Sejam Bem-Vindos!

"É uma grandiosíssima calúnia dizer que tenho revoltas contra a Igreja. Eu nunca tive dúvidas sobre a Fé Católica, nunca disse nem escrevi, nem em cartas particulares, nem em jornais, nem em quaisquer outros escritos nenhuma proposição falsa, nem herética, nem duvidosa, nem coisa alguma contra o ensino da Igreja. Eu condeno tudo o que a Santa Igreja condena. Sigo tudo o que ela manda como Deus mesmo. Quem não ouvir e obedecer a Igreja deve ser tido como pagão e publicano. Fora da Igreja não há salvação."
Padre Cícero Romão Batista

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Capuchinhos abrem nova Fraternidade na Diocese de Guarabira-PB


No dia 29 de abril de 2013, às 19h e 30 min., teve inicio na Paróquia Santo Antônio, em Guarabira-PB, a concelebração eucarística presidida pelo excelentíssimo bispo diocesano, Dom Francisco de Assis Dantas Lucena; concelebraram: Frei Francisco de Assis Barreto, ministro provincial, Frei Franklin Alves Diniz, vigário provincial, outros conselheiros provinciais, vários confrades capuchinhos, vários sacerdotes do clero secular, diáconos, seminaristas, membros de diversas pastorais, grupos, movimentos e ministérios da Paróquia Santo Antonio. No inicio da celebração, Dom Francisco e Frei Francisco Barreto assinaram o convênio entre a Diocese de Guarabira e a Província N. S. da Penha do NE do Brasil. Dando prosseguimento o bispo com provisão e uso de ordens deu posse ao administrador paroquial Frei José Walden de Oliveira e aos vigários paroquiais. Durante a concelebração deu-se a abertura oficial da nova fraternidade capuchinha, sob o orago de Nossa Senhora da Luz,na cidade de Guarabira, região do brejo paraibano, na preclara diocese de Guarabira. Conforme determinação do conselho provincial, ficou assim cosntituída a Fraternidade N. S da Luz: Frei Cláudio Simões Galindo, Reitor do Memorial Frei Damião de Bozzano e Guardião da Fraternidade, Frei José Walden de Oliveira, Administrador Paroquial e Ecônomo da Fraternidade e Frei José Nunes de Araujo, Vice Reitor e Vigário Paroquial. Após a celebração todos se confraternizaram com um jantar no salão paroquial. 
Abaixo algumas fotos desse momento importante, confira!

























Fonte: PRONEB

O papel singular de Maria na economia da Salvação



Por Eduardo Moreira e John Lennon J. da Silva

Introdução

Muitos escritos apócrifos podem ser de grande valia, mas alguns também podem ser decepcionantes. Alguns apócrifos são gnósticos ou carregados de outras heresias e inverdades. Entretanto, vários outros apócrifos carregam consigo fatos verdadeiros e ainda outros que não podem ser confirmados. Dessa maneira, o Evangelho Secreto da Virgem Maria nos traz, uma imagem mariana que ajuda, ao menos em mínimas proporções, a entender o papel da Mãe de Deus na história da salvação, um papel singular que só poderia ter sido cumprido por ela.

É bom dizer antes de tudo que o “Evangelho Secreto da Virgem Maria” não é um texto divinamente inspirado e tampouco aceito como verdadeiro ou canônico. Sua autoria ainda é incerta, além de em muitos trechos existirem equívocos teológicos. Certamente ele é apenas uma composição literária dos primeiros séculos do cristianismo onde o autor tenta mostrar o mundo através dos olhos da Imaculada de maneira bastante ousada. Entretanto, o Evangelho Secreto da Virgem Maria já traz consigo a concepção da intercessão dos justos, mortos para este mundo, mas vivos para Cristo pelos vivos, confirmando assim que há o céu logo após a morte, há também a ideia de que Maria era de fato a graça em plenitude, e que Maria é pra sempre virgem, além da fervorosa narração relacionada a São José, lhe acompanhando nessa virgindade perpétua, temática defendida por vários teólogos modernos, a concepção imaculada de São José.

O escrito peca, entretanto, ao tentar de maneira ousada mostrar como era o olhar da Virgem Santíssima, bem como ao mostrar um Cristo que muitas vezes não sabia de sua divindade, além de cometer erros como não distinguir Maria Madalena de Maria irmã de Lázaro.

É claro que erros como esses já eram esperados, pois se trata de um texto apócrifo, e não de um texto inspirado, mas há um grande grau de elementos comuns entre esse texto e o Catolicismo. É comum observar a verdade mesmo em meio às heresias, e essas verdades nos dão luz, de como era o olhar para Maria entre os primeiros cristãos.

Essa introdução nos ajuda a ver que mesmo pessoas de crença duvidosa nos primeiros séculos do cristianismo já tinham um carinho especial pela Mãe de Deus, título que já aparece também nesse “evangelho” assim como aparece no Evangelho Segundo São Lucas (cf. Lc 1, 43).

Maria, graça plena, medianeira junto a Cristo

Maria é chamada pelo anjo Gabriel de “cheia da graça” (cf. Lc 1, 28). Esse termo designa Nossa Senhora como a graça em plenitude. É um vocativo grego de difícil tradução, um termo atemporal que exprime aquela que era, que é e que sempre será agraciada. Seria equivalente a dizer tecida na graça, coroada pela graça. Desse pequeno trecho tiramos em partes o dogma da Imaculada Conceição.

Nossa Senhora certamente, se era, é e sempre será graça em plenitude, nasceu coroada pela graça, sem a mancha do pecado original. Mas Nossa Senhora teve de ser salva por seu filho pelo sacrifício na cruz, que é atemporal. O Sacrifício não existiu apenas para os que viviam naquela época, mas sim para os que viveram antes, depois e durante a primeira vinda de Jesus. A Salvação é para todos, mais percebida por poucos a morte de Cristo foi um sacrifício infinito, pois foi o sacrifício do filho de Deus que é Deus com o Pai e com o Espírito este sacrifício foi eterno, pois o Deus trino que professamos é eterno.

Maria foi concebida sem o pecado original, isso é ensinado de forma implícita por São Lucas nesse pequeno trecho do Evangelho, São Lucas que é um mariólogo destacado e rico em detalhes quando em seu Evangelho registrou os eventos relacionados à Virgem. Maria é superior aos anjos, é a criatura mais perfeita que pode existir, pois nunca se observa um anjo maravilhado com um ser humano em toda a Sagrada Escritura a ponto de saudá-la com termo tão majestoso “Cheia de graça”. Entretanto o anjo ao ver Maria a saúda “graça em plenitude” [termo que corresponde de forma mais perfeita as palavras originais do evangelho] e ela, por sua humildade se perturba com semelhante saudação.

Os anjos como mensageiros de Deus levaram essa saudação à Maria, saudação essa que partiu do Altíssimo. Nunca em toda a Sagrada Escritura aconteceu episódio similar, apesar de vários anjos mensageiros terem sido enviados por Deus a homens sábios no Antigo Testamento, em nenhuma destas narrações um anjo reconhece a graça em um ser humano. Nossa Senhora não podia ter o pecado original, pois sendo esse pecado passado de pai para filho, se Nossa Senhora o tivesse, ela o teria passado a Jesus, e é pelos méritos de Cristo que ela foi preservada por Deus, pois ali naquele Tabernáculo, o santo ventre de Maria, gerou-se a Salvação na pessoa de Jesus. Deus quis que a Rainha nascesse sem o pecado para que Jesus não o tivesse.

Maria, Mãe de Deus

Eis outro grande enigma. Jesus enquanto plenamente Deus não era descendente de ninguém, pois procede do Pai e com o Pai e o Espírito Santo, forma apenas um. Entretanto, negar a maternidade divina de Maria é negar a redenção. Se as naturezas humana e divina de Jesus fossem separadas, então o sacrifício na cruz não teria servido para nada. Nosso Senhor teria morrido em vão.

Os sacrifícios do Antigo Testamento não limpavam a mancha do pecado, que é uma ofensa infinita a Deus. Eles apenas limpavam parcialmente. Ora, se o pecado é uma ofensa infinita a Deus, então há necessariamente que ter um sacrifício infinito capaz de limpar os pecados da humanidade.

Se a natureza humana de Jesus é distinta da natureza divina, como alegaram diversas correntes heréticas no decorrer da História, quem morreu na cruz foi um homem, pois a divindade não morre. Se quem morreu na cruz é um homem, então o pecado não foi remido, pois se assim fosse, qualquer homem que fosse oferecido em sacrifício teria sido suficiente para redimir os pecados da humanidade. Tomando este raciocínio os concílios da Igreja, condenaram tais teses.

Muito diferente, entretanto, foi o Santo Sacrifício de Cristo. Ele, morrendo na cruz, de uma vez por todas venceu o pecado através de sua morte e ressurreição. Então, quando Maria gerou Jesus, ela gerou de fato um ser plenamente homem e plenamente Deus, cujas naturezas são inseparáveis és a doutrina sempre professada pela Igreja.

Dessa maneira, o Sacrifício de Cristo foi um sacrifício infinito, pois foi um sacrifício de um Deus que se fez homem em tudo, exceto no pecado. Sendo infinito, esse sacrifício lavou nossas culpas e nos fez filhos de Deus.

Portanto, se Nossa Senhora não é Mãe de Deus, as naturezas humana e divina de Nosso Senhor têm que ser distintas e certamente o sacrifício teria sido inútil, tomando este raciocínio o Arianismo, negou a maternidade divina de Maria e o uso do título, Mãe de Deus. No entanto o Concílio de Éfeso em 431 d.C. confirmou dogmaticamente a Maternidade divina de Maria. Assim as naturezas humana e divina de Jesus estão unidas, foram geradas no corpo de Cristo no ventre de Maria Santíssima, tornando possível a redenção.

As mães de todos nós não são capazes de gerar almas, pois a alma quem gera é Deus. Entretanto, essa incapacidade não tira delas o título de mães nossas. De forma semelhante, Maria por não ser Mãe de Cristo enquanto Deus anterior a Maria; não tira dela o título de Mãe de Deus, pois Jesus Cristo é ao mesmo tempo tão humano que teve de ser gerado por uma mulher e tão Deus que nos remiu de nossos pecados. A encarnação é, portanto, um mistério insondável aos olhos humanos.

Maria, medianeira de todas as graças

Na Bíblia em momento algum fala-se que é inútil a oração da Igreja para a conversão dos fiéis. Através do batismo somos todos unidos ao Corpo Místico de Cristo (I Cor 12,12), remidos do pecado original. Assim, somos um só corpo no amor de Deus.

Se somos uns só corpo, não há diferença entre mortos e vivos no que se refere à capacidade de orarmos uns pelos outros, pois nosso tesouro escondido está no alto. Ora, se assim é, então todos os membros se beneficiam com a oração dos membros da Igreja e por isso, Nossa Senhora como Mãe da Igreja também ora por seus filhos.

Maria é medianeira de todas as graças, pois conforme já mostrado e também afirmado por diversos santos, doutores e papas; é Mãe de Cristo e como somos parte do corpo d’Ele, Maria é nossa mãe. Se a graça provém do Verbo, logo a graça passa por Maria, mãe do Verbo. Dessa maneira a Igreja crê que as graças obtidas pelos fieis, chegam também pelas mãos imaculadas da Virgem Santíssima, pois que a ela pode-se recorrer, ante a mediação única que exerce o Senhor Jesus junto ao Pai (I Tm 2,5).

O fato da Palavra de Deus, citar Jesus como único mediador entre Deus e os homens não acaba com a co-mediação de outros, inclusive Maria. Como somos parte do Corpo de Cristo que é a Igreja, assim somos todos co-mediadores e por isso a intercessão tem valor. Muito mais valor e muito mais força tem a oração dos que já estão em comunhão plena com Deus na visão beatifica. Maria sempre esteve em comunhão, pois jamais conheceu o pecado e por isso, a intercessão de Maria é a intercessão que excede a petição de todos os demais bem aventurados.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

REFLEXÕES SOBRE O QUE É FELICIDADE


    Se acaso hoje fosse questionado acerca do que é a felicidade, diria que é algo inexplicavelmente perturbador! Sim, perturbador! É justamente a “força” que nos incita à busca concreta da realização de tantos ideais. Ideais que nos servem de “guias”, com os quais trilhamos nosso caminho sobre a face da terra.
            Felicidade é quem sabe aquilo que nos motiva, nos impulsiona a revertermos tantos “quadros penumbres” na parede de nossa fugaz existência, nas mais belas e expressivas representações. A felicidade representa o momento exato em que o nosso espírito contempla a perfeição – mesmo sendo esta apenas passageira, cá na terra. A felicidade é conjunto! Mas, paradoxalmente, é também unidade!
            Felicidade é exatidão momentânea! É o minuto despercebido! Felicidade é quando nos abraçamos e, ao sentir o outro a nos tocar, desperta em nós uma sede de infinito. Felicidade é a possibilidade do encontro. É, quiçá, a narrativa mais real e concreta daquilo que tanto almejamos e enfim possuímos. Felicidade é a “inverbalização” do ontos. A felicidade se traduz na capacidade humana da plena realização, pois, todo nosso peregrinar só terá finitude na “transdimensionalidade”. Paradoxo ao entendimento humano! Loucura para os descrentes! Mas, a vida nada mais é do que pura contradição! Não há maior contradição do que viver em “preparação” à ausência da vida: a morte!
            Felicidade é o suspiro dado! O alívio sentido! O amor expressado! Felicidade é a maneira pela qual o homem diz a si mesmo: vale a pena viver! Felicidade é o desfecho histórico mais perfeito, mais sublime! Felicidade é a memória constante e insistente do que foi bom e merece ser re-vivido!
            Que mais poderia se dizer? Felicidade é a oportunidade de findar-nos nos braços de quem amamos e, nos esquecendo de nós mesmos, podermos nos encontrar naquele por quem palpita o nosso coração. Felicidade é a atitude do vivente em resposta tão eloqüente aos apelos e subterfúgios dos que não amam, nem querem ser amados!
            Felicidade é contemplar face à face a quem amamos e, num único desejo, rendê-lo em nosso abraço. Felicidade é a banalização da realização! Felicidade é o critério perspicaz para se pensar se é isto ou aquilo. Felicidade é o que no momento estou sentindo! E isso é só!

Luiz Felipe P. de Melo.
24/09/2011

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Papas e as Novas Comunidades


Entendendo a "RCC", os Novos Carismas e os Dons Extraordinários do Espírito Santo.

Serie sobre a RCC dividida em V Partes, esta é a IV Parte.

Papas e a RCC
  
O Papa João Paulo II e Bento XVI, apesar de não falar em ex-catedra, tem em suas palavras muita reverencia e admiração na pessoa de Papa, negar isto seria impossível. Suas palavras detêm em si o posicionamento da Igreja cuja qual fala seu Sumo Pontífice, segui-se algumas declarações de ambos os últimos papas sobre a renovação na Igreja e as novas comunidades.

Vale repetir as afirmações de João Paulo II,

Com o Concílio Ecumênico Vaticano II, o confortador deu recentemente a Igreja, que de acordo com os padres, é o lugar “onde o Espírito floresce”(CIC Nº 749), um novo Pentecostes, trazendo um dinamismo jamais visto. Sempre que o Espírito intervém, ele deixa as pessoas atônicas. Ele causa grandes novidades; ele muda radicalmente as pessoas e a história. Esta foi a inesquecível experiência do Concílio Ecumênico Vaticano II, durante o qual sob a orientação deste mesmo Espírito, a Igreja redescobriu a dimensão carismática como um de seus elementos constitutivos: Além disso, este mesmo Espírito Santo não só santifica e conduz o Povo de Deus por meio dos sacramentos e ministérios e o adorna com virtudes, mas «distribuindo a cada um os seus dons como lhe apraz» (1 Cor. 12,11), distribui também graças especiais entre os fiéis de todas as classes, as quais os tornam aptos e dispostos a tomar diversas obras e encargos, proveitosos para a renovação e cada vez mais ampla edificação da Igreja (Lumen Gentium nº 12)” (Discurso de João Paulo II, de 30 de Maio de 1998, Nº 4.).

“Hoje a Igreja se rejubila com a confirmação renovada das palavras do profeta Joel que acabamos de Ouvir ‘Eu derramarei meu Espírito sobre toda a carne” (Atos 2:17). Vocês aqui presentes, são as provas vivas deste derramamento do Espírito. Cada movimento é diferente dos outros, mas eles estão todos unidos na mesma comunhão e pela mesma missão. Alguns carismas dados pelo Espírito explodem como um vento impetuoso, que derruba as pessoas e as conduz a novas formas de compromisso missionário com o serviço social radical do Evangelho, proclamando incessantemente a verdade da fé, aceitando a tradição viva como um Dom e acendendo em cada pessoa o desejo ardente pela santidade. Hoje eu gostaria de gritar a todos vocês reunidos aqui na Praça São Pedro e para todos os cristãos; abram-se docilmente aos dons do Espírito! Aceitem com gratidão e obediência os carismas que o Espírito constantemente derrama sobre nós. Não esqueçam que os dons nos são dados para o bem comum, isto é, para o bem da Igreja.” (Discurso de João Paulo II, de 30 de Maio de 1998, Nº 5.).

Também há as afirmações de Bento XVI,

Papa Bento XVI, “No coração do mundo, seco pelo ceticismo e o racionalismo, nasce a experiência do Espírito Santo, que tomou amplitude mundial por meio do movimento de renovação.” (Diálogos sobre a fé)

“Aprendemos a conhecer e a apreciar (nos novos carismas) o impulso missionário, os itinerários eficazes de formação cristã, o testemunho de fidelidade e de obediência à Igreja a sensibilidade dos pobres, a riqueza de vocações” (Discurso do Papa Bento XVI, em Roma 17 de Maio de 2008).

“Os movimentos eclesiais e novas comunidades são uma das novidades mais importantes suscitadas pelo Espírito Santo à Igreja pela atuação do Concílio Vaticano II” (Discurso do Papa Bento XVI, em Roma 17 de Maio de 2008).

Os textos mostram o posicionamento da Igreja através de seu Lider a respeito desta Renovação e suas Comunidades e Carismas.

terça-feira, 23 de abril de 2013

A Igreja agora admite o uso do preservativo??!!!



Para variar a imprensa secularista e anti-católica deturpou as palavras do Papa! Querem gritar para o mundo todo ouvir que o Papa é a favor do preservativo, porém quais foram as suas verdadeiras palavras? Leia a seguir:

É evidente que a Igreja não considera a utilização do preservativo uma solução verdadeira e moral”
“Em África, Vossa Santidade afirmou que a doutrina tradicional da Igreja tinha revelado ser o caminho mais seguro para conter a propagação da SIDA/AIDS. Os críticos, provenientes também da Igreja, dizem, pelo contrário, que é uma loucura proibir a utilização de preservativos a uma população ameaçada pela SIDA/AIDS.”

«Em termos jornalísticos, a viagem a África foi totalmente ofuscada por uma única frase. Perguntaram-me porque é que, no domínio da SIDA/AIDS, a Igreja Católica assume uma posição irrealista e sem efeito – uma pergunta que considerei realmente provocatória, porque ela faz mais do que todos os outros. E mantenho o que disse. Faz mais porque é a única instituição que está muito próxima e muito concretamente junto das pessoas, agindo preventivamente, educando, ajudando, aconselhando, acompanhando. Faz mais porque trata como mais ninguém tantos doentes com sida e, em especial, crianças doentes com sida. Pude visitar uma dessas unidades hospitalares e falar com os doentes.

Essa foi a verdadeira resposta: a Igreja faz mais do que os outros porque não se limita a falar da tribuna que é o jornal, mas ajuda as irmãs e os irmãos no terreno.Não tinha, nesse contexto, dado a minha opinião em geral quanto à questão dos preservativos, mas apenas dito – e foi isso que provocou um grande escândalo – que não se pode resolver o problema com a distribuição de preservativos. É preciso fazer muito mais. Temos de estar próximos das pessoas, orientá-las, ajudá-las; e isso quer antes, quer depois de uma doença.

Efectivamente, acontece que, onde quer que alguém queira obter preservativos, eles existem. Só que isso, por si só, não resolve o assunto. Tem de se fazer mais.Desenvolveu-se entretanto, precisamente no domínio secular, a chamada teoria ABC,que defende “Abstinence – Be faithful – Condom” (“Abstinência – Fidelidade – Preservativo”), sendo que o preservativo só deve ser entendido como uma alternativa quando os outros dois não resultam. Ou seja, a mera fixação no preservativo significa uma banalização da sexualidade, e é precisamente esse o motivo perigoso pelo qual tantas pessoas já não encontram na sexualidade a expressão do seu amor, mas antes e apenas uma espécie de droga que administram a si próprias. É por isso que o combate contra a banalização da sexualidade também faz parte da luta para que ela seja valorizada positivamente e o seu efeito positivo se possa desenvolver no todo do ser pessoa.

Pode haver casos pontuais, justificados, como por exemplo a utilização do preservativo por um prostituto, em que a utilização do preservativo possa ser um primeiro passo para a moralização, uma primeira parcela de responsabilidade para voltar a desenvolver a consciência de que nem tudo é permitido e que não se pode fazer tudo o que se quer.Não é, contudo, a forma apropriada para controlar o mal causado pela infecção por VIH/HIV. Essa tem, realmente, de residir na humanização da sexualidade.»
“Quer isso dizer que, em princípio, a Igreja Católica não é contra a utilização de preservativos?”

«É evidente que ela não a considera uma solução verdadeira e moral. Num ou noutro caso, embora seja utilizado para diminuir o risco de contágio, o preservativo pode ser um primeiro passo na direcção de uma sexualidade vivida de outro modo, mais humana.»

In Bento XVI, Luz do Mundo – O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos – Uma conversa com Peter Seewald, Lucerna, 2010

***
Em Italiano, publicado na Rádio Vaticano:
http://www.radiovaticana.org/it1/Articolo.asp?c=440810



Com a declaração o Papa não está liberalizando o preservativo, ele não reforma nem moderniza a doutrina da Igreja como dizem, pelo contrário, ele reafirma o que já havia declarado em África : o problema da SIDA não pode ser resolvido apenas com a distribuição de preservativos.
Não é preciso ser católico para perceber que a distribuição de preservativos não resolve o problema e muitas vezes até o agrava. Agrava porque o preservativo estimula uma vivência desordenada da sexualidade, aumentando substancialmente o número de casos. Os analistas sérios reconhecem que o problema é comportamental e que os países que investem pesadamente na distribuição do preservativo acabam por não barrar a proliferação da SIDA.

O Papa Bento XVI citou a teoria ABC como uma busca para solucionar o problema da SIDA. Uganda é um dos países que tem aplicado essa teoria e tem conseguido resultados expressivos:

http://marcospauloteixeira.wordpress.com/2009/10/10/uganda-exemplo-bem-sucedido-de-luta-contra-a-aids/

O posicionamento da Igreja é defender a Castidade e a Fidelidade e vai sempre afirmar que o uso da sexualidade desordenada vai continuar trazendo imensos problemas para a sociedade humana no geral.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

As “Maldições hereditárias” e sua incompatibilidade com a Doutrina Católica.



Por John Lennon J. da Silva.

Durante um programa na Radio Catedral, o Pe. Dom Estevão Bettercourt, ao comentar e constatar como errônea a crença em certas “maldições” que eram passadas supostamente por herança sanguínea a cristãos; fato que tal crença encontrava-se largamente pregada na obra do inglês Robert Degrandis, chamada “Cura de Gerações” livro que durante o programa ocupou sua reflexão. Ele afirmou que “A cura entre gerações é algo imaginoso, fantasioso. A doutrina católica nunca professou essa hipótese”.

Hoje existem milhares de seitas que estão a pregar entre seus membros ou aos que aproximam-se de suas comunidades a “cura de gerações” geralmente chamada de “maldições hereditárias”, seus progenitores alegam que esta é uma doutrina cristã, na verdade não é como veremos ao longo do texto.

Esta crença e prática supersticiosa é basicamente oriunda das seitas neo-pentecostais, também designada como o Evangelho da maldição ou Quebra de Maldições, Maldições Hereditárias, Maldição de Família e Pecado de Geração. No Brasil a crença tem origem com “Igreja” Renascer em Cristo e também na seita de Edir Macedo.

Esta pseudo-doutrina que é produto de um moderno misticismo supersticioso, é aparentemente conciliável com a concepção de “carma” ou “karma” no budismo oriental. Para entendermos o que representa esta “aberração doutrinaria” que é nominalmente é chamada de “maldições hereditárias” ela corresponde em síntese a:

Um mal invisível, cujo homem não vê, e que pode ter atingido ou atingi qualquer um ser humano, por intermédio do que eles denominam de “espíritos familiares” que transmitem durante séculos pela linhagem sanguínea e por influência destes mesmos “espíritos” que exercem algum “poder” ou “magia” como alegam os progenitores desta pseudo-doutrina, com aflições espirituais e corporais sob os que a possuem, até que tal “maldição” seja quebrada através de libertações geralmente produzidas por pastores protestantes.

A expressão “espíritos familiares” que usei acima é utilizada arbitrariamente pelos pregadores de tal crença para justificá-la biblicamente, o termo é retirado de citações do Antigo Testamento, como (Levítico 19,31); na versão bíblica “King James” tradução produzida pela Igreja Anglicana.

Esta expressão é usada para designar “entidades”, “demônios” e “anjos decaídos” que exercem nos adivinhos a atividade da comunicação com os mortos e com os cristãos atuando na condução dos mesmos no âmbito de suas inclinações emocionais, sentimentais, carnais e físicas, ao pecado. A palavra “familiares” no plural é utilizada como complementar a denominação destes “espíritos” pelo fato destes, como alegam os pregadores desta crença terem forte influência e pendurarem em gerações de famílias humanas com seus planos nefastos.

É completamente descabida esta argumentação, a versão “King James” inglesa da Bíblia, não é uma das melhores traduções bíblicas como seguram muitos cristãos, é oriundo de exegetas e tradutores protestantes, alguns deles puritanos. Há grande tradução das Escrituras produzida por São Jerônimo nos séculos IV e V, que chamamos de vulgata latina ocupou a reflexão da Igreja por séculos e os textos latinos nada mencionam o termo “espíritos familiares” assim como as versões católicas recentes não aludem. Esta versão é uma clara iniciativa da exegese que se desenvolvera na Inglaterra em contraposição a “Vulgata” católica e também a exegese católica.

Assim forjar textos e procurar traduções cômodas para justificar conceitos e “doutrinas” não traduz princípios básicos de hermenêutica é pura picaretagem moderna. O que foi guardado e transmitido a Igreja nos textos bíblicos antigos que São Jerônimo usou, além é claro da tradicional interpretação do Magistério sobre estes aspectos da teologia, não repercutem nem induzem qualquer afirmação da existência de “espíritos familiares” quando versadas para língua latina e nem tampouco a língua portuguesa.

Pode surgir à pergunta, as Sagradas Escrituras dão embasamento para afirmar que os cristãos podem estar de alguma forma sob o jugo de maldições ancestrais ou qualquer tipo de crença parecida?

A resposta é não, esta nunca foi parte da pregação apostólica e nem encontra fundamento nos textos bíblicos, os Padres da Igreja nunca mencionaram tal crença entre os cristãos no decorrer dos VII primeiros séculos. Aliás os textos bíblicos refutam qualquer possibilidade de “gerações” levarem ou trazerem qualquer peso, mancha ou maldições ou ainda os pecados de seus pais. Vejamos o que diz o profeta Ezequiel.

“Contudo perguntais: Por que não levará o filho a maldade do pai? Porque o filho fez justiça e juízo, guardou todos os meus estatutos, e os praticou, por isso certamente viverá. A alma que pecar, essa morrerá. O filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele”. (Ez 18,19-20).

Há outros textos e citações (Dt 24,16: Jr 31,30: Ez 18, 2-4: Ex 18,4; 20, 5-6: Lv 19, 17). Que fazem oposição a qualquer afirmação que alude esta crença supersticiosa oriunda do neo-pentecostalismo. Não existe compatibilidade desta crendice protestante com a “Sã doutrina”, boas considerações a respeito do pecado, o perdão de Deus, os sacramentos [exemplo o Sacramento do Batismo, que regenera o ser humano e o torna filho de Deus, trazendo-o ao convívio com a graça de Deus, por libertar-nos do pecado original, pelo Batismo somos incorporados em Cristo e na sua única Igreja], Julgamento particular e etc. acabam por aniquilar qualquer possibilidade de “maldição hereditária”.

“Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (I Jo 1,9), ou seja, ele não leva em conta as “faltas dos pais sobre os filhos” como podemos ler acima, como então estas supostas faltas ou maldições e até perseguições demoníacas poderiam ligar-se a gerações inteiras de pessoas, por conta de parentes de séculos atrás que erraram ou foram amaldiçoados? É absurdo, logicamente improvável, não existem brechas para invenções do tipo, ao melhor só existem nas cabeças de “víboras”, aludindo o termo que Cristo usou para designar os incautos, escribas e fariseus (Mt 23, 33; Lc 3,7). E "hipócritas", falsários  do Evangelho (Mt 23, 27; Mt 23, 29; Mt 15, 7; Mc 7, 6; Lc 12, 56).

Não poso deixar de registrar que existirem muitos indivíduos ligados a movimentos leigos, que estão de maneira pouco ortodoxa e medonha à introduzirem na Igreja Católica, qualquer tipo de prática ou exercício de libertação para o indivíduo que segundo as diversas alegações supostamente possui tais “maldições hereditárias”. Fazem eles muito mal a Santa Igreja e aos seus membros, mas vira o dia em que os lobos disfarçados entre os eleitos serão repelidos do redil do Senhor.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Por que a Igreja Católica é romana?


Alguns leigos "evangélicos" (isto é, pentecostais e/ou neopentecostais), em sua falta de conhecimentos históricos e teológicos, normalmente não compreendem como a Igreja pode ser chamada Católica Apostólica Romana. Quando explicamos que "católica" significa universal, isto é, que a Igreja está para todos os homens e mulheres, de todas as nações, conforme a determinação de Jesus Cristo, os mais maleáveis até aceitam. Quanto ao termo "apostólica" também não há maiores problemas, já que a verdadeira doutrina cristã é aquela que procede dos Apóstolos, e isso está dito e repetido na Bíblia inúmeras vezes. Mas e "romana"? Por que a Igreja é chamada também romana? E como pode ser ao mesmo tempo universal e romana? É comum vermos, inclusive, algumas pessoas que chamam a Igreja apenas de "igreja romana", suprimindo os termos principais (Católica e Apostólica), numa tentativa de diminuir a sua importância ou negar a sua autenticidade.

Bem, a questão é tão simples que impressiona a maneira como provoca dúvidas. Se bem que, em muitos casos, seja uma questão muito mais de má vontade do que de dúvida legítima. O fato é que o título "romana" não implica nacionalismo nem particularismo. Isto é, não quer dizer que a Igreja pertença à Roma, ou que se limite à Roma, assim como aconteceria com uma empresa, por exemplo.

Romana, no caso da Igreja, é apenas o título que indica o endereço da sede primacial da Igreja. Só isso. De fato, a Igreja, atuando neste mundo, precisa ter um endereço, um referencial físico e postal, que é o do Bispo de Roma, feito Chefe visível por Cristo. Em consequência, a Igreja Católica recebe, como uma espécie de "subtítulo", a designação "romana", e isso em nada contraria a sua catolicidade ou universalidade.

De modo semelhante, Jesus, Salvador de todos os homens, foi chamado "Nazareno", porque, convivendo entre os homens, precisava de um endereço físico neste mundo, que foi a cidade de Nazaré. E Jesus Cristo, por acaso, veio só para os habitantes de Nazaré? Não. Chamá-lo de "Jesus Nazareno" ou "Jesus de Nazaré" compromete o caráter universal da sua missão? Claro e evidente que não. Da mesmíssima maneira se dá com o nome dado à Igreja que Ele instituiu neste mundo.



Importante para nós, católicos, é enxergar o poder de Deus também nesse título de "católico romano". Pois, desde o inicio do Cristianismo, os católicos foram perseguidos, caçados, torturados e mortos justamente pelo Império Romano, durante centenas de anos. Desde a liberação do Cristinianismo pelo Imperador Constantino, porém, a sede da verdadeira Igreja fica em Roma, como que a mostrar ao mundo que os perseguidores sucumbiram frente à Igreja de Deus. Ela, que foi perseguida e martirizada, hoje está situada exatamente na sede do antigo Imperio. Isso prova que Deus sempre transforma o que era mal em bem, como diz São Paulo: "Onde abundou o pecado, superabundou a graça" - Romanos 5, 20.

Onde predominou o Império de Roma, o maior já visto na História da humanidade, e que levou a escravidão, o terror e a morte a milhões de pessoas, neste mesmo lugar Jesus Cristo, através da sua Igreja, converteu no maior centro de fé e difusão das Boas Novas da libertação, do amor fraterno e da vida em todo o mundo, e que perdurará até o fins dos tempos, segundo a promessa de Jesus em Mateus 28, 20.

E como diz a Bíblia Sagrada, nenhuma instituição ficará de pé se não for obra divina: "Se o seu projeto ou sua obra provem de homens, por si mesmo se destruirá, mas se provier de Deus, nao podereis desfazê-la (Atos 5, 38-39). - O Império Romano caiu. A Igreja Catolica Apostólica Romana, instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo, permanece por dois milênios.


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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Pergunta e resposta: Jesus e a Religião


O leitor Volnei deixou-nos o seguinte comentário no post "Pergunta e resposta: a Bíbia e a proibição de imagens":

"Mais uma vez, as intriguinhas religiosas, que me enojam cada vez mais... Deus não tem religião. Deus não criou nenhuma religião. E a prova de que a religião não salva ninguém é Jesus Cristo, que nasceu no meio de uma família judaica, e e sendo judeu, por tradição familiar, Jesus nos ensinou que o caminho da salvação está nele. O problema de católicos, protestantes, espíritas, etc, é que colocam a religião acima de Deus. Fé cega faca amolada. Ficam uns falando mal dos outros, e todos estão errados. Os católicos acham que a igreja foi fundada pelos católicos, mas se estudassem um pouco de história, descobririam que ela na verdade foi fundada pelo imperador romano Constantino, que queria apenas o poder, já que não conseguiu destruir os seguidores de Cristo, "juntou-se" a eles, com o único objetivo de ganhar poder.

Com relação à adoração de imagens, a Bíblia é bem clara com relação a isso, e mostra que Deus não admite adoração às imagens. E outra, que sentido teria Deus enviar seu filho ao mundo para morrer? Os católicos não acreditam que Jesus tem poder suficiente para nos ajudar? Por que pedir a Santos, se eu posso pedir a Jesus? Ele mesmo disse que tudo que pedires em meu nome eu atenderei! Essa adoração à Maria tb, não consigo entender, não há na Bíblia uma razão sequer para endeusá-la, pois é assim que ela é tratada pelos católicos, como uma Deusa, e pior ainda, mãe de Deus. Como ela pode ser mãe de Deus se foi Deus quem a criou? Só existe um caminho, cuja porta é estreita, e esse caminho é Jesus Cristo. Pertencer a essa ou aquela religião, não vai te salvar.

A religião causa desavenças, guerras, confusão... Quantas mortes, guerras, foram causadas pela igreja católica, quantos índios foram mortos,quantas crianças estupradas, quantos escravos foram feitos em nome da "igreja". Quantas pessoas são roubadas todos os dias por pastores, padres e falsos lideres religiosos? E ainda tem gente que defende essas igrejas a ponto de brigar com o próximo, ignorando o mandamento maior: O Amor! A religião é o mal do mundo! A religião é uma tentativa criada pelo homem de se chegar até Deus. Aqueles que adoram a religião, poem Deus em segundo plano e ficam cegas! Jesus é o caminho, a religião é um falso atalho!"



Resposta ao leitor:
Prezado Volnei, pelo próprio conteúdo do seu comentário, fica claro que você ignora completamente os assuntos sobre os quais está opinando. E, nesse caso, o mais triste não é ignorar a verdade. Triste é não saber e ainda achar que sabe, que é "doutor" e está abalizado para criticar, apresentar opiniões definitivas sobre tudo. Quem age assim não aprende nada de novo, porque acha que já sabe tudo, é fechado nas suas próprias convicções e tapa os ouvidos para tudo o que aponta na direção contrária às suas "certezas".

Em primeiro lugar, o post que você está comentando não tem nada de “intriguinha religiosa”. Trata-se da resposta a um comentário “evangélico”, um tanto malicioso, deixado neste blog. Essa resposta está bem fundamentada na Bíblia, que para os “evangélicos” é a única regra de fé e prática. Não há ofensa, nem agressão e nem desrespeito, nem na pergunta feita e nem na resposta dada, embora a religião seja um tema sempre delicado e difícil, pois envolve convicções profundas e acalentadas com muito carinho. Não é fácil contrariar aquilo que uma pessoa tem como sagrado. – O nome já diz.

E aí você vem com aquele discurso velho e manjado de sempre, que todo alienado teológico defende: “Deus não tem religião, Deus não criou religião”...

O mínimo que você terá que fazer, pelo bem da verdade, é admitir que essa afirmação depende direta e completamente do ponto de vista, e que é um tanto quanto controversa, você não acha? Deus não criou religião na opinião de quem? Baseado em quê, exatamente, você afirma isso? Na sua opinião?

Entenda bem, Volnei: antes de qualquer coisa, para saber se Deus criou religião ou não, se religião é importante ou não, se religião salva ou não, precisamos saber o que é religião! Como é que eu posso fazer qualquer afirmação a respeito de uma determinada coisa, se eu não sei o que essa coisa é, antes de tudo? Para emitir opinião sobre qualquer assunto, preciso conhecer o assunto! Sem isso, eu não estarei emitindo opinião, estarei simplesmente impondo meu “achismo” como verdade absoluta, estarei afirmando minha própria ignorância ao mundo.

Isso posto, para entender a situação toda, vamos começar do começo: o que é religião? Depende. No dicionário Michaelis, por exemplo, constam as seguintes definições para a palavra religião: “Serviço ou culto a Deus; sentimento consciente de dependência ou submissão que liga a criatura humana ao Criador; culto externo ou interno prestado à divindade; Fé; Prática dos preceitos divinos ou revelados".

As coisas já começam a ficar mais claras... Se estamos aqui falando de cristianismo, sim, Deus criou religião, e a verdadeira religião é fundamental para nos aproximarmos dEle. Religião, no sentido original, vem do latim religare, que significa “religação com o Divino". O homem, pelo egoísmo, ignorância, fraquezas e apegos (pecado) encontra-se separado, desligado do seu Criador. Religião é retomar essa ligação sagrada, e Jesus veio nos trazer exatamente isto, inquestionavelmente.

Volnei diz: “E a prova de que a religião não salva ninguém é Jesus Cristo, que nasceu no meio de uma família judaica, e e sendo judeu, por tradição familiar, Jesus nos ensinou que o caminho da salvação está nele. O problema de católicos, protestantes, espíritas, etc, é que colocam a religião acima de Deus.”

Novamente a mesma linha de raciocínio equivocada. Se Jesus ensinou que o Caminho da salvação está nEle, então nós precisamos ouvir o que Ele diz, seguir o que Ele falou e ensinou, observar o seu exemplo. Pois bem, fazer isso é praticar a religião! Então, essa separação que você faz, entre Jesus e religião, simplesmente não existe!

Vou dar alguns exemplos para ajudar a clarear mais a questão: Jesus mandou a Igreja batizar todo aquele que crê. Celebrou e mandou celebrar a Eucaristia, em sua memória. Mandou observar uma série de regras morais. Designou os apóstolos e deu-lhes autoridade sobre a doutrina. Mandou que confessássemos os nossos pecados. Bem, são exatamente essas coisas que a Igreja faz e ensina a fazer, obedecendo ao que ensinou Jesus Cristo, e tudo isso representa a prática da religião!

Volnei diz: "se estudassem um pouco de história, descobririam que ela na verdade foi fundada pelo imperador romano Constantino, que queria apenas o poder, já que não conseguiu destruir os seguidores de Cristo, "juntou-se" a eles, com o único objetivo de ganhar poder..."

Então, a história diz que Constantino inventou a Igreja?! Aí você caiu no meu conceito! Isso é uma estupidez, um absurdo tremendo, colossal! O que a História mostra é que Constantino revogou a proibição do culto cristão no Império romano, através do Édito de Milão. - Aliás, no tempo de Constantino, o Papa era Melcíades, 32º Sumo Pontífice da Igreja depois de Pedro. Assim, não há como se afirmar que Constantino seja o fundador da Igreja de Cristo, já que ele apenas deu liberdade aos cristãos, - que obviamente já existiam desde o século I, - acabando com mais de dois séculos e meio de perseguição e martírios.

Trata-se de uma questão extremamente simples, fácil de compreender e impossível de negar. É preciso um altíssimo grau de alienação da realidade para aceitar a ideia de que tenha sido um imperador romano que tenha fundado a Igreja, a partir do século IV. Nenhuma igreja protestante histórica (mais antigas) adota esse tipo de teoria da conspiração absurda para renegar a autoridade da Igreja Católica, pois tanto seus pastores quanto seus adeptos são pessoas mais bem formadas. Se quiser entender melhor essa questão, por favor, leia aqui, pois nós também já falamos sobre isso neste blog.

Aliás, você mesmo se contradiz, afirmando que Constantino, não conseguindo vencer os cristãos, juntou-se a eles. Ora, mas não foi ele quem inventou a Igreja? Se ele se juntou à Igreja para ganhar poder, como você diz, então você admite que a Igreja já existia antes dele.

Imagens na Igreja, de novo...
E aí vem você, o milésimo “evangélico” que entra aqui para falar das imagens na Igreja... Meu Deus, como é importante a paciência! Eu já respondi a isso umas mil vezes também. Quer dizer então que "a Bíblia é clara em proibir as imagens"? Mas você disse que não tem religião! Ora, se você crê na Bíblia como palavra de Deus, então você tem religião, sim senhor. E pelo teor da sua fala, a sua religião é a religião do livro, aquela que ensina que Deus se resume a um livro. Você é, como já percebi e mencionei, mais um "evangélico" que vem caluniar a Igreja Católica.

Mas que Bíblia seria essa, que você lê? A minha Bíblia diz que Deus mesmo ordena a confecção de imagens, em diversas situações: manda esculpir e colocar querubins sobre a Arca da Aliança, o objeto mais sagrado do Antigo Testamento. Manda Moisés esculpir uma serpente de bronze, através da qual o povo foi curado. Manda Salomão construir Seu Templo, repleto de imagens, esculturas de anjos, de bois, de leões, de querubins de duas cabeças, de seres alados, etc, etc... Está tudo na Bíblia! Então, vou explicar de novo: idolatria não é usar imagem no culto, isso sempre aconteceu, desde o tempo de Moisés: o problema eram as imagens dos ídolos, as imagens dos deuses pagãos. Idolatria seria adorar uma imagem como se fosse um deus, achando que aquela imagem é um deus. Isso é tão óbvio! Você acha mesmo que nós, católicos, somos tão ignorantes a ponto de achar que as imagens são deuses? Não acredito nisso, acho que você só teve uma formação equivocada. Acho que você teve a cabeça feita por um "pastor", e perdeu a capacidade de pensar por si mesmo. Se você tiver humildade suficiente para aprender coisas novas, leia aqui o que já publicamos sobre esse tema tão manjado. Se quiser aprofundar, tem muito mais aqui.

Contestações "evangélicas": as mesmas de sempre

O resto é o mesmo blablabla de sempre: você fala de pedir aos santos, de "adorar" Maria... Os santos são nossos irmãos do Céu, como diz a Bíblia, e a Igreja Católica nunca, jamais ensinou ninguém a "adorar" Maria. Leia sobre isso aqui, e entenda de uma vez por todas. Se preferir, veja aqui uma lista com as principais contestações "evangélicas" já respondidas neste blog, assim fica mais fácil.

Finalizando, observo mais uma vez que é muito engraçado que você, que critica a religião, venha defender ferrenhamente uma religião específica, a religião do livro, a religião dos "evangélicos"! Todas essas afirmações que você fez aqui saíram da boca de algum "pastor" e se instalaram na sua cabeça, como se fossem verdades absolutas! Você comprou a religião do "pastor", e pior: acha que não tem religião!

Deus os abençoe e lhes conceda discernimento, é o que peço em minhas orações.

Henrique Sebastião

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