem, a tradicional, já seguida pelo Catecismo de São Pio V, articulando o conteúdo em quatro partes: o Credo; a sagrada Liturgia, com os sacramentos em primeiro plano; o agir cristão, exposto a partir dos mandamentos; e por fim a oração cristã. Mas, ao mesmo tempo, o conteúdo é com frequência expresso de um modo ‘novo’, para responder às interrogações da nossa época"10Este Catecismo é "um instrumento válido e legítimo a serviço da comunhão eclesial e como uma norma segura para o ensino da fé."11. Nele os conteúdos da fé encontram "a sua síntese sistemática e orgânica. Nele, de facto, sobressai a riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos de história. Desde a Sagrada Escritura aos Padres da Igreja, desde os Mestres de teologia aos Santos que atravessaram os séculos, oCatecismo oferece uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua vida de fé."12.
Ano da Fé quer contribuir para uma conversão renovada ao Senhor Jesus e à redescoberta da fé, para que todos os membros da Igreja sejam testemunhas credíveis e alegres do Senhor ressuscitado no mundo de hoje, capazes de indicar a "porta da fé" a tantas pessoas que estão em busca. Esta "porta" escancara o olhar do homem para Jesus Cristo, presente no nosso meio "todos os dias, até o fim do mundo" (Mt 28, 20). Ele nos mostra como "a arte de viver" se aprende "numa relação profunda com Ele"13. "Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé"14.
Por ordem do Papa Bento XVI15, a Congregação para a Doutrina da Fé redigiu a presente Nota, em acordo com os Dicastérios competentes da Santa Sé e com a contribuição do Comitê para a preparação do Ano da Fé16, com algumas indicações para viver este tempo de graça, sem excluir outras propostas que o Espírito Santo quiser suscitar entre os Pastores e os fiéis nas diversas partes do mundo.

Indicações
"Eu sei em quem pus a minha fé" (2 Tm 1, 12): esta palavra de São Paulo nos ajuda a compreender que "antes de mais, a fé é uma adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus"17. A fé como confiança pessoal no Senhor e a fé que professamos no Credo são inseparáveis, se atraem e se exigem reciprocamente. Existe uma ligação profunda entre a fé vivida e os seus conteúdos: a fé das testemunhas e dos confessores é também a fé dos apóstolos e dos doutores da Igreja.
Neste sentido, as seguintes indicações para o Ano da Fé desejam favorecer tanto o encontro com Cristo por meio de autênticas testemunhas da fé, quanto o conhecimento sempre maior dos seus conteúdos. Trata-se de propostas que visam solicitar, de maneira exemplificativa, a pronta responsabilidade eclesial diante do convite do Santo Padre a viver em plenitude este Ano como um especial "tempo de graça"18. A redescoberta alegre da fé poderá contribuir também a consolidar a unidade e a comunhão entre as diversas realidades que compõem a grande família da Igreja.

I. A nível da Igreja universal
1. O principal evento eclesial no começo do Ano da Fé será a XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, convocada pelo Papa Bento XVI para o mês de outubro de 2012 e dedicada à Nova evangelização para a transmissão da fé cristãDurante este Sínodo, no dia 11 de outubro de 2012, acontecerá uma celebração solene de inauguração do Ano da Fé, recordando o qüinquagésimo aniversário de abertura do Concílio Vaticano II.
2. No Ano da Fé devem-se encorajar as romarias dos fiéis à Sé de Pedro, para ali professarem a fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, unindo-se àquele que é chamado hoje a confirmar seus irmãos na fé (cf. Lc 22, 32). Será importante favorecer também as romarias à Terra Santa, lugar que por primeiro viu a presença de Jesus, o Salvador, e de Maria, sua mãe.
3. No decorrer deste Ano será útil convidar os fiéis a se dirigirem com devoção especial a Maria, figura da Igreja, que "reúne em si e reflete os imperativos mais altos da nossa fé"19Assim pois deve-se encorajar qualquer iniciativa que ajude os fiéis a reconhecer o papel especial de Maria no mistério da salvação, a amá-la filialmente e a seguir a sua fé e as suas virtudes. A tal fim será muito conveniente organizar romarias, celebrações e encontros junto dos maiores Santuários.
4. A próxima Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em 2013 oferecerá uma ocasião privilegiada aos jovens para experimentar a alegria que provém da fé no Senhor Jesus e da comunhão com o Santo Padre, na grande família da Igreja.
5. Deseja-se que sejam organizados simpósios, congressos e encontros de grande porte, também a nível internacional, que favoreçam o encontro com autênticos testemunhos da fé e o conhecimento dos conteúdos da doutrina católica. Demonstrando como também hoje a Palavra de Deus continua a crescer e a se difundir, será importante dar testemunho de que em Jesus Cristo "encontra plena realização toda a ânsia e anélito do coração humano"20 e que a fé "se torna um novo critério de entendimento e de ação que muda toda a vida do homem"21. Alguns congressos serão dedicados à redescoberta dos ensinamentos do Concílio Vaticano II.
6. Para todos os crentes, o Ano da Fé oferecerá uma ocasião favorável para aprofundar o conhecimento dos principais Documentos do Concílio Vaticano II e o estudo do Catecismo da Igreja Católica. Isto vale de modo particular para os candidatos ao sacerdócio, sobretudo durante o ano propedêutico ou nos primeiros anos dos estudos teológicos, para as noviças e os noviços dos Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica, bem como para aqueles que vivem um período de prova para incorporar-se a uma Associação ou a um Movimento eclesial.
7. Este Ano será a ocasião propícia para acolher com maior atenção as homilias, as catequeses, os discursos e as outras intervenções do Santo Padre. Os Pastores, as pessoas consagradas e os fiéis leigos serão convidados a um empenho renovado de efetiva e cordial adesão ao ensinamento do Sucessor de Pedro.
8. Durante o Ano da Fé, se deseja que haja várias iniciativas ecumênicas, em colaboração com o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, com o fim de invocar e favorecer "a restauração da unidade entre todos os cristãos" que é "um dos principais propósitos do sagrado Concílio Ecumênico Vaticano II"22. Em particular, acontecerá uma solene celebração ecumênica a fim de reafirmar a fé em Cristo por parte de todos os batizados.
9. Junto ao Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização será instituída uma Secretaria especial para coordenar as diversas iniciativas relativas ao Ano da Fé, promovidas pelos vários Dicastérios da Santa Sé ou que tenham relevância para a Igreja universal. Será conveniente informar com tempo esta Secretaria sobre os principais eventos organizados: ela também poderá sugerir iniciativas oportunas a respeito. Secretaria abrirá para tanto um site internet com a finalidade de oferecer todas as informações úteis para viver de modo eficaz oAno da Fé.
10. Por ocasião da conclusão deste Ano, na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, acontecerá uma Eucaristia celebrada pelo Santo Padre, na qual se renovará solenemente a profissão de fé.

II. A nível das Conferências Episcopais23
1. As Conferências Episcopais poderão dedicar uma jornada de estudo ao tema da fé, do seu testemunho pessoale da sua transmissão às novas gerações, na consciência da missão específica dos Bispos como mestres e "arautos da fé"24.
2. Será útil favorecer a republicação dos Documentos do Concílio Vaticano II, do Catecismo da Igreja Católica e do seu Compêndio, também em edições de bolso e econômicas, e a sua maior difusão possível com a ajuda dos meios eletrônicos e das tecnologias modernas.
3. Deseja-se um esforço renovado para traduzir os Documentos do Concílio Vaticano II e o Catecismo da Igreja Católica nas línguas em que ainda não existem. Encorajam-se as iniciativas de sustento caritativo para tais traduções nas línguas locais dos Países em terra de missão, onde as Igrejas particulares não podem arcar com as despesas. Tudo isto seja feito sob a guia da Congregação para a Evangelização dos Povos.
4. Os Pastores, haurindo das novas linguagens de comunicação, devem se empenhar para promover transmissões televisivas ou radiofônicas, filmes e publicações, também a nível popular e acessíveis a um grande público, sobre o tema da fé, dos seus princípios e conteúdos, como também sobre o significado eclesial do Concílio Vaticano II.
5. Os Santos e os Beatos são as autênticas testemunhas da fé25. Portanto será oportuno que as Conferências Episcopais se empenhem para difundir o conhecimento dos Santos do próprio território, utilizando também os modernos meios de comunicação social.
6. O mundo contemporâneo é sensível à relação entre fé e arte. Neste sentido, se aconselha às Conferências Episcopais a valorizar adequadamente, em função catequética e eventualmente em colaboração ecumênica, o patrimônio das obras de arte presentes nos lugares confiados à sua cura pastoral.
7. Os docentes nos Centros de estudos teológicos, nos Seminários e nas Universidades católicas são convidados a verificar a relevância, no exercício do próprio magistério, dos conteúdos do Catecismo da Igreja Católica e das implicações que daí derivam para as respectivas disciplinas.
8. Será útil preparar, com a ajuda de teólogos e autores competentes, subsídios de divulgação com caráter apologético (cf. 1 Pd 3, 15). Assim cada fiel poderá responder melhor às perguntas que se fazem nos diversos âmbitos culturais, ora no tocante aos desafios das seitas, ora aos problemas ligados ao secularismo e ao relativismo, ora "a uma série de interrogativos, que provêm duma diversa mentalidade que, hoje de uma forma particular, reduz o âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas"26, como também a outras dificuldades específicas.
9. Deseja-se um controle dos catecismos locais e dos vários subsídios catequéticos em uso nas Igrejas particulares, para garantir a sua conformidade plena com o Catecismo da Igreja Católica27. No caso em que alguns catecismos ou subsídios não estejam em plena sintonia com o Catecismo, ou revelem algumas lacunas, poder-se-á encetar a elaboração de novos, eventualmente segundo o exemplo e a ajuda de outras Conferências Episcopais que já providenciaram à sua redação.
10. Será oportuna, em colaboração com a competente Congregação para a Educação Católica, um controle da presença dos conteúdos do Catecismo da Igreja Católica na Ratio da formação dos futuros sacerdotes e noCurriculum dos seus estudos teológicos.

III. A nível diocesano
1. Deseja-se uma celebração de abertura do Ano da Fé e uma solene conclusão do mesmo a nível de cada Igreja particular, ocasião para "confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro"28.
2. Será oportuno organizar em cada Diocese do mundo uma jornada sobre o Catecismo da Igreja Católica, convidando especialmente os sacerdotes, as pessoas consagradas e os catequistas. Nesta ocasião, por exemplo, as Eparquias orientais católicas poderiam preparar um encontro com os sacerdotes para testemunhar a sensibilidade específica e a tradição litúrgica próprias ao interno da única fé em Cristo; assim as jovens Igrejas particulares nas terras de missão poderão ser convidadas a oferecer um testemunho renovado daquela alegria na fé que tanto as caracterizam.
3. Cada Bispo poderá dedicar uma sua Carta pastoral ao tema da fé, recordando a importância do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica levando em conta as circunstâncias pastorais específicas da porção de fiéis a ele confiada.
4. Deseja-se que em cada Diocese, sob a responsabilidade do Bispo, sejam organizados momentos de catequese, destinados aos jovens e àqueles que estão em busca de um sentido para a vida, com a finalidade de descobrir a beleza da fé eclesial, e que sejam promovidos encontros com as testemunhas significativas da mesma.
5. Será oportuno controlar a assimilação (receptio) do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica na vida e na missão de cada Igreja particular, especialmente em âmbito catequético. Neste sentido se deseja um empenho renovado por parte dos Ofícios catequéticos das Dioceses, os quais – com o apoio das Comissões para a Catequese das Conferências Episcopais ; têm o dever de providenciar à formação dos catequistas no que diz respeito aos conteúdos da fé.
6. A formação permanente do clero poderá ser concentrada, especialmente neste Ano da Fé, nos Documentos do Concílio Vaticano II e no Catecismo da Igreja Católica, tratando, por exemplo, de temas como "o anúncio do Cristo ressuscitado", "a Igreja, sacramento de salvação", "a missão evangelizadora no mundo de hoje", "fé e incredulidade", "fé, ecumenismo e diálogo interreligioso", "fé e vida eterna", "a hermenêutica da reforma na continuidade", "oCatecismo na preocupação pastoral ordinária".
7. Os Bispos são convidados a organizar, especialmente no período da quaresma, celebrações penitenciais nas quais se peça perdão a Deus, também e particularmente, pelos pecados contra a fé. Este Ano será também um tempo favorável para se aproximar com maior fé e maior freqüência do sacramento da Penitência.
8. Deseja-se um envolvimento do mundo acadêmico e da cultura por uma renovada ocasião de diálogo criativo entre fé e razão por meio de simpósios, congressos e jornadas de estudo, especialmente nas Universidades católicas, mostrando "que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem para a verdade"29.
9. Será importante promover encontros com pessoas que, "embora não reconhecendo em si mesmas o dom da fé, todavia vivem uma busca sincera do sentido último e da verdade definitiva acerca da sua existência e do mundo"30, inspirando-se também nos diálogos do Pátio dos Gentios, organizados sob a guia do Conselho Pontifício para a Cultura.
10. O Ano da Fé poderá ser uma ocasião para prestar uma maior atenção às Escolas católicas, lugares próprios para oferecer aos alunos um testemunho vivo do Senhor e para cultivar a sua fé com uma referência oportuna à utilização de bons instrumentos catequéticos, como por exemplo, o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica ou como o Youcat.

IV. A nível das paróquias / comunidades / associações / movimentos
1. Em preparação para o Ano da Fé, todos os fiéis são convidados a ler e meditar atentamente a Carta apostólicaPorta fidei do Santo Padre Bento XVI.
2. O Ano da Fé "será uma ocasião propícia também para intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia"31. Na Eucaristia, mistério da fé e fonte da nova evangelização, a fé da Igreja é proclamada, celebrada e fortalecida. Todos os fiéis são convidados a participar dela conscientemente, ativamente e frutuosamente, a fim de serem testemunhas autênticas do Senhor.
3. Os sacerdotes poderão dedicar maior atenção ao estudo dos Documentos do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica, tirando daí fruto para a pastoral paroquial – a catequese, a pregação, a preparação aos sacramentos – e propondo ciclos de homilias sobre a fé ou sobre alguns dos seus aspectos específicos, como por exemplo "o encontro com Cristo", "os conteúdos fundamentais do Credo", "a fé e a Igreja"32.
4. Os catequistas poderão haurir sobremaneira da riqueza doutrinal do Catecismo da Igreja Católica e guiar, sob a responsabilidade dos respectivos párocos, grupos de fiéis à leitura e ao aprofundamento deste precioso instrumento, a fim de criar pequenas comunidades de fé e de testemunho do Senhor Jesus.
5. Deseja-se que nas paróquias haja um empenho renovado na difusão e na distribuição do Catecismo da Igreja Católica ou de outros subsídios adequados às famílias, que são autênticas igrejas domésticas e primeiro lugar da transmissão da fé, como por exemplo, no contexto das bênçãos das casas, dos Batismos dos adultos, das Crismas, dos Matrimônios. Isto poderá contribuir para a confissão e aprofundamento da doutrina católica "nas nossas casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre"33.
6. Será oportuno promover missões populares e outras iniciativas nas paróquias e nos lugares de trabalho para ajudar os fiéis a redescobrir o dom da fé batismal e a responsabilidade do seu testemunho, na consciência de que a vocação cristã "é também, por sua própria natureza, vocação ao apostolado"34.
7. Neste tempo, os membros dos Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica são solicitados a se empenhar na nova evangelização, com uma adesão renovada ao Senhor Jesus, pela contribuição dos próprios carismas e na fidelidade ao Santo Padre e à sã doutrina.
8. As Comunidades contemplativas durante o Ano da Fé dedicarão uma intenção de oração especial para a renovação da fé no Povo de Deus e para um novo impulso na sua transmissão às jovens gerações.
9. As Associações e os Movimentos eclesiais são convidados a serem promotores de iniciativas específicas, as quais, pela contribuição do próprio carisma e em colaboração com os Pastores locais, sejam inseridas no grande evento do Ano da FéAs novas Comunidades e os Movimentos eclesiais, de modo criativo e generoso, saberão encontrar os modos mais adequados para oferecer o próprio testemunho de fé ao serviço da Igreja.
10. Todos os fiéis, chamados a reavivar o dom da fé, tentarão comunicar a própria experiência de fé e de caridade35 dialogando com os seus irmãos e irmãs, também com os das outras confissões cristãs, com os seguidores de outras religiões e com aqueles que não crêem ou são indiferentes. Deste modo se deseja que todo o povo cristão comece uma espécie de missão endereçada aqueles com os quais vive e trabalha, com consciência de ter recebido "a mensagem da salvação para a comunicar a todos"36.

Conclusão

A fé "é companheira de vida, que permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus realiza por nós. Solícita a identificar os sinais dos tempos no hoje da história, a fé obriga cada um de nós a tornar-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo"37A fé é um ato pessoal e ao mesmo tempo comunitário: é um dom de Deus que deve ser vivenciado na grande comunhão da Igreja e deve ser comunicado ao mundo. Cada iniciativa para o Ano da Fé quer favorecer a alegre redescoberta e o testemunho renovado da fé. As indicações aqui oferecidas têm o fim de convidar todos os membros da Igreja ao empenho a fim de que este Ano seja a ocasião privilegiada para partilhar aquilo que o cristão tem de mais caro: Cristo Jesus, Redentor do homem, Rei do Universo, "autor e consumador da fé" (Heb 12, 2).


Roma, da Sede da Congregação para a Doutrina da Fé, aos 6 de janeiro de 2012, Solenidade da Epifania do Senhor.
William Card. Levada
Prefeito
Luis F. Ladaria, S.I.
Arcebispo titular de Thibica
Secretário

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Dom Bernardino: Educar os jovens para a justiça e a paz


Estamos iniciando um ANO NOVO. Muitos sonhos, projetos e propósitos! É bom sempre esperar algo melhor para o futuro, mas na realidade temos consciência de que nem todas as previsões vão se realizar.
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http://imgsapp.impresso.diariodepernambuco.com.br/app/da_impresso_130686904244/2011/12/14/2733/20111213234423608029i.jpgNo entanto não podemos ficar parados sonhando. O santo Padre Bento XVI nos convida, na mensagem para o Ano Novo, a construir um futuro promissor educando os jovens para a justiça e a paz. E o Brasil tem um motivo especial para acolher este apelo do Papa: em 2013 se realizará no Rio de Janeiro a Jornada Mundial da Juventude que será precedida da peregrinação da CRUZ e do ÍCONE de NOSSA SENHORA. E a Diocese de Caruaru está se preparando para este evento que acontecerá nos dias 19 e 20 de janeiro.
BOTE FÉ! Com este grito convoco toda a comunidade diocesana a ter confiança na juventude! E a acolher a mensagem do Papa que nos faz refletir sobre as grandes potencialidades dos jovens. No início de um ano novo, dom de Deus à humanidade, induz-me a desejar a todos, com grande confiança e estima, de modo especial que este tempo, que se abre diante de nós, fique marcado concretamente pela justiça e a paz.
Com qual atitude devemos olhar para o novo ano? No Salmo 130, encontramos uma imagem muito bela. O salmista diz que o homem de fé aguarda pelo Senhor mais do que a sentinela pela aurora, aguarda por Ele com firme esperança, porque sabe que trará luz, misericórdia, salvação. Esta expectativa nasce da experiência do povo eleito, que reconhece ter sido educado por Deus a olhar o mundo na sua verdade sem se deixar abater pelas tribulações. Convido-vos a olhar o ano de 2012 com esta atitude confiante. É verdade que, no ano que termina, cresceu o sentido de frustração por causa da crise que aflige a sociedade, o mundo do trabalho e a economia; uma crise cujas raízes são primariamente culturais e  antropológicas. Quase parece que um manto de escuridão teria descido sobre o nosso tempo, impedindo de ver com clareza a luz do dia.
Mas, nesta escuridão, o coração do homem não cessa de aguardar pela aurora de que fala o salmista. Esta expectativa mostra-se particularmente viva e visível nos jovens; e é por isso que o meu pensamento se volta para eles, considerando o contributo que podem e devem oferecer à sociedade. Queria, pois, revestir a Mensagem para o XLV Dia Mundial da Paz duma perspectiva educativa: Educar os jovens para a justiça e a paz, convencido de que eles podem, com o seu entusiasmo e idealismo, oferecer uma nova esperança ao mundo.
A minha Mensagem dirige-se também aos pais, às famílias, a todas as componentes educativas, formadoras, bem como aos responsáveis nos diversos âmbitos da vida religiosa, social, política, econômica, cultural e mediática. Prestar atenção ao mundo juvenil, saber escutá-lo e valorizá-lo para a construção dum futuro de justiça e de paz não é só uma oportunidade mas um dever primário de toda a sociedade.
Trata-se de comunicar aos jovens o apreço pelo valor positivo da vida, suscitando neles o desejo de consumá-la ao serviço do Bem. Esta é uma tarefa, na qual todos nós estamos, pessoalmente, comprometidos.
As preocupações manifestadas por muitos jovens nestes últimos tempos, em várias regiões do mundo, exprimem o desejo de poder olhar para o futuro com fundada esperança. Na hora atual, muitos são os aspectos que os trazem apreensivos: o desejo de receber uma formação que os prepare de maneira mais profunda para enfrentar a realidade, a dificuldade de formar uma família e encontrar um emprego estável, a capacidade efetiva de investir no mundo da política, da cultura e da economia contribuindo para a construção duma sociedade de rosto mais humano e solidário.
É importante que estes fermentos e o idealismo que encerram encontrem a devida atenção em todas as componentes da sociedade. A Igreja olha para os jovens com esperança, tem confiança neles e encoraja-os a procurarem a verdade, a defenderem o bem comum, a possuírem perspectivas abertas sobre o mundo e olhos capazes de ver coisas novas (Is 42,9;48,6).

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Ação caritativa de Bento XVI atinge R$ 7 milhões em 2011



Arquivo
Bento XVI passando pela cidade italiana de Aquila que estava em ruínas após o terremoto que a atingiu em 2009
Em entrevista ao jornal vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, Dom Giampietro Dal Toso, secretário do Pontifício Conselho, explica que deste total, foram doados o equivalente a cerca de R$ 3,7 milhões para a Fundação Populorum Progressio a serviço das comunidades rurais da América Latina e do Caribe.

Também foram destinados cerca de R$ 3,4 milhões para os projetos da Fundação João Paulo II para o Sahel - região da África entre o deserto do Saara e as savanas ao sul – e no apoio aos países africanos ameaçados pela desertificação.

“Não são números exorbitantes, mas o seu valor reside no fato que manifestam o desejo do Papa de estar próximo dos muitos pobres da terra” - acrescentou o secretário do Conselho.

As situações de emergência atendidas compreendem o terremoto, o tsunami e o consequente desastre nuclear em Fukushima, no Japão; as inundações no sudeste asiático, América Central e Filipinas; a reconstrução do Haiti após o terremoto de 2010; e a crise alimentar no Chifre da África.

Segundo Dom Giampietro Dal Toso, “a crise econômica pesa sobre as famílias e é significativo como a Caritas, em diversos níveis, ou como o Banco Alimentar, na Itália, estejam cada vez mais comprometidos em assegurar itens de primeira necessidade a famílias pobres, idosos e pais com filhos”.

Mensagem de Bento XVI para o XX Dia Mundial do Enfermo



"Levante-te e vai. A tua fé te salvou!" (Lc 17,19)
Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial do Enfermo
(11 de fevereiro de 2011) 


Queridos irmãos e irmãs,

Por ocasião do Dia Mundial do enfermo, que celebraremos no próximo dia 11 de fevereiro de 2012, memória da beata Virgem de Lourdes, desejo renovar a minha proximidade espiritual a todos os enfermos que se encontram nos locais de reabilitação e são acolhidos nas famílias, exprimindo a cada um a solicitude e afeto de toda a Igreja.Na colhida generosa e amorosa de toda vida humana, sobretudo daquela fraca e e doente, o cristão exprime um aspecto importante do próprio testemunho evangélico, sob o exemplo de Cristo, que inclinou-se sobre os sofrimentos materiais e espirituais do homem para curá-lo.

Neste ano, que constitui a preparação mais próxima do solene Dia Mundial do enfermo que se celebrará na Alemanha no dia 11 de fevereiro de 2013 e que se deterá sobre a emblemática figura evangélica do samaritano (Lc 10, 29-37), gostaria de destacar os Sacramentos da Cura, isto é, o sacramentos da penitência e da reconciliação e da unção dos enfermos, que possuem seus naturais cumprimentos na comunhão eucarística.

O encontro de Jesus com os dez leprosos, narrado no Evangelho de São Lucas (Lc 17, 11-19), em particular as palavras que o Senhor dirige a um deles: “Levanta-te e vai; a tua fé te salvou!” (v.19), ajudam a tomar consciência da importância da fé daqueles que, agravados pelo sofrimento e pela doença, se aproximam do Senhor. No encontro com Ele podem experimentar realmente que quem crê não está nunca sozinho. Deus, de fato, no seu Filho, não nos abandona em nossas angústias e sofrimentos, mas nos é próximo, nos ajuda a leva-los e deseja curar no profundo o nosso coração (Mc 2, 1-12).

A fé daquele único leproso que, vendo-se curado, cheio de admiração e alegria, diferente dos outros, retorna imediatamente a Jesus para manifestar o próprio reconhecimento, demonstra que a saúde reconquistada é sinal de algo mais precioso que a simples cura física, é sinal da salvação que Deus nos doa através de Cristo; a mesma encontra expressão nas palavras de Jesus: a tua fé te salvou. Quem, no próprio sofrimento e doença invoca o Senhor é certo que o Seu Amor não nos abandona nunca, e que também o amor da Igreja, prolongamento no tempo da sua obra salvífica, não deixa de ser manifestado. A cura física, expressão da salvação mais profunda, revela assim a importância que o homem na sua integralidade de alma e corpo representa para o Senhor. Todo Sacramento exprime e atua a proximidade de Deus, o qual, em modo absolutamente gratuito nos toca por meio das realidades materiais, que Ele assume ao seu serviço, fazendo disso instrumentos do encontro entre nós e Ele mesmo (Homilia Santa Missa do Crisma, 1 de abril de 2010). “A unidade entre criação e redenção se tornam visíveis. Os Sacramentos são expressão da corporeidade da nossa fé que abraça corpo e alma, o homem inteiro” (Homilia Santa Missa do Crisma, 21 de abril de 2011)

A missão principal da Igreja é certamente o anúncio do Reino de Deus, 'mas exatamente esse anúncio deve ser um processo de cura', enfaixar as chagas dos corações partidos (Is61,1), segundo o encargo confiado por Jesus aos seus discípulos. (Luc 9, 1-2; Mt 10,1.5-14; Mc 6, 7-13. O binômio entre saúde física e renovação das dilacerações da alma nos ajuda, portanto, a compreender melhor os Sacramentos da cura. 

O  Sacramento da Penitência já esteve por diversas vezes no centro das reflexões dos Pastores da Igreja, exatamente por causa da grande importância no caminho da vida cristã, a partir do momento que todo o valor da Penitencia consiste no restituir-nos à graça de Deus unindo-nos a Ele em íntima e grande amizade (Catecismo da Igreja Católica, 1468). A Igreja, continuando o anúncio do perdão e da reconciliação ressoado por Jesus, não cessa de convidar a humanidade inteira a converter-se e a crer no Evangelho. Esse é o apelo do apóstolo Paulo: “Em nome de Cristo, sejamos embaixadores: através de nós é o próprio Deus que exorta. Vos suplicamos em nome de Cristo: deixai-vos reconciliar com Deus (2Cor 5,20). Jesus, na sua vida, anuncia e torna presente a misericórdia do Pai. Ele veio não para condenar, mas para perdoar e salvar, para dar esperança também na escuridão mais profunda do sofrimento e do pecado, para doar a vida eterna; assim no Sacramento da Penitência, no remédio da confissão, a experiência do pecado não degenera em desespero, mas encontra o Amor que perdoa e transforma(João Paulo II, na Exortação Apost. Pós Sinodal reconciliação e Penitência, 31)

Deus, rico em misericórdia (Ef 2,4), como o pai na parábola evangélica (Lc 15, 11-32), não fecha o coração a nenhum dos seus filhos, mas os espera, os procura, os atinge onde a rejeição da comunhão aprisiona no isolamento e no desespero, pode transformar-se assim em tempo de graça para entrar em si mesmos, e como o filho prodigo da parábola, repensar na própria vida, reconhecendo os erros e faltas, sentir a saudade do abraço do Pai e repercorrer o caminho em direção à sua Casa. Ele, no seu grande amor, sempre olha nossa existência e nos espera para oferecer a cada filho que volta para Ele, o dom da plena reconciliação e da alegria.

Pela leitura dos Evangelhos, emerge clamaramente como jesus tenha mostrado particular atenção aos enfermos. Ele não somente inviou os discípulos a curar-lhes as feridas (Mt 10, 8; Luc 9,2; 10,9), mas também instituiu para eles um sacramento específico: a Unção dos Enfermos. A carta a Tiago, atesta a presença desse gesto sacramental já na primeira comunidade cristã (5, 14-16): com a Unção dos enfermos, acompanhada pela oração dos presbíteros, toda a Igreja recomenda os enfermos ao Senhor sofredor e glorificado, a fim que alivie suas penas e os salve, e ainda os exorta a unirem-se espiritualmente à paixão e à morte de Cristo, para contribuir ao bem do Povo de Deus.

Tal Sacramento nos leva a contemplar o dúplice mistério do Monte das Oliveiras, onde Jesus se encontrou dramaticamente diante da via indicada pelo Pai, aquela da Paixão, do supremo ato de Amor, e a acolheu. Naquela hora de prova, Ele é o mediador, transportando em si, assumindo em si o sofrimento e a paixão do mundo, transformando-a em grito em direção a Deus, levando-a diante dos olhos e nas mãos de Deus, e assim, levando-a realmente ao momento da redenção (Lectio Divina, Encontro com o Clero de Roma, 18 de fevereiro de 2010). Mas o orto das oliveiras é também o lugar do qual Ele elevou-se ao Pai, e é também o lugar da redenção. Este dúplice Mistério do Monte das Oliveiras é também sempre ativo no óleo sacramental da Igreja, sinal da bondade de Deus que nos toca (Homilia, Santa Missa do Crisma, 1 de abril de 2010). Na unção dos enfermos, a matéria sacramental do óleo nos vem oferecida, por assim dizer, como remédio de Deus, que agora nos torna certos da sua bondade, nos deve reforçar e consolar, mas que, ao mesmo tempo, além do momento da doença, nos traz a cura definitiva, a ressurreição (Tiag 5, 14)

Esse Sacramento merece hoje uma maior consideração, seja na reflexão teológica, seja na ação pastoral junto aos doentes. Valorizando os conteúdos da oração litúrgica que se adaptam às diversas situações humanas ligadas à doença e não somente quando se está no fim da vida (Catecismo da Igreja Católica, 1514), a unção dos enfermos não deve ser tida como um 'sacramento menor' em relação aos outros. A atenção e o cuidado pastoral em relação aos enfermos, se de um lado é sinal da ternura de Deus para quem está no sofrimento, por outro lado traz vantagem espiritual também aos sacerdotes e à toda a comunidade cristã, na consciência que quando algo é feito ao mais pequeno, é feito ao próprio Jesus (Mat 25,40).

A propósito dos Sacramentos da Cura, Santo Agostinho afirma: “Deus cura todas as suas enfermidades. Não temais portanto: todas as suas enfermidades serão curadas. Tu deves somente permitir que Ele te cure e não deves rejeitar as suas mãos” (Exposição sobre o Salmo 102). Se trata de meios preciosos da Graça de Deus, que ajudam o enfermo a conformar-se sempre mais plenamente com o Mistério da Morte e Ressurreição de Cristo. Junto a esses dois sacramentos, gostaria de sublinhar a importância da Eucaristia. Recebida no momento da doença, contribui em maneira singular, a operar tal transformação, associando quem se nutre do Corpo e do Sangue de Jesus à oferta que Ele fez de Si mesmo ao Pai para a salvação de todos. Toda a comunidade eclesial e as comunidades paroquiais em particular, prestem atenção em assegurar a proximidade com frequência da comunhão sacramental a aqueles que, por motivos de saúde e de idade, não podem chegar aos locais de culto. Em tal modo, a estes irmãos e irmãs será oferecida a possibilidade de reforçar o relacionamento com Cristo crucificado e ressuscitado, participando, com a vida oferecida por amor de Cristo, à própria missão da Igreja. Nesta prospectiva, é importante que os sacerdotes que prestam suas delicadas obras nos hospitais, nas casas de reabilitação e junto às habitações do doentes, se sintam verdadeiros ministros dos enfermos, sinal e instrumento da compaixão de Cristo, que deve chegar a cada homem marcado pelo sofrimento (Mensagem para a XVIII Dia Mundial dos Doentes, 22 de novembro de 2009).

A conformação ao Mistério pascal de Cristo realizada também mediante a prática da Comunhão espiritual, assume um significado particular quando a Eucaristia é ministrada e acolhida como viático. Naquele momento da existência ressoam em modo ainda mais incisivo as palavras do Senhor: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu o ressuscitarei no último dia (Jo 6,54). A Eucaristia, de fato, sobretudo como viático é, segundo a definição de Santo Inácio de Antioquia, remédio de imortalidade, antídoto contra a morte, sacramento da passagem da morte para a vida, deste mundo ao Pai, que a todos espera na Jerusalém celeste.

O tema desta mensagem para a 20ª Dia Mundial do enfermo, “Levanta-te e vai, a tua fé te salvou”, olha também para o próximo 'Ano da fé” que iniciará em 11 de outubro de 2012, ocasião propícia e preciosa para redescobrir a força e a beleza da fé, para aprofundar os conteúdos e para testemunhá-la na vida de cada dia. (Carta Apostólica Porta da fé, 11 de outubro de 2011). Desejo encorajar os doentes e sofredores a encontrar sempre uma âncora segura na fé, alimentada pela escuta da Palavra de Deus, pela oração pessoal e pelos Sacramentos, enquanto convido os Pastores a serem sempre mais disponíveis para as celebrações aos enfermos. Sob o exemplo do Bom pastor e como guias do rebanho confiado a Eles, os sacerdotes sejam cheios de alegria, atenciosos com os mais fracos, os simples, os pecadores, manifestando a infinita misericórdia de Deus com as palavras seguras da esperança (Santo Agostinho, carta 95)

A todos os que trabalham no mundo da saúde, como também as famílias que nos próprios parentes veêm o rosto sofrido do Senhor Jesus, renovo o meu agradecimento e da Igreja, porque, na competência profissional e no silencio, mesmo sem proferir o nome de Cristo, o manifestam concretamente (Homilia, Santa Missa do Crisma, 21 de abril de 2011)

A Maria, Mãe da Misericórdia e saúde dos enfermos, elevamos o nosso olhar confiante e a nossa oração, à sua materna compaixão, vivida ao lado do Filho que morria na cruz, acompanhe e sustente a fé e a esperança de cada pessoa doente e sofrida no caminho da cura das feridas do corpo de do Espirito.

A todos asseguro a minha recordação na oração, enquanto dirijo a cada um uma especial benção apostólica.

"Receber JMJ é um privilégio para o Brasil", diz ministro


Gastão Vieira, ministro do turismo
O Ministro Gastão Vieira falou sobre os investimentos que estão sendo avaliados para acolher os jovens e como deve ser a parceria com a Igreja Católica. E garantiu o apoio e incentivo do Ministério para a divulgação e realização do evento: "Estaremos disponíveis para contribuir no que for necessário, dentro de nossas atribuições, e fazer esta edição da Jornada Mundial da Juventude uma das mais representativas para o catolicismo mundial".

Gastão Vieira acrescentou que sua pasta trabalha para melhorar a infraestrutura turística no Brasil, a divulgação dos nossos atrativos no exterior e a promoção do turismo doméstico:

"Jovens do mundo inteiro virão ao Brasil para trocar experiências e confirmar sua fé. Frequentemente, eles são acompanhados por familiares, e uma parcela considerável dedica parte da viagem para conhecer outras regiões do país. É um fator estimulante para nossa cadeia turística, que está pronta para receber este grande evento", disse o Ministro.

Segundo ele, o evento oferecerá uma oportunidade "fantástica" de exposição turística do nosso país no exterior, especialmente aos jovens, que pela relação que têm com as novas tecnologias, como as redes sociais, serão os grandes "divulgadores" do Brasil em seus países.

Para o Ministro, o Rio de Janeiro tem vocação natural para receber um grande número de turistas de todas as partes do mundo. "A tradição na preparação dos grandes eventos – como a festa de réveillon e o carnaval – e a eficiência da atual política de segurança pública ratificam a competência da cidade para a realização de encontros como a Jornada Mundial da Juventude", declarou.

O Ministério do Turismo calcula que pelo menos 2 milhões de pessoas participem do evento, entre brasileiros e estrangeiros, o que terá grande impacto na economia do Rio de Janeiro e de outros estados.

Papa ensina receita para viver com confiança e alegria



Montagem sobre fotos / Reuters
Bento XVI: ''A Igreja não é a luz, mas recebe a luz de Cristo, acolhe-a para ser por ela iluminada e para difundi-la em todo o seu esplendor''
"Somente vendo que Deus está conosco podemos ver luz para o nosso ser, sermos felizes por sermos homens e viver com confiança e alegria", afirmou o Papa Bento XVI na Catequese desta quarta-feira, 4. Em 2012, esse foi o primeiro encontro entre o Pontífice e os peregrinos para as tradicionais Audiências Gerais.

Na esteira do 
Tempo Litúrgico do Natal, o Santo Padre falou sobre os mistérios do Natal e da Epifania. "O Natal celebra o fato histórico do nascimento de Jesus em Belém.  A Epifania, nascida como Festa no Oriente, indica um fato, mas, sobretudo, um aspecto do mistério: Deus revela-se na natureza humana de Cristo e esse é o sentido do verbo gregoepiphaino, tornar-se visível", explica. 

"Podemos quase dizer que, na Festa do Natal, sublinha-se o escondimento de Deus na humildade da condição humana, no Menino de Belém. Na Epifania, ao contrário, evidencia-se o Seu manifestar-se, o aparecer de Deus através desta mesma humanidade", destacou.

Acesse
.: NA ÍNTEGRA: Catequese de Bento XVI

"Qual é a primeira reação diante desta extraordinária ação de Deus, que se faz criança, que se faz homem? Penso que a primeira reação não pode ser outra que não alegria", questionou e respondeu Bento XVI. E de onde nasce essa alegria? O Papa indica:

"Diria que nasce do estupor do coração em ver o quanto Deus nos é próximo, o quanto pensa em nós e age na história. O Natal é alegria porque vemos e estamos finalmente seguros de que Deus é o Bem, a Vida, a Verdade do homem e se abaixa até o homem para levantá-lo a Si. Deus torna-se tão próximo a ponto de se deixar ver e tocar".

Nessa perspectiva, o Natal é o ponto em que céu e terra unem-se
. Esse fato é descrito pela expressão admirabile commercium, isto é, admirável intercâmbio entre divindade e humanidade.

"O Verbo assumiu a nossa humanidade e, em troca, a natureza humana foi elevada à dignidade divina. O segundo ato do intercâmbio consiste na nossa real e íntima participação na natureza divina do Verbo. [...] O Natal é, portanto, a festa em que Deus se faz tão próximo ao homem a ponto de partilhar o seu próprio ato de nascer, para revelar-lhe a sua dignidade mais profunda: aquela de ser filho de Deus. E, assim, o sonho da humanidade iniciado no Paraíso – queremos ser como Deus – realiza-se de modo inesperado não pela grandeza do homem, que não pode se 'fazer Deus', mas pela humildade de Deus, que desce e assim entra em nós na sua humildade e nos eleva à verdadeira grandeza do seu ser".

O Papa destaca que a Eucaristia é a modo mais concreto em que esse maravilhoso intercâmbio se realiza. Da mesma forma, disse que o Evangelho é a luz a não se esconder, mas colocar sobre a mesa. "A Igreja não é a luz, mas recebe a luz de Cristo, acolhe-a para ser por ela iluminada e para difundi-la em todo o seu esplendor. E isso deve acontecer também na nossa vida pessoal".

Enfim, apontou que o Natal é deter-se no contemplar daquele Menino, o Mistério de Deus que se faz homem na humildade e na pobreza.

"Mas é, sobretudo, acolher novamente em nós mesmos aquele Menino, que é Cristo Senhor, para viver da sua mesma vida, para fazer sim que os seus sentimentos, os seus pensamentos, as suas ações, sejam os nossos sentimentos, os nossos pensamentos, as nossas ações. Celebrar o Natal é, portanto, manifestar a alegria, a novidade, a luz que esse Nascimento trouxe a toda a nossa existência, para sermos também nós portadores de alegria, da verdadeira novidade, da luz de Deus aos outros".


A audiência

O encontro do Santo Padre com os cerca de 9 mil fiéis reunidos na Sala Paulo VI, no Vaticano, aconteceu às 10h30(horário de Roma - 7h30 no horário de Brasília). 

Na saudação aos fiéis de língua portuguesa, o Papa salientou:

"Queridos peregrinos de língua portuguesa, se
de bem-vindos! O Natal é um convite a contemplar no Menino Jesus o Mistério de Deus que se faz homem na humildade e pobreza, e, sobretudo, a acolher em nós mesmos este Menino, que é o Cristo Senhor, para fazer com que os seus sentimentos, pensamentos e ações sejam também os nossos. Portanto, sede portadores da alegria, novidade e luz de Deus manifestadas no Natal. De todo o coração, desejo-vos um Ano Novo abençoado".

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Agenda Católica Mundial para 2012


ano_novo2A comemoração do 50.º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II com um 'Ano da Fé' e a realização de um Sínodo dos Bispos sobre a 'Nova Evangelização' são pontos centrais da agenda católica mundial para 2012.
Para o teólogo João Duque, presidente do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa (UCP), considera que estes são momentos que podem promover uma "redescoberta da identidade".

"Penso que estes 50 anos de distância nos permitirão uma reflexão que conduza o Concílio aos seus núcleos fundamentais e permita compreender quais os seus contributos para a profunda transformação da Igreja, no permanente caminho de aproximação à sua identidade e aproximação ao mundo, para o qual existe", sublinha o especialista, em texto publicado no semanário Agência ECCLESIA.

"Nessa redescoberta, considero fundamental a orientação da fé, pois é nela que se encontra a base da correta ou incorreta realização do que pretendeu o Concílio", acrescenta.

Bento XVI anunciou, em outubro deste ano, a convocação de um 'Ano da Fé' entre outubro de 2012 e novembro de 2013, para assinalar os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II (1962-1965).

Na carta apostólica 'A porta da fé', o Papa explica os objetivos da iniciativa: "Pareceu-me que fazer coincidir o início do ano da fé com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião propícia para compreender que os textos deixados em herança pelos padres conciliares".

Também em 2012, de 7 a 28 de outubro, vai ter lugar a 13ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, dedicada ao tema "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã".

O texto preparatório desta reunião magna destaca que, desde o Concílio Vaticano II até hoje, "a nova evangelização se propôs, cada vez mais com maior lucidez, como o instrumento" para enfrentar "com os desafios de um mundo em acelerada transformação".

Elias Couto, editor da revista digital 'Cristo e a Cidade' (www.cristoeacidade.com) e colaborador habitual da Agência ECCLESIA, sublinha a "crise da fé", na Europa, e diz que "a criação do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, por Bento XVI", juntamente com a realização do próximo Sínodo, representam "uma tentativa de «forçar» o andamento", dada a "urgência da situação".

"Não se trata de uma estratégia, mas do regresso à originalidade da fé e à capacidade de síntese que fez das primeiras Igrejas poderosos focos geradores de cultura, uma cultura nova que reinventou o mundo antigo", assinala, acrescentando que "a nova evangelização é um dever da Igreja face à antiga Europa cristã".

Perdoar sempre faz bem: saiba mais sobre essa atitude


Leonardo Meira
Da Redação



Perdão é expressão do amor de Deus e exige espiritualidade, maturidade e fraternidade
Perdoar e aceitar o perdão sempre faz bem. Pode até ser um pouco difícil – dependendo da situação que gerou atritos –, mas tenha a certeza de que vale a pena.

A lista de benefícios inclui melhor condição de saúde física e mental, segundo o doutor em psicologia e líder do Grupo de Estudo e Pesquisa sobre o Perdão (GEPP) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Júlio Rique Neto.

"O perdão é uma atitude voluntária e é mais do que simplesmente desculpar, pois está relacionado ao pensamento de justiça. Devemos perdoar por amor incondicional ao outro, mas esse amor não substitui a obrigação que temos com a justiça. Quem ama verdadeiramente o outro busca ser justo!", salienta.

O mestre em Pedagogia e Bispo de Palmares (PE), Dom Genival Saraiva, recorda que sempre há algo - intencional ou não - que afeta a ordem normal dos relacionamentos.

"O perdão vai além de uma conduta respeitosa entre as pessoas, das 'boas maneiras'. É algo mais profundo, expressão do amor de Deus. Nesse sentido, é importante que cada um se veja sendo perdoado por Deus ao perdoar seu semelhante. Os benefícios dessa atitude são de natureza espiritual, psicológica e social, pois sempre crescemos em maturidade".


Rancor

Se o perdão traz uma série de benefícios, alimentar o rancor pode levar ao surgimento de doenças psicossomáticas, ao mal estar na presença do outro, à depressão e à alta ansiedade, bem como o evitar de ambientes sociais.

Então, o que explica o fato de tantas pessoas preferirem alimentar o rancor, muitas vezes ao longo de toda uma vida? O primeiro passo para a resposta é lembrar que o rancor e a vingança são respostas naturais às injustiças sofridas, embora a compaixão também seja uma energia que nasce da mesma fonte que a vingança e o rancor.

"É preciso aplacar o rancor e o desejo de vingança pelas razões corretas, que ajudarão a compaixão a surgir e a se unir ao sentimento de justiça, fazendo com que a pessoa possa ser justa em seus julgamentos e ações e, ao mesmo tempo, misericordiosa e cuidadosa com relação ao bem-estar geral (dela própria, do outro a quem ofendeu e dos que são próximos aos relacionamentos)", explica o doutor Júlio.

Como o rancor é resposta natural – cultivada pela raiva que a lembrança de uma injustiça provoca –, as pessoas acreditam serem justas se mantiverem o rancor. Essa "justiça da vingança" – o tão conhecido "olho-por-olho e dente-por-dente" – é primitiva e precisa ser superada. Mas como fazer isso?

"Precisa-se entender que a justiça requer razões adequadas para ser justa e não é a raiva ou o rancor que vão prover essas razões. A compaixão surge e a pessoa passa a compreender o ato de outra forma e pode vir a ser capaz de perdoar, desde que se busquem razões a partir de perguntas como: quem é o outro que ofendeu, o que levou ele(a) a cometer a injustiça, como ele(a) vê a situação", complementa Júlio.

Bispo de Palmares (PE), Dom Genival Saraiva de França, e o doutor em Psicologia, Júlio Rique Neto
Perdão e a Igreja

A Igreja defende sempre o perdão, mesmo quando esse parece uma atitude tão difícil de se concretizar. "A Igreja é Mãe e Mestra. Assim, fiel ao ensinamento e à prática de Jesus, vai ao encontro de seus filhos, para nutri-los e alimentá-los com a graça do Sacramento da Reconciliação. Como é Mestra, ensina que o perdão é a via da humanização e da santificação", explica Dom Genival.

Perdoar é difícil porque a tendência é prevalecer a autoafirmação, o egoísmo e o individualismo, ao passo que o perdão supõe e exige espiritualidade, maturidade e fraternidade. 

Nessa perspectiva, a Bíblia presta-se como um catálogo de bons exemplos para o perdão: Davi é um exemplo vivo de quem pede perdão, como o vemos na oração dos salmos 31 (32) e 50 (51); José, do Egito, é um exemplo tocante de quem concede perdão (cf. Gn 42, 1-24); Jesus é o modelo de perdão, no momento crucial de sua vida, ao pedir ao Pai por seus algozes: 'Pai, perdoa-lhes: não sabem o que fazem' (Lc 23,34); Estevão, o primeiro mártir da Igreja, nos instantes finais de seu apedrejamento, rezou: “Senhor, não leves em conta este pecado” (At 7,60).  Na história da Igreja, são muitos os santos e santas que encarnam o perdão como experiência de comunhão com Deus e com o próximo.

"Esses exemplos muito contribuem para que a busca humilde do perdão e a concessão generosa do perdão tornem-se uma realidade na vida das pessoas e, particularmente, dos discípulos e discípulas de Jesus Cristo. A cultura do perdão, mais do que prática humana e social, é, antes de tudo, ação da graça de Deus em nossas vidas", ressalta o Bispo de Palmares.


Você só tem a ganhar
– Perdoar é um processo e pode levar tempo!

– Baixa ansiedade, menor depressão, pressão sanguínea e batimentos cardíacos regulares;

– Quem perdoa: não evita encontrar com seus ofensores; não sente medo ou vergonha por ter sido ofendido; melhora a auto-estima;

– No plano das relações interpessoais, pedir desculpa ou perdão por algo que atingiu a natureza da convivência humana é uma atitude de educação doméstica e educação social;

– Crescimento na maturidade como ser humano;

– Pessoas que perdoam conseguem manter relações sociais mais próximas com maior comprometimento, ou seja, as relações com a família e os amigos permanecem com maior grau de satisfação;

– É preciso paciência. Perdão dado apressadamente faz mal para a pessoa a quem você magoou. Dê tempo para que ela perceba que você a respeita e mantenha atitudes de cuidado, conforme sugere um recente estudo feito pela Northwestern University e que incluiu pesquisadores da University of Tennessee e da University of London.



Perdoar é um processo e pode levar tempo!
E o que fazer quando a pessoa deseja perdoar e receber o perdão, mas tem dificuldades nesse sentido? Eis um passo a passo:

– Aceitação da raiva e da vergonha sofridas com a injustiça;

– Comprometer-se a querer resolver a questão pelo perdão, ou considerar que o perdão pode ser uma saída para o conflito;

– Adotar a perspectiva do outro e, com isso, verificar se surge a empatia com essa condição;

– Ver o evento da injustiça pela perspectiva do outro e, assim, começar a trabalhar a possibilidade de perdoar ou de receber o perdão;

– Comprometer-se a esperar que a vítima tem o direito de perdoar no seu próprio tempo.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

JMJ Rio2013: réplica do Cristo Redentor fará mostra itinerante


O monumento do Cristo Redentor vai ser o embaixador da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que acontecerá no Rio de Janeiro entre os dias 23 e 28 de julho de 2013. O maior cartão postal do Brasil foi escolhido para levar o nome da cidade aos quatro cantos do mundo em uma exposição itinerante, que foi oficialmente lançada no último dia 21 de dezembro, no Palácio Laranjeiras. A réplica da imagem, que tem mais de três metros de altura, passará também por alguns estados brasileiros junto da Cruz peregrina e do ícone de Nossa Senhora, que preparam o coração da juventude para a JMJ. Segundo o reitor do Santuário Cristo Redentor, Padre Omar Raposo, levar a imagem do Redentor a tantos países, simbolizando o Mundo inteiro nessa exposição itinerante, mostra como o Rio de Janeiro é acolhedor. O Cristo é o símbolo maior do Rio de Janeiro e, dessa maneira, ele é não somente um receptor de todos os turistas e peregrinos, como ele também, com os seus braços abertos, avança em direção às demais culturas e países, mostrando que o Rio é uma cidade aberta e acolhedora, afirmou.
A exposição “Cristo Redentor para Todos” ainda não teve a programação divulgada, mas de acordo com o diretor-geral do projeto dos 80 anos do Cristo Redentor, Eduardo Maruche, a mostra trará a história do monumento e também apresentará em workshops informações sobre o Rio de Janeiro. A cidade será apresentada como aquela que congrega belezas naturais, tem valores importantes e está recebendo uma ótima infra-estrutura de acolhimento e segurança para o evento mundial de 2013. A exposição vai contar também toda a trajetória do Cristo Redentor, desde a sua criação até os dias de hoje. Isso é muito importante porque muita gente acha que o Cristo foi uma doação dos franceses. Então contaremos que o Monumento foi criado por brasileiros e que tem uma gestão da Igreja Católica – afirmou.
        Fonte: CNBB

Papa no México e em Cuba: bispos divulgam programa da visita



Montagem sobre fotos / Arquivo
Viagem do Papa acontece antes da Páscoa de 2012
A visita que o Papa Bento XVI fará ao México e a Cuba em 2012 já tem data marcada. O Santo Padre estará em território latino-americano entre os dias 23 e 28 de março.

A primeira etapa da viagem será no México, particularmente no estado de Guanajuato, ao norte da capital mexicana. O Papa será recebido na tarde de 23 de março, no Aeroporto de León, pelo mandatário do México, Felipe Calderón, e pelos membros da Conferência Episcopal, entre eles o presidente do organismo, Dom Carlos Aguiar Retes.

Durante sua permanência no México, Bento XVI ficará hospedado na residência das religiosas do Colégio Miraflores da cidade de León.

No sábado, 24, ele visita a sede do governo do Estado de Guanajuato (Casa do Conde Rul) para o encontro oficial com o presidente Calderón. Após essa audiência, Bento XVI abençoará crianças e fiéis reunidos na Praça da Paz, perto da sede do governo.

Já no domingo, 25, o Papa preside a uma Missa no Parque Guanajuato Bicentenario, na cidade de Silao, que fica aos pés do Monte que abriga o Monumento a Cristo Rei. O Pontífice se encontrará com representantes das 91 Dioceses do México. À tarde, ele visita a Catedral de León, onde rezará as Vésperas, e dirigirá uma mensagem aos Bispos da América Latina e do Caribe, por ocasião do encerramento da Assembleia do CELAM.


Cuba

No dia 26, pela manhã, o Pontífice dirige-se a Santiago de Cuba, distante cerca de 1000km de Havana. Em sua chegada, prevista para a tarde, Bento XVI será recebido pelo presidente Raúl Castro e por membros do Episcopado cubano.

Segundo informações da Conferência dos Bispos Católicos de Cuba (COCC), o Papa fará o percurso entre o Aeroporto e o Arcebispado de Santiago em carro panorâmico. À tarde, preside a uma Missa ao ar livre na Praça da Revolução "Antonio Maceo", por ocasião da Festa da Anunciação da Virgem Maria e para celebrar o 400º aniversário da descoberta da imagem da Padroeira do país, Nossa Senhora da Caridade do Cobre. A imagem esteve um ano em peregrinação por Cuba, o que aconteceu pela primeira vez desde a revolução de 1959. Logo após, se dirigirá ao município de El Cobre, onde se hospedará na residência para sacerdotes.

No dia seguinte, 27, realizará una visita privada ao Santuário da Virgem da Caridade do Cobre. A estadia de três dias em Cuba conclui-se em Havana, ao meio-dia, quando será recebido no Aeroporto "José Martí" pelo Arcebispo da capital, Cardeal Jaime Ortega y Alamino, e outras autoridades religiosas e civis. No mesmo dia, haverá o encontro oficial com o presidente Raúl Castro e a reunião com os Bispos cubanos na sede da Nunciatura Apostólica, onde ficará hospedado.

O encerramento da agenda acontece com uma Missa na Praça da Revolução "José Martí" de Havana, mesmo local em que o Beato João Paulo II celebrou diante de Fidel Castro em janeiro de 1998. Nesse mesmo dia, Bento XVI retorna ao Vaticano.

Arquidiocese do Rio inicia causas de beatificação



A Arquidiocese do Rio de Janeiro caminha para ter seus próprios santos. A vida e as virtudes cristãs dos cinco primeiros candidatos já estão sendo pesquisadas. Eles contemplam segmentos diferentes no contexto social e eclesial: um casal, uma princesa, uma religiosa, um seminarista e uma adolescente.

Apesar das diferenças de tempo, idade e estado de vida, todos foram chamados à mesma dimensão da vocação comum à santidade.

Uma das mais conhecidas, já venerada pelo povo, é Zélia Pedreira de Castro Abreu Magalhães, uma esposa, mãe e religiosa que direciona tudo e a todos a Deus. Falecida com fama de santidade, seus restos mortais encontram-se na Igreja Nossa Senhora de Copacabana.

A pesquisa histórica sobre Zélia e seu esposo, Jerônimo de Castro Abreu Magalhães, está sendo feita por uma comissão arquidiocesana, instalada no dia 23 de dezembro pelo arcebispo Dom Orani João Tempesta. Realizada no Palácio São Joaquim, na Glória, a posse canônica contou com a presença do postulador italiano Paolo Vilotta, da Congregação para a Causa dos Santos.

Recordando a afirmação do Papa João Paulo II, em uma de suas visitas ao país, de que o “Brasil precisa de santos, muitos santos”, Dom Orani manifestou sua alegria pela instalação da comissão, agradecendo a todos os envolvidos pelo empenho em assegurar e trabalhar por todas as etapas, do “nihil obstat” de Roma até a conclusão dos processos.

“O exemplo dos santos fortalece a Igreja e contribui na sua ação evangelizadora, que tem como missão o anúncio de Jesus Cristo. Agradeço a Deus pelas inúmeras pessoas, que aos poucos vamos tomando conhecimento, que morreram em fama de santidade em nossa arquidiocese. São pessoas próximas, que viveram entre nós, e agora são cogitadas a serem reconhecidas pela Igreja. Os candidatos que temos demonstram que a vida de santidade é possível para todos” - afirmou o arcebispo.

A princípio, a pesquisa seria direcionada somente à Zélia (1857-1919), que depois de consagrar os seus nove filhos a Deus no sacerdócio e na vida religiosa e com a morte de seu esposo, terminou também os seus dias como professa na Congregação das Servas do Santíssimo Sacramento (Sacramentinas), adotando o nome de irmã Maria do Santíssimo Sacramento.

“Fizemos opção pelo processo da Zélia e do Jerônimo, já que ambos tinham uma vida santa no tempo em que viveram. A arquidiocese tem interesse em apresentar o casal, que nasceu no Estado do Rio de Janeiro, e que pode ser um referencial de valores para a sociedade hodierna” - disse o vigário episcopal para a Vida Consagrada na arquidiocese, o beneditino Dom Roberto Lopes, responsável por acompanhar as pesquisas e as etapas dos processos dos candidatos.


Além dos nossos conhecidos santos: Frei Galvão e Madre Paulina, existem no Brasil mais de 70 processos em curso para beatificação ou canonização. O postulador Paolo Vilotta está cuidando de 25 casos, entre os quais os dos Padres Albino, Victor, Donizetti e Manuel Gonzalez, as religiosas Maria Teodora Voiron, Benigna e Dulce da Bahia, as leigas Nhá Chica e Albertina e um bispo, Dom José Antônio do Couto, de Taubaté (SP).


“Não havia na Igreja do Brasil a exigência por santos nativos, já que eram importados da Europa. A partir do Papa João Paulo II, a Igreja em todo o mundo e, principalmente no Brasil, tem trabalhado com mais afinco para elevar homens e mulheres com fama de santidade até aos altares. Esperamos que nosso trabalho possa ter bons resultados, e assegurar novos santos brasileiros” - disse o postulador.

"Confiança não é infantilidade cega", escreve Bento XVI a jovens



Montagem sobre fotos / Divulgação
Berlim sediou encontro promovido por Taizé. Mundo precisa de ''pessoas vigilantes para que fermento da esperança não sufoque'', escreve Papa
Comunidade de Taizé promoveu a 34ª edição do Encontro Europeu de Jovens entre os dias 28 de dezembro de 2011 e 1º de janeiro de 2012. Cerca de 30 mil jovens de todo o continente e de várias partes do mundo reuniram-se em Berlim, capital alemã.

O Papa Bento XVI enviou uma mensagem de apoio ao encontro, desejando que o evento conduzisse os jovens às fontes da alegria. "Confiança não é infantilidade cega", destacou.

O Pontífice salientou que 
a confiança liberta da escravidão do medo e torna os jovens mais perspicazes e disponíveis para responder aos numerosos desafios e dificuldades que os homens e as mulheres de hoje devem enfrentar.

"Esses precisam de pessoas vigilantes para que o fermento da esperança não sufoque. Sede vigilantes e acolhei a confiança que Cristo tem em vós, ao dirigir-vos este apelo. Perante a pobreza e as injustiças, numerosos jovens deixam-se ganhar pela revolta, pelo desespero ou mesmo pela violência. Eles precisam de vós, da paz que encontrais na vossa fé".

A mensagem destaca que o Papa esteve unido em oração aos jovens e encoraja-os a abrir caminhos de confiança em todo o mundo.

"O Santo Padre expressa-vos a alegria que terá em vos acolher no próximo ano para o trigésimo quinto Encontro Europeu da vossa Peregrinação de Confiança através da Terra. Roma vai acolher-vos calorosamente! De todo o coração, o Santo Padre concede a Bênção apostólica aos irmãos de Taizé, aos jovens que participam no encontro de Berlim e aos pastores e fiéis que os acolhem", finaliza o texto.

A 35ª edição do Encontro será em Roma, de 28 de dezembro de 2012 a 2 de janeiro de 2013. "Será uma oportunidade para os jovens irem em peregrinação junto ao túmulo dos Apóstolos e às catacumbas e vai dar-lhes a possibilidade de rezar com o Papa na Basílica de São Pedro. Durante o Encontro, depois das manhãs nas paróquias, os jovens vão reunir-se para o almoço no local simbólico que é o 'Circo Massimo' e rezar a seguir nas basílicas e nas grandes igrejas do centro da cidade", indica um comunicado de Taizé.


Encontro Europeu de Jovens


Nesta 34ª edição, a cidade de Berlim, capital da Alemanha, é a que acolhe o Encontro Europeu de Jovens, em resposta a um convite das Igrejas Católica e Protestante e da Câmara Municipal de Berlim. Anteriormente, o Encontro já passou por Paris, Varsóvia, Londres, Lisboa, Roma, Budapeste, Genebra, Barcelona, Bruxelas, Poznan, Roterdã, entre outras.

Durante cinco dias, a capital alemã foi a plataforma europeia da juventude e o símbolo de uma Europa unida. "Este Encontro de Berlim surge numa altura em que a Europa ressente a necessidade de um novo fôlego e quando muitas pessoas se questionam sobre os fundamentos e limites da solidariedade europeia. Em Berlim, o irmão Alois, prior de Taizé, lançou aos jovens um apelo para irem às fontes da fé e simultaneamente procurarem como ultrapassar dispersões e divisões na Igreja e nas sociedades", destaca um comunicado da Comunidade.

O programa do Encontro foi centrado em três orações quotidianas: pela manhã, nas cerca de 150 paróquias de acolhimento; à tarde e à noite, nos grandes pavilhões do Parque de Exposições de Berlim. Durante a oração de cada noite, o Irmão Alois fez uma breve meditação. Os jovens, acolhidos por famílias de toda a região, dedicaram as manhãs ao encontro com cristãos das paróquias e à descoberta de sinais de esperança nos seus bairros. Às tardes, participaram de workshops sobre as fontes da fé e compromissos ao serviço dos outros. Foram propostos vários temas espirituais, sociais, políticos, econômicos e artísticos.

No contexto de projeto de ajuda humanitária com a Coreia do Norte, os jovens foramconvidados a levar material médico de primeira necessidade e medicamentos, que serão enviados a hospitais e centros de saúde de regiões rurais daquele país.

O irmão Roger, fundador da Comunidade de Taizé, lançou a "Peregrinação de Confiança através da Terra" há mais de 30 anos para estimular os jovens a serem portadores de paz, confiança e reconciliação nos locais onde vivem. Ele pôde deslocar-se a Berlim Leste em 1986, três anos antes da queda do muro de Berlim, para um encontro que reuniu 6.000 jovens da Alemanha do Leste. Naquela época, foi preciso obter uma licença das autoridades comunistas da Alemanha do Leste para celebrar uma oração simultaneamente na catedral católica e em uma grande igreja protestante da cidade. Essa licença tinha sido dada com a condição de que não houvessem participantes do Ocidente. Essa época pertence agora ao passado e Berlim é, hoje, o símbolo do processo de reunificação alemã e europeia.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Santa Maria Mãe de Deus



Este dogma foi proclamado pela Igreja Católica no Concílio de Éfeso, em 431, como sendo Maria a “Mãe de Deus”, em gregoTheotokos  e em latim Mater Dei. O Concílio de Éfeso proclamou que "se alguém não confessa que o Emmanuel é verdadeiramente Deus, e que por isso a Santíssima Virgem é Mãe de Deus, já que engendrou segundo a carne o Verbo de Deus encarnado, seja anátema "(...). Segundo São Tomás de Aquino, a Virgem, por ser Mãe de Deus, possui uma dignidade, de certo modo infinita, derivada do bem infinito que é Deus".

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